# BAUXITA RIQUEZA DA REGIÃO #

Produção de alumina poderá promover o progresso

Dom Eliseu perdeu a usina para Rondon do Pará,
mas se o município se preparar poderá
absorver recursos através de serviços
terceirizados na cadeia econômica secundária

WALQUER CARNEIRO



No dia 20 uma equipe técnica da Votorantim Metais foi recebida pelos vereadores de Dom Eliseu. A Votorantim Metais é um braço do grupo Votorantim que está implantando uma usina de refinação de bauxita na região. Por algum tempo o povo de Dom Eliseu nutriu a esperança que a base deste empreendimento fosse instalada em nossa cidade, mas definitivamente o município perdeu mais essa oportunidade de oferecer para a população uma melhoria na condição de emprego e renda. Foi o que deixou claro o representante da Votorantim Metais ao afirmar que todos os investimentos serão aplicados no município de Rondon do Pará. 


Dom Eliseu e Rondon do Pará estão localizados na Província Mineral de Paragominas, a maior mina de bauxita do mundo, que é de onde se extrai a alumina, matéria prima para a fabricação do alumínio. As pesquisas constataram uma presença satisfatória do minério de bauxita na mina localizada na divisa destes municípios, mas será Rondon do Pará que receberá a instalação da segunda maior usina de processamento de bauxita do mundo, e que a partir de agora passa a abrigar a Alumina Rondon.


Ao alto Sergio Oliveira, da Votorantim Metais fala aos vereadores, e acima duas imagens da mina de pesquisa de bauxita  da Alumina Rondon

O minério contido na mina de bauxita localizado na região Rondon do Pará/Dom Eliseu será processado por uma usina de refinação do minério, e a capacidade de exploração mineraria gira em torno de 43 bilhões de toneladas localizado a uma profundidade média de 15 metros, e a previsão é de que será processada cerca de 3 milhões de toneladas por ano.




De acordo com as informações do gerente de sustentabilidade da Votorantin Metais, Sergio Oliveira, e a expectativa é que a produção plena de alumina se dará em 2017 e perdure por mais 40 anos com um investimento de 6.6 bilhões, na primeira etapa, com a possibilidade de gerar 7 mil empregos a partir da segunda etapa , sendo que o início das contratações se dará em 2014. “O funcionamento da refinaria de bauxita permitirá a criação de uma cadeia de empregos e serviços, e para cada emprego direto gerado na indústria, mais três serão gerados indiretamente”, explicou Sergio informando que a Rondon Alumina estará pondo a disposição dos jovens uma série de cursos de qualificação preparando essas pessoas para o mercado de trabalho. “Esses cursos irão beneficiar 3.500 pessoas que após receberem o certificado passarão por uma avaliação da empresa que poderá contratar os mais aptos”, revelou ele acrescentando que de qualquer forma as pessoas que fizerem os cursos contarão com um item a mais para o currículo. “A empresa também vai levar em consideração a cota de gênero, e nosso objetivo é inserir a maior quantidade possível de mulheres”, finalizou Sergio. 

Sergio destacou que o fato da empresa ser instalada no município de Rondon do Pará não impedirá que Dom Eliseu seja beneficiado, mas para isso a cidade terá que se preparar para absorver a demanda por mão de obra secundária na cadeia econômica criada pela mineração na região. 

CUBA, BELÉM E CURSO DE TELEVISÃO

Escola de Cinema e Televisão de Cuba faz seleção de candidatos

A parceria entre UFPA e órgãos
culturais de Cuba possibilita a
oportunidade para a formação
de profissionais pela quarta vez

FONTE – PORTAL DA UFPA



A Escola de Cinema e Televisão de Cuba (EICTV) abre inscrições para processo seletivo na região norte. A Escola convoca candidatos, entre 22 e 29 anos, para se inscreverem, até o dia 9 de março, no processo seletivo 2013/2016. No Pará, o concurso está na 4ª edição e já levou três alunos: uma aluna do Amapá, na primeira edição, e, no ano passado, dois alunos de Belém, para estudar na Escola de Cinema e Televisão de Cuba. 

O processo se dá graças ao apoio de entidades como a Associação Brasileira de Documentaristas e Curtas-metragistas - Secção Pará (ABDeC Pará), Associação de Produtores de Cinema Norte/Nordeste (APCNN), do Instituto de Artes do Pará (IAP)/Núcleo de Produção Digital do Pará (NPD Pará) e, agora, conta com outra importante parceria da Faculdade de Artes Visuais da UFPA. 

A EICTV oferta sete especializações, no período de três anos cada. Direção, Produção, Roteiro, Fotografia, Som, Documentário, Edição de TV e Novas Mídias. Cada candidato deverá optar por apenas uma destas especializações para realizar o processo de seleção. De acordo com coordenador do processo de seleção no norte, Afonso Gallindo, os cursos mais procurados aqui na região são direção, documentário e roteiro. 

A diretora da Faculdade de Cinema da UFPA, Ana Lúcia Lobato, explica que o apoio da Universidade é muito importante. “A nossa contribuição será para que a seleção aconteça da melhor forma possível. Isso é muito importante para que o curso de audiovisual possa se aproximar de um curso de peso como esse da EICTV”, diz Ana Lúcia Lobato. 

Para mais informações sobre o curso e forma de inscrição clique AQUI.

ESTADO OFERECE GRADUAÇÃO A PROFESSORES

Professores poderão ser capacitados 


Prefeitos e gestores de educação 
reuniram-se em Belém para obterem 
conhecimentos sobre o plano de formação 
para professores da rede pública 

FONTE – AGÊNCIA PARÁ 

Gestores de 53 municípios de várias regiões do estado, representantes do Fórum Estadual Permanente de Apoio a Formação Docente do Pará (Parfor) e de instituições ligados ao setor educacional, participam do IX Encontro de Prefeitos e Secretários de Educação, que encerrou-se nesta sexta-feira, 22, no campus da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém, com a 36ª Reunião Ordinária do Parfor. 

O objetivo do encontro é sanar as dúvidas dos gestores em relação ao plano, apresentar os sistemas e programas de formação inicial e continuada dos profissionais em educação, proporcionar o compartilhamento das diretrizes nacionais para a formação inicial e continuada dos profissionais, sociabilizar os resultados da avaliação do Parfor e subsidiar a atualização do plano estratégico de formação. 

Atualmente, cerca de 18 mil alunos-professores, divididos em 571 turmas das cinco instituições de ensino superior: Universidade Federal do Pará (Ufpa), Universidade do Estado do Pará (Uepa), Universidade Federal Rural do Pará (Ufra), Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e Instituto Federal do Pará (IFPA) estão matriculados no Plano de Formação Docente do Estado do Pará (Parfor), criado em 2006, com o objetivo de formular proposições e desenvolver ações de modo a promover a melhoria da qualidade da educação básica das redes públicas de ensino. 

O plano prevê, ainda, a formação continuada dos profissionais da educação, incluindo pós-graduação (lato e estricto sensu). Até o momento já foram realizados sete processos seletivos, desde o segundo semestre de 2009, para aproximadamente 22 mil professores em 27 licenciaturas. O Parfor já formou a primeira turma de licenciatura em educação física no município de Parauapebas. O plano está presente em 143 municípios divididos em 63 polos. 

INSCRIÇÕES 

Até o dia 18 de março, professores que não tenham graduação e que estejam atuando em sala de aula nas escolas públicas paraenses podem se inscrever na Plataforma Freire em um dos 27 cursos disponíveis. As seleções são realizadas com base em alguns critérios: pré-inscrições na Plataforma Freire, aceitação das pré-inscrições pelas secretarias, critério geográfico de proximidade do município de origem em relação ao pólo. 

MAIS INFORMAÇÕES CLIQUE AQUI.

# ENCONTRO DO PT EM MARABÁ #

Lideranças petistas do Pará fazem encontro regional 

O evento marca a retomada dos 
movimentos sociais, novas regras 
para eleição interna e preparativos 
para eleição em 2014 

WALQUER CARNEIRO 

No sábado, dia 16, um grupo composto por membros do Diretório do Partido dos Trabalhadores em Dom Eliseu foi à Marabá em uma reunião de trabalho do PT que reuniu petistas de 20 municípios da região sul e sudeste do Pará. 

O Encontro Regional do Partido dos Trabalhadores, como foi denominado o evento, realizou-se no Auditório do Universidade Federal do Pará e contou com a presença de mais de 150 pessoas, membros do PT no estado e nos municípios, bem como vereadores, prefeitos e deputados. 

O destaque no Encontro Regional do Partido dos Trabalhadores em Marabá ficou por conta da presença do Presidente de honra do PT Estadual e constituinte Paulo Rocha, deputado federal Zé Geraldo, deputado federal Beto Faro e o ex-deputado federal e constituinte, membro da executiva nacional do PT e, atualmente empresário no ramo de assessoria em gestão empresarial Virgílio Guimarães, além da deputada estadual Bernadete Tem Caten e seu esposo Luiz Pies, vice-prefeito de Marabá. 

No encontro foram discutidas as estratégias para as eleições 2014 e a apresentação das novas regras do estatuto do PED - Processo de Eleições Diretas – que escolhe dirigentes petistas em todo Brasil.

Ao alto a mesa formada por lideranças petistas, acima a esquerda o plenário, e a direita os vereadores Daniel Andrade e Pedro Mesquita ao lado de Gaston


No grupo de representantes do PT de Dom Eliseu foi registrada a presença de Gaston Seviero, presidente do Instituto Gaston; Eduardo da Luz, presidente o Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores ; Genivar Rodrigues, secretário do PT; Pedro Mesquita, vereador e coordenador do Sintepp; Daniel Andrade, vereador e o Professor Mário Sales, coordenador do Sintepp em Dom Eliseu. 

Para Gaston o encontro foi muito produtivo, pois mostrou o que se passa nos municípios da região em relação a atuação do Partido dos Trabalhadores. “Neste encontro eu percebi a grandiosidade do partido, a força e o empenho de dirigentes, parlamentares e gestores eleitos. Me mostrou que eu não estou sozinho nesta luta”, considerou. 

Na ocasião os convidados para compor a mesa fizeram avaliações da conjuntura política nacional, estadual e municipal. Nas considerações todos estimaram que nos últimos 10 anos foi criada uma condição favorável no Brasil, fruto do equilíbrio na condução administrativa de governo PT que leva em conta o mundo do trabalho beneficiando a nação de forma igualitária com políticas públicas sociais, obras de grande porte, incentivo à produção e um redirecionamento na condução da economia garantindo poder de compra à população mais pobre e estabilidade da inflação. 

Um dos ponto acertado no encontro foi a definição de ações regionais para articular a militância petista nos movimentos sociais, e para Luiz Bresan, coordenador regional do PT para a região sul e sudeste, a bandeira de luta do partido tem que se ajustar aos anseios da população da região como a retomada do movimento para a criação do estado de Carajás, criação de novos municípios, revisão do código de lei mineraria, a implantação da hidrovia Araguaia/Tocantins para a viabilização da Alpa, além de buscar soluções para melhorar as ações do INCRA em toda região sul e sudeste. “Esses debates que envolvem a questão econômica e organizativa da região, e o PT tem que dar respostas para isso além de ampliar o debate em torno das eleições em 2014”, falou Bresan. 

Todavia a preocupação dos organizadores do encontro foi em detalhar informações sobre as novas regras para o Processo de Eleições Diretas (PED) para os diretórios e executivas municipais, estaduais e nacional do PT que vai acontecer esse ano em todo Brasil. 

O Partido dos Trabalhadores é a única agremiação partidária da América Latina que define seus dirigentes por meio de eleições direitas onde os filiados têm direito de concorrerem aos cargos de diretórios e executivas. Esses são escolhidos pelo voto dos filiados. 

O Partido conta, hoje, com 1.500 milhão de filiados legais em todo Brasil, e estima-se que 50% destes irão votar nas próximas eleições internas do PT. No Pará são 77 mil filiados legais e espera-se que 30 mil participem do processo. No Pará o Partido dos Trabalhadores é o única legenda partidária que tem diretórios instituídos em todos os 144 municípios. 

O processo de eleições diretas do PT inicia-se em agosto e prossegue até setembro em todo território nacional.

O JOVEM QUE A TV ESCONDE

A mídia não mostra o real perfil do jovem Brasileiro 

Um olhar mais atento poderia mostrar 
o jovem comprometido com seu País, 
bem diferente dos que aparecem todos 
os dias em Malhação ou similares 

POR LAURINDO LALO LEAL FILHO 
NA REVISTA DO BRASIL

Cerca de quatro mil jovens circulam pelo campus da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) na manhã de um belo sábado de verão. Festival de risos, músicas, mochilas e colchonetes. 


Estão ali para participar do 14º Coneb, o Conselho Nacional de Entidades de Base da União Nacional de Estudantes (UNE). Havia gente que levou dois ou três dias para chegar ao Recife, como os que saíram do interior do Amapá, usando barcos e ônibus como meios de transporte. 

Durante três dias vão discutir os rumos da educação brasileira e, de quebra, a luta pela democratização da mídia. Nada mais pertinente e necessário. O próprio encontro é o melhor exemplo dessa necessidade, praticamente ignorado pelos grandes meios de comunicação. 

Para que o telespectador possa comparar os programas e escolher os que lhe interessam é fundamental que televisões públicas e privadas estejam lado a lado, com um “zap” apenas entre elas. E que as públicas sejam várias, dando conta da grandeza territorial do Pais e de sua diversidade cultural. Não são tantas as emissoras comerciais mostrando praticamente a mesma coisa? Então deveremos ter muitas públicas mostrando as nossas múltiplas realidades. 

Só assim será possível cobrir ao vivo, com competência e detalhamento, um evento como o da UNE realizado no Recife. Dessa forma, o estereótipo do jovem consumista e alienado será, no mínimo, relativizado. 

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- PENSAR A CIDADE É PRIMORDIAL -


Prefeituras têm que convocar Conferências das Cidades

Os prefeitos que realmente
se preocupam com
suas cidades já estão   
organizando o evento

DA ASS. SEN. INÁCIO ARRUDA

A 5ª Conferência Nacional das Cidades acontece de 20 a 24 de novembro desde ano em Brasília (DF), mas a preparação para o evento começa bem antes. Até 22 de fevereiro, as prefeituras devem convocar a etapa municipal e realizar suas respectivas conferências, no período de 1º de março a 1º de junho. Esta etapa define os delegados municipais e precede a eleição dos delegados estaduais na Conferência Estadual, que representarão os 27 estados no evento nacional.

A Conferência, este ano, tratará da Reforma Urbana com foco principal no debate sobre a implementação do Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano (SNDU), que integrará, consolidará e definirá os papéis dos entes federados, (Governo Federal, Estadual e Municipal) no que tange as políticas de Moradia digna, Mobilidade, Saneamento e Planejamento Urbano.

As Conferências municipais, estaduais e a nacional permitem conhecer as realidades locais, estaduais e regionais e propicia a articulação nacional de diversos segmentos da sociedade civil.


A Conferência das Cidades é resultado da consolidação do processo que se iniciou na constituição de 1988, com a inclusão dos artigos 182 e 183. Estes artigos foram regulamentados pelo Estatuto da Cidade, cuja  autoria   do senador Inácio Arruda            (PCdoB-CE), e são fundamentais para o avanço nas questões urbanas.

A partir de um amplo debate, ainda na Câmara dos Deputados, como presidente da Comissão de Desenvolvimento Urbano, Inácio realizou a Conferencia da Cidade, evento que reuniu entidades e parlamentares na discussão da cidade e das questões urbanas.

Hoje, as discussões sobre urbanidade acontecem no âmbito do poder executivo, sob organização do Ministério das Cidades, e do legislativo, sendo realizada pela Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara dos Deputados.

A Conferência Nacional da Cidade faz parte da gestão pública que teve um grande empenho em construir uma nova relação entre o Estado e a sociedade civil organizada. A aplicação do Estatuto da Cidade, aprimorado por Inácio Arruda, permitiu a criação e implementação de canais que assegurem a consulta e a participação popular na discussão e definição da agenda prioritária do país.

As políticas públicas são formuladas através do diálogo com a sociedade, possibilitando mediações democráticas que fortalecem e incentivam a participação e o controle social, que são elementos fundamentais para construção de propostas de resoluções, programas, projetos e implementação de políticas públicas de desenvolvimento urbano.

- BENTO XVI: CRISE E EXAUSTÃO CONSERVADORA -


Por detrás da renúncia do Papa há algo mais

Nas poucas vezes em que um papa
renunciou as razões foram Dinheiro,
poder e sabotagens. Corrupção,
espionagem, escândalos sexuais

POR SAUL LEBLON

A presença ostensiva desses ingredientes de filme B no noticiário do Vaticano ganhou notável regularidade nos últimos tempos.

A frequência e a intensidade anunciavam algo nem sempre inteligível ao mundo exterior: o acirramento da disputa sucessória de Bento XVI nos bastidores da Santa Sé.

Desta vez, mais que nunca, a fumaça que anunciará o 'habemus papam' refletirá o desfecho de uma fritura política de vida ou morte entre grupos radicais de direita na alta burocracia católica.

Mais que as razões de saúde, existiriam razões de Estado que teriam levado Bento XVI a anunciar a renúncia de seu papado, nesta 2ª feira.

A verdade é que a direita formada pelos grupos 'Opus Dei' (de forte presença em fileiras do tucanato paulista), 'Legionários' e 'Comunhão e Libertação' (este último ligado ao berlusconismo) já havia precipitado fim do seu papado nos bastidores do Vaticano.

Sua desistência oficializa a entrega de um comando de que já não dispunha.

Devorado pelos grupos que inicialmente tentou vocalizar e controlar, Bento XVI jogou a toalha.

O gesto evidencia a exaustão histórica de uma burocracia planetária, incapaz de escrutinar democraticamente suas divergências. E cada vez mais afunilada pela disputa de poder entre cepas direitistas, cuja real distinção resume-se ao calibre das armas disponíveis na guerra de posições.

Ironicamente, Ratzinger foi a expressão brilhante e implacável dessa engrenagem comprometida.

Quadro ecumênico da teologia, inicialmente um simpatizante das elaborações reformistas de pensadores como Hans Küng (leia seu perfil elaborado por José Luís Fiori, nesta pág.), Joseph Ratzinger escolheu o corrimão da direita para galgar os degraus do poder interno no Vaticano.

Estabeleceu-se entre o intelectual promissor e a beligerância conservadora uma endogamia de propósito específico: exterminar as ideias marxistas dentro do catolicismo.

Em meados dos anos 70/80 ele consolidaria essa comunhão emprestando seu vigor intelectual para se transformar em uma espécie de Joseph McCarty da fé.

Foi assim que exerceu o comando da temível Congregação para a Doutrina da Fé.

À frente desse sucedâneo da Santa Inquisição, Ratzinger foi diretamente responsável pelo desmonte da Teologia da Libertação.

O teólogo brasileiro Leonardo Boff, um dos intelectuais mais prestigiados desse grupo, dentro e fora da igreja, esteve entre as suas presas.

Advertido, punido e desautorizado, seus textos foram interditados e proscritos. Por ordem direta do futuro papa.

Antes de assumir o cargo supremo da hierarquia, Ratzinger 'entregou o serviço' cobrado pelo conservadorismo.

Tornou-se mais uma peça da alavanca movida por gigantescas massas de forças que decretariam a supremacia dos livres mercados nos anos 80; a derrota do Estado do Bem Estar Social; o fim do comunismo e a ascensão dos governos neoliberais em todo o planeta.

Não bastava conquistar Estados, capturar bancos centrais, agências reguladoras e mercados financeiros.

Era necessário colonizar corações e mentes para a nova era.

Sob a inspiração de Ratzinger, seu antecessor João Paulo II liquidou a rede de dioceses progressistas no Brasil, por exemplo.

As pastorais católicas de forte presença no movimento de massas foram emasculadas em sua agenda 'profana'. A capilaridade das comunidades eclesiais de base da igreja foi tangida de volta ao catecismo convencional.

Ratzinger recebeu o Anel do Pescador em 2005, no apogeu do ciclo histórico que ajudou a implantar.

Durou pouco.

Três anos depois, em setembro de 2008, o fastígio das finanças e do conservadorismo sofreria um abalo do qual não mais se recuperou.

Avulta desde então a imensa máquina de desumanidade que o Vaticano ajudou a lubrificar neste ciclo (como já havia feito em outros também).

Fome, exclusão social, desolação juvenil não são mais ecos de um mundo distante. Formam a realidade cotidiana no quintal do Vaticano, em uma Europa conflagrada e para a qual a Igreja Católica não tem nada a dizer.

Sua tentativa de dar uma dimensão terrena ao credo conservador perdeu aderência em todos os sentidos com o agigantamento de uma crise social esmagadora.

O intelectual da ortodoxia termina seu ciclo deixando como legado um catolicismo apequenado; um imenso poder autodestrutivo embutido no canibalismo das falanges adversárias dentro da direita católica. E uma legião de almas penadas a migrar de um catolicismo etéreo para outras profissões de fé não menos conservadoras, mas legitimadas em seu pragmatismo pela eutanásia da espiritualidade social irradiada do Vaticano.

REFLEXÕES DE UM CRISTÃO

  Eu sou cristão, de modo que no meu proceder, em meio a sociedade plural, me esforço para pautar meu comportamento de acordo com o que Jesu...