DOM ELISEU E O FISIOLOGISMO


Uma bomba administrativa para 2013 

A máquina administrativa municipal conta 
atualmente com o superávit de pessoal 
na ordem de quinhentos indivíduos, e com a 
entrada do 45 no jogo a situação fica delicada 

WALQUER CARNEIRO


Dom Eliseu sofre de problemas crônicos na área da saúde, educação, assistência social, meio ambiente, agricultura, esporte, lazer e infra estrutura em geral que, desde a fundação da cidade, nunca foram encarados de forma responsável pelos administradores que passaram por aqui, e são decorrente de forte tradição no fisiologismo político que impera de forma desbragada na sociedade domeliseuense, reflexo do que ocorre no Brasil todo. 

Foi essa característica fisiologistica, que contamina também a população da cidade, cujas pessoas agem refletindo as característica mais forte que sentem ao seu redor fazendo com que se concretizasse uma da mais esdrúxula união política de todos os tempos na região da Br-222. 

A união do 15 com o 45 foi efetivada com dois propósitos. Do lado do 15 a intenção foi impedir que o 13 chegasse ao poder, e do lado do 45 foi facilitar para que a legenda (PSDB) e seus apaniguados voltasse a se aboletar no poder, pois desde o tempo do Tonhão o 45 desejava essa volta. A união do 15 com o 45 não se deu com a intenção de fazer o melhor para Dom Eliseu, e o exemplo é que a liderança do 45, que hoje é vice do 15, passou mais de três anos tentando cassar o mandato do prefeito do 15, onde o 45 justificava que o prefeito não estava gerenciando a cidade de forma competente. 

O que foi que aconteceu antão para que a liderança do 45 mudasse de ideia tão rapidamente? 

Para responder essa pergunta temos que retroceder um pouco na história política geral, pois no decorrer dos séculos da saga política foram criados diversos grupos a disputar o poder, mas esses grupos sempre representaram os reis e os nobres que disputavam entre si o poder político e o espaço geográfico, ao mesmo tempo que escravizavam a plebe rude e sem conhecimento, e todas as vezes que a plebe tentava se unir e se levantar contra os nobres estes esqueciam suas diferenças e se uniam para exterminar com a intenção. A história geral está repleta de exemplos semelhantes. 

Desde a fundação do município a direita (elite) dominou na administração política se revezando no poder entre a turma do Jeffersom e a turma do Tonhão (Silon), quando a turma do PT se mostrou robusta o suficiente (com Gaston) a ponto de por em risco o projeto de revezamento de domínio do poder local a direita não contou história, mais do que depressa fizeram um conluio para impedir que a força progressista e popular tomasse o poder e replicasse aqui os benefícios do governo do PT a nível nacional. 

Em Dom Eliseu aconteceu a replicação do que acontece a nível planetário. A elite se esforçando ao máximo para manter o status, tanto que os dois grupos rivais não contaram história ao verem que estavam na eminência de perder o poder para um partido representante do proletário (PT), e essa união foi a única forma de efetivar a manutenção do poder. 

Voltemos ao fisiologismo então. 

O que aconteceu em Dom Eliseu foi isso. Para garantir o apoio do 45 o 15 acenou com vantagens, e vale lembrar que o 45 não é apenas uma pessoa e sim um grupo cujos componentes não se contentarão em apenas apoiar o 15 na eleição, eles querem ser inseridos na estrutura do poder na qual eles estiveram por algum tempo e sempre sonharam a se apoderar novamente, mas vale lembrar que essa estrutura já está preenchida e saturada com a turma do 15. 

A união política do 15 e 45 em Dom Eliseu se deu de forma puramente fisiologistica, já que a única intenção foi aproveitar o poder para repartir os recursos através das costuras de apoio de uma gama variada de partidos visando simplesmente se aproveitarem da situação para ganhar, de forma individual, algo em troca. O fisiologismo é um câncer que destrói toda e qualquer estrutura política, e a partir de agora a situação tende a ficar insustentável em Dom Eliseu, pois a estrutura de poder local suporta apenas um grupo político a se refestelar na máquina administrativa. O administrador reeleito terá que reordenar a estrutura administrativa local para acomodar a turma do 45. Pois com toda a certeza essa turma apoiou o principal adversário foi visando benefício próprio e não o bem coletivo. 

O fisiologismo impede que o serviço público funcione de acordo com a necessidade das pessoas por que a política baseada no fisiologismo tem como premissa a troca de apoio político sem levar em consideração a plataforma ideológica ou plano de governo. O apoio fisiológico se dá em função de benefícios individuais, ou quando muito de famílias, cujos membros são colocados em funções públicas não por sua competência ou compromisso com a coisa pública, e aí quando esse grupo se prolonga no poder ele se acha no direito a se arvorar em dono da cidade, se achando também dono do setor em que ele comanda ou exerce a sua atividade. 

A manutenção do poder da burguesia em Dom Eliseu atende a uma exigência maior que extrapola o âmbito nacional para atender aos interesses do capitalismo transnacional que precisa manter o proletário sob seu controle para garantir mão de obra barata com o objetivo de custear o acumulo de riqueza na mão dos 20% mais ricos e a repartição do poder entre 15 e 45, no esfera municipal, retira a possibilidade de se repartir com mais equidade, entre a totalidade dos habitantes, os recursos públicos aos quais o município tem direito.

EDITA LEGAL