FUTEBOL EM DOM ELISEU

Tem inicio mais um campeonato municipal

A partir de agora Dom Eliseu
vive mais uma jornada
futebolística reunindo
as equipes do município

DA REDAÇÃO DO BLOG


No sábado, 11, aconteceu o primeiro jogo da rodada do Campeonato Municipal de Futebol 2013 entre Real (azul) e Vasco de Vila Ligação (branco). O jogo ficou 0 a 0.

Neste sábado, dia 11, teve início mais um edição do campeonato municipal de futebol de Dom Eliseu. Os dois jogos iniciais aconteceram entre Real e Vasco, (sábado) e Hawai e Madernic no domingo, dia 12. 

O Campeonato Municipal de Futebol é organizado pela Liga Esportiva de Dom Eliseu e reúne equipes de Dom Eliseu, Vila Bela Vista e Vila Ligação, com os jogos acontecendo no Campo Federico Gomes Dias aos sábados e domingos a partir das 16:00 horas. 

Nesta primeira rodada ambos os jogos ficaram empatados, e o placar ficou da seguinte forma: 

Sábado, dia 11 – Real 0 e Vasco 0 

Domingo, dia 12 – Havai 1 e Madernic 1 

A segunda rodada acontecerá nos dias 18 e 19 com partidas previstas entre Planaltino e Dom Eliseu, no sábado, e Comercial e Botafogo no domingo.

O segundo jogo aconteceu no domingo, dia 12 entre Havai (vermelho) e Madernic (amarelo). O confronto terminou em 1 a 1.

SEM DÓ E NEM PIEDADE DO POVO

Capitalistas querem desemprego no Brasil 

Desemprego para baixar os salários
e juros mais altos para o povo consumir
menos e também engordar as
contas bancárias dos especuladores

EDITORIAL DO VERMELHO 


Além de expor as audácias da ganância da especulação financeira, as pressões sobre o governo pelo “desaquecimento” do mercado de trabalho como estratégia anti-inflacionária ajudam a entender também a natureza do capitalismo.

Agora, o jornal O Globo juntou-se, oficialmente, ao coro pelo aumento do desemprego e, em editorial publicado nesta sexta-feira (10), o diário da família Marinho foi explícito. “O momento é cada vez mais de escolhas do governo”, escreveu, condenando como eleitoreira “a tentação de manter o mercado de trabalho aquecido” e o quadro atual “de quase pleno emprego”, com “crescimento dos salários acima da produtividade”. Editorial publicado justamente no dia em que dados oficiais informam uma nova alta no emprego (0,2% em março, ante o mês de fevereiro), que reflete por sua vez a alta de 0,7% na produção industrial em março).

Crescimento que resulta da política adotada pelo governo, como tem repetido o ministro da Fazenda Guido Mantega, segundo o qual o Brasil enfrenta bem a crise internacional, com solidez fiscal, inflação sob controle, forte estímulo à economia e manutenção do emprego. “Tão ou mais importante que o PIB é a geração de empregos formais”, disse ele nesta quinta-feira (9) numa reunião com parlamentares.

O ministro reproduz garantias da própria presidenta Dilma Rousseff que, nas últimas semanas, tem insistido em combater o equívoco de economistas ligados ao mercado financeiro que defendem a redução do emprego para combater a inflação. “Tem quem diz por aí que nós temos que reduzir o emprego, porque como estamos é perigoso. Essas pessoas estão equivocadas”, disse Dilma, há um mês, na cerimônia de formatura de novos trabalhadores em Porto Alegre.

Em seu editorial desta sexta-feira, O Globo expõe a coleção de equívocos que move a especulação financeira. Além do aumento no desemprego, quer também a volta do aumento das taxas de juro pelo Banco Central, apostando em nova alta na próxima reunião do Copom.

É a receita ortodoxa, conservadora, completa: desemprego para baixar os salários e juros mais altos para o povo consumir menos e também engordar as contas bancárias dos especuladores.

A lição que este debate deixa em relação ao funcionamento do sistema capitalista é nítida. Neste sistema, a produção não existe para satisfazer as necessidades humanas mas para reproduzir e aumentar o capital.

Sob o capitalismo tudo é mercadoria, a começar pela força de trabalho, que o cálculo conservador encara apenas como um dos fatores da produção (e, no capitalismo, ela é o principal deles), desconsiderando que o portador dessa mercadoria viva são pessoas cujas necessidades de alimentação, alojamento, educação, saúde, lazer, são condizentes com o fato de serem seres humanos e não instrumentos ou insumos inanimados do processo de trabalho.

São pessoas cuja luta, em contradição direta com o capital que explora sua força de trabalho, exige sempre uma parcela maior na distribuição do resultado de seu trabalho. O resultado dessa luta é o avanço civilizacional que garante um patamar de mais liberdade e bem-estar para todos, e não apenas para a pequena minoria que monopoliza o capital e, com ele, a posse dos meios e instrumentos de produção.

Este é o fundamento da luta em curso, que opõe as pessoas, portadoras da força de trabalho que produz coisas novas, aos donos do capital. Os trabalhadores que, sendo fatores da produção por portarem o trabalho vivo necessário para colocar o capital em movimento, apresentam suas exigências ao capital, que é trabalho morto e acumulado que, sem o concurso do trabalho vivo, não sai do lugar nem produz sequer um grão de arroz de riqueza nova.

Neste embate, O Globo e os defensores do aumento do desemprego e dos juros como mecanismo de combate à inflação têm um lado definido: a defesa dos interesses do capital, sobretudo os privilégios de sua facção financeira e especulativa. Os trabalhadores, os empresários da produção, os democratas e os progressistas ficam do lado oposto e querem que a inflação seja controlada com mais produção e emprego, com mais renda e benefícios para o conjunto da população.

VIRA-LATAS DO CONTRA

Brasil na OMC, a diplomacia dos trabalhistas 

Defensores da política neo liberal 
são contra o protagonismo do 
governo brasileiro na 
economia e diplomacia internacional 

POR DAVIS SENA FILHO 
DO BLOG PALAVRA LIVRE 

O teólogo e filósofo Leonardo Boff certo dia chamou algumas pessoas que exercem atividades na academia universitária, no jornalismo e no meio empresarial de rola-bostas. Rola-bosta é um besouro africano que recolhe fezes de animais e age como uma ferramenta de limpeza da natureza, a exemplo dos urubus, dos chacais, das hienas, dos dragões-de-komodo, dos lorpas e pascácios e daqueles colonizados marcados na alma com um intangível complexo de vira-lata. 

Por seu turno, considerei perfeito o apelido dado por Boff, ainda mais quando se trata de definir os “especialistas” de prateleiras da Globo News e da CBN, por exemplo, além de colunistas e blogueiros de outros órgãos da imprensa de mercado, que, sem sombra de dúvida, tornaram-se, com dedicação canina, porta-vozes de seus patrões magnatas, que torcem contra o Brasil desde o ano de 1500, apesar de terem enriquecido aqui e não nas cortes às quais eles bajulam como cães sentados à espera de comer ossos. 

Os barões midiáticos, controladores de concessões públicas de diferentes mídias, bem como são os proprietários dos jornais e revistas mais poderosos do país. A categoria empresarial socialmente a mais atrasada e sempre a serviço de seus interesses pessoais e corporativos, o que a leva a se beneficiar e a usufruir de fartos recursos monetários, proporcionados pelo setor público e pelas grandes corporações privadas, que pagam a preço de ouro para veicularem propagandas em suas publicações e telas de televisores, entre outras ferramentas midiáticas. 

Boff tem razão quando apelida homens e mulheres da imprensa de negócios privados de rola-bostas, porque a verdade é que muitos deles são mais do que isto. Eles são os legítimos exemplares dos complexados anacrônicos, pois totalmente colonizados, pois seus DNA possuem princípios químicos intrinsecamente ligados à subserviência, à subalternidade, à baixíssima estima, à pusilanimidade e ao desprezo por tudo o que é do Brasil e o que ele representa, ao ponto de torcerem contra o seu povo e professarem a equivocada ideia de que estamos fadados ao fracasso, como se o Brasil e o seu presente e futuro fossem, nada mais e nada menos, a própria resignação dos derrotados e dos que se satisfazem em atuar em um papel secundário, quando os governantes que assumiram o país há 11 anos e os seus eleitores, que são a maioria dos brasileiros, querem o Brasil no papel de protagonista, em um mundo multipolar, e, portanto, pertencente a todas as nações. 

É dessa forma que o Itamaraty de “punhos de renda” e de perucas à moda Luís XV e Luís XVI se conduzia até o fim do Governo de FHC “I” – o Neoliberal –, também conhecido como o “Príncipe dos Sociólogos”, que, diferentemente do monarca francês Luís XVI, nunca foi guilhotinado, e, sim, paparicado pelos seus súditos encastelados na imprensa de mercado e nos meios acadêmicos aparentemente dominados por diplomatas e catedráticos conservadores, que adoram falar para a imprensa corporativa e alienígena, nos papéis de “especialistas”, cuja “especialidade” é não reconhecer os avanços e as conquistas da sociedade brasileira, e muito menos que os governos trabalhistas de Lula e de Dilma mudaram o Brasil. 

E o mudaram para melhor, inclusive no que concerne ao país ser respeitado pelo seu poder econômico e principalmente por sua atuação propositiva e assertiva junto aos mais importantes fóruns internacionais, retratados em ONU, OMC, OMS, OIT, Brics, G-20, OEA, Mercosul, Unasul e até mesmo no G-7 + 1 (Rússia), país este que abastece a Europa com gás e petróleo, dentre muitos outros produtos e por isto convidado a frequentar os “saraus” dos europeus ricos ocidentais de caráteres imperialistas e historicamente colonizadores. Sem o gás da Rússia, ficaria difícil para os europeus do G-7 aquecerem seus povos no inverno. Ponto. 

Celso Lafer tirou os sapatos e escancarou a subserviência da "elite" deste país. Mesmo assim a nossa “elite” preconceituosa e provinciana continua a torcer o nariz, porque esses herdeiros da escravidão continuam a desejar um país VIP, ou seja, para poucos se locupletarem com o que há de bom na vida, a exemplo de poder estudar em boas escolas e universidades, viajar, morar em casas confortáveis, ter bons empregos e acesso ao lazer e ao entretenimento, comprar roupas e calçados de qualidade, bem como ser atendido em bons hospitais, além de frequentar bons restaurantes., etc., etc., etc. São os brucutus ou trogloditas, que se disfarçam com uma fina película de civilidade, educação e fino trato, mas que na verdade se recusam a permitir que o Brasil seja independente, autônomo e justo, bem como o povo brasileiro seja definitivamente emancipado. 

As seis famílias controladoras das mídias de um país que é a sexta economia do mundo e logo será a quinta. O Brasil de 200 milhões de habitantes e que fica submetido aos capatazes, aos cães de guarda dos barões da imprensa, que manipulam o verbo e a verdade; escamoteiam os fatos e desdizem, malandramente, o que foi dito por aqueles que eles consideram seus inimigos, como ocorre, agora, com o governo de Dilma e ocorreu anteriormente com o governo de Lula, pois desacreditam, levianamente, as palavras e os propósitos de autoridades, como, recentemente, aconteceu no caso do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que afirmou ao Jornal Nacional que “a inflação está controlada, porque está dentro da meta, pois que a elevação e a especulação de preços de alguns produtos são de ordem sazonal, mas logo voltarão à normalidade”. 

William Bonner, editor-chefe e apresentador do JN, levanta as sobrancelhas e movimenta a cabeça, como a duvidar da autoridade fazendária e monetária, e, consequentemente, tentar desmoralizá-lo, com o propósito de disseminar dúvidas aos que assistem ao jornal, que no decorrer das décadas apoiou governos fascistas e entreguistas, bem como sonegou ou tergiversou sobre episódios como a Bomba do RioCentro, o escândalo Proconsult, que visou derrotar o candidato Leonel Brizola em 1982, as Diretas Já, o sequestro do empresário Abílio Diniz, cuja culpa recaiu, inacreditavelmente, sobre o PT, além da edição criminosa do último debate entre Lula e Collor, em 1989, que favoreceu o candidato da direita e das Organizações (?) Globo, dentre inúmeras manipulações e distorções dignas de serem efetivadas por gângsters. 

Agora, a pergunta que se recusa a se calar: quem o William Bonner pensa quem é para tratar em público o ministro Mantega como se ele fosse um mentiroso ou não soubesse o que estava a falar? Bonner, jornalista que edita um jornal de péssima qualidade editorial e que se recusa, terminantemente, a mostrar o verdadeiro Brasil, pode até duvidar do ministro entre os “seus” e até mesmo nas ruas, mas não pode e não deve emitir dúvida em um jornal que tem milhões de telespectadores e aproveitar para dar uma conotação leviana, talvez por saber que os irmãos Marinho, seus patrões, fazem oposição sistemática ao governo, sendo que um dos “ganchos” oposicionista é a inflação, que na verdade não passa do patamar dos 6,5% quando no governo do “príncipe” dos sociólogos FHC – o Neoliberal I – a inflação atingiu o índice de 12,5%, e nem por isso os cínicos das mídias faziam desse assunto um escarcéu cujo símbolo de tal desfaçatez é o tomate. Ponto. 

É a luta partidária em toda sua essência e volúpia, no que é relativo à imprensa beligerante e de tradição golpista tomar a frente da luta política no lugar dos partidos de oposição e de direita, exemplificados no PSDB, no DEM, no PPS e também no PSOL, que foram derrotados três vezes pelas forças trabalhistas e por isto contam com a adesão de setores conservadores do Estado nacional, que se transformaram indevidamente em uma oligarquia, como o STF, presidido pelo juiz Joaquim Barbosa, e pela PGR do procurador-geral Roberto Gurgel, aquele que sentou quase três anos em cima dos processos do bicheiro Carlinhos Cachoeira, correligionário e amigo pessoal do senador cassado Demóstenes Torres (DEM/GO), do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e dos editores de Veja, Policarpo Jr, e de Época (Globo), Eumano Silva. Nunca é tarde para lembrar esses fatos ao juiz e ao procurador, que até hoje não comentaram nada sobre as investigações e o julgamento do mensalão tucano. Temos o Judiciário dos dois pesos e duas medidas. 

Eis que para a desilusão da imprensa de negócios privados, o embaixador Roberto Azevêdo vence os países ricos e se torna o primeiro brasileiro e latino-americano a ocupar o importante e estratégico cargo de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio – a OMC. A vitória não se traduz em uma vitória isolada, que contou apenas com o valoroso esforço desse notável brasileiro. A vitória de Azevêdo é muito maior do que consideram os que torcem contra o Brasil, e defendem, de forma subalterna e subserviente, os interesses dos países colonialistas. A vitória de Roberto Azevêdo é, sobretudo, a vitória da diplomacia brasileira, que experimentou uma revolução no governo Lula, por intermédio do atual ministro da Defesa, Celso Amorim, que comandou o Ministério das Relações Exteriores como nunca se viu antes, porque transformou a nossa diplomacia de “punhos de renda”, subserviente e desmoralizada, em uma diplomacia agressiva, pragmática, autônoma e independente, que cooperou, e muito, para que o Brasil praticamente se livrasse da crise internacional que derreteu as economias da região do Euro e puniu severamente economias poderosas, a exemplo dos EUA e do Japão. 

O Itamaraty que começou a se relacionar em termos regionais e geográficos com o hemisfério sul do planeta. O Brasil que se voltou, concretamente, para a África e a Ásia. O gigante sul-americano que transformou a China em seu principal parceiro comercial, a superar os EUA, que nos tempos dos diplomatas de “punhos de renda” de FHC – o Neoliberal I – determinava o que o Brasil deveria fazer, até mesmo não defender seus interesses na OMC e na OIT no que tange, por exemplo, aos subsídios praticados pelos países ricos, a fim de defender e privilegiar suas indústrias, agriculturas, ou seja, lá o que o valha. 

Lula e Celso Amorim riem da torcida contra, que deseja para o Brasil a subserviência. 

Essa é a verdade. A diplomacia tucana, uma das mais subservientes da história deste país, que só faltava usar perucas à moda Luís XV, casacas e sapatos altos. A diplomacia tão cara às nossas burguesias metidas a nobres, mas que na realidade não passam de oligarquias decrépitas, mumificadas pelo tempo, saudosas da escravidão e que até hoje pensam em Paris, Londres e Nova York como suas cortes, sendo que eles vivem, moram e ganham muito, mas muito dinheiro mesmo na província que eles, equivocadamente, chamam-na de Brasil. 

São de um nonsense ridículo, que dá pena, pois não compreendem que todos os países e suas respectivas sociedades começaram do nada, foram também subdesenvolvidos, muitos deles são da era atrasadíssima da Idade Média e que com o tempo se transformaram em nações desenvolvidas, apesar de terem se beneficiado da colonização, ou seja, da exploração total de outros povos e de suas riquezas, patrimônios e força de trabalho, esta última traduzida em escravidão. Como se percebe, os “desenvolvidos” têm esqueletos reais guardados em seus armários e uma dívida incomensurável com aqueles que eles exploraram e dizimaram. Ponto. 

O competente embaixador Roberto Azevêdo incomodou demais a nossa mídia alienígena, intelectualmente colonizada, que prefere como embaixadores seus “especialistas” de prateleiras nas pessoas de Olavo Setúbal (dono do Itaú), Abreu Sodré (Fundador da Operação Bandeirante – Oban), Francisco Rezek, Fernando Henrique Cardoso – o Neoliberal I – (sim, ele ficou sete meses à frente do Itamaraty), Luiz Felipe Lampreia (“especialista” de prateleira da Globo News) e Celso Lafer, símbolo maior da subserviência dos governos dos tucanos, pois tirou os sapatos no aeroporto de Nova York, a mando de um subalterno da segurança estadunidense. Nada tão mais tucano e com a cara da “elite” brasileira. 

A OMC é um dos órgãos internacionais mais importantes do planeta. A organização é responsável pela regulação e regulamentação do comércio internacional, além de contemporizar, avaliar e resolver os conflitos comerciais entre seus sócios. O Brasil, querendo ou não os que torcem contra, é um jogador importante desse tabuleiro de xadrez, no que é relativo aos embates e interesses comerciais de cada país. A eleição de Roberto Azevêdo é uma vitória, sim, dos governos trabalhistas de Lula e Dilma, que preconizaram o acesso de outros países, que não fossem somente os ricos, aos órgãos internacionais em termos de comando politico e administrativo. 

Celso Amorim, chanceler de Lula, ajudou a liderar a construção e a edificação de órgãos poderosos como o Brics, o G-20, bem como a concretização do Mercosul, que, desprovida de pena, enterrou a Alca, tão defendida pelos EUA e pelos nossos torcedores do contra em terras tupiniquins. Lula passou a falar alto e firme nos fóruns internacionais, a reivindicar, inclusive, uma cadeira para o Brasil no Conselho de Segurança da ONU. Um dia, mais cedo ou mais tarde, o Brasil vai ter a cadeira, porque o Conselho de Segurança é dos tempos do fim da 2ª Guerra Mundial, e vivemos em um mundo muito maior, mais rico, tecnológico, globalizado, populoso e com novos protagonistas, como o Brasil, que também é, vale lembrar aos lorpas e pascácios, vencedor da 2ª Guerra. Aliás, o Brasil é o único latino-americano que enviou tropas para a grande guerra. E depois tem gente que não estuda direito para falar mal de Getúlio Vargas, que, para mim, é um verdadeiro gênio. 

A vitória de Roberto Azevêdo é, antes de tudo, a vitória do Brics, dos países emergentes, com forte apoio dos países pobres, mas que desejam uma nova ordem internacional, onde não apenas os estadunidenses, os europeus ocidentais, os canadenses, australianos e japoneses se locupletem e seus povos vivam uma vida repleta de realizações, confortáveis, enquanto a maioria do planeta tem de viver à míngua, a enfrentar crises políticas, econômicas, doenças, fome, guerras, rebeliões, invasões militares, a ter muitas vezes à frente da opressão e da violência os seus próprios governantes, patrocinados e promovidos pelas potências ocidentais, que têm interesses geopolíticos e econômicos em inúmeros países e por isso financiam todo tipo de barbaridade, com a finalidade de manter intactos os interesses do establishment. 

O Brasil atingiu um patamar elevado, a partir da ascensão de Lula ao poder. Celso Amorim abriu as veredas, e seu sucessor, chanceler Antônio Patriota, está a asfaltá-las. Não interessa aos EUA o Brasil ser autônomo e independente, mas a realidade é que sua política externa o é, como foi comprovado com o esvaziamento do golpe no Paraguai e sua posterior punição na Unasul e no Mercosul, bem como no episódio das eleições da Venezuela quando o EUA pediram a averiguação dos votos e o Brasil, sem vacilar e prontamente, reconheceu a vitória de Nicolás Maduro e a derrota do magnata, Henrique Capriles, filho da terceira família mais rica do país bolivariano. 

A má intenção da Secretaria de Estado dos EUA foi esvaziada, e a ordem constitucional e institucional na Venezuela preservada. A conquista da Diretoria-Geral da OMC, repito, sedimenta a vitória do Brasil em âmbito diplomático e se expande aos países emergentes, ao Mercosul, aos africanos, aos árabes e aos asiáticos. A imprensa burguesa brasileira, medíocre, golpista e porta-voz dos interesses dos países ricos vai ter de engolir a derrota do mexicano Hermínio Blanco, candidato apoiado pelos ricos. A eleição contou com a presença dos 159 países membros da OMC, o que valoriza ainda mais a vitória do brasileiro. O Brasil vai ocupar seu lugar de protagonista, querendo ou não os colonizados e subservientes que teimam em viver nesses pagos verdes e amarelos, afinal a recessão mundial tem de acabar. A torcida do contra perdeu de novo, e o Leonardo Boff tem razão. É Isso aí.

CAPITALISMO PROMOVE POBREZA

Como os bancos lucram com a fome do mundo

Alguém é absolutamente pobre quando tem
a renda per capita inferior a US$ 1,25 por dia:
mais ou menos R$ 2,50, ou seja, 75 reais ao mês.
É possível viver com esse dinheiro?

MAURO SANTAYANA
NO JORNAL DO BRASIL

A insuspeita Fundação Gates divulgou interessante estudo sobre o controle dos preços dos alimentos pelos bancos, por intermédio dos fundos especulativos (hedge). Da mesma forma que os bancos atuam no mercado derivativo com as primes do mercado imobiliário, fazem-no com os estoques de alimentos, o que aumenta espantosamente os preços da comida, sem que os produtores se beneficiem. Um exemplo, citado pelo estudo, que tem o título sugestivo de People die from hunger while banks make a killing on food — as pessoas morrem de fome, enquanto os bancos se enriquecem de repente, especulando com os alimentos. 

Como exemplo, o estudo cita o Fundo Armajaro, da Grã-Bretanha, que comprou 240 mil toneladas de cacau (7% da produção mundial) e as reteve até obter o maior preço da mercadoria nos últimos 33 anos. “Os preços do trigo, do milho e do arroz têm subido significativamente, mas isso nada tem a ver com os níveis de estoque ou das colheitas e, sim, com os traders, que controlam as informações e especulam no mercado” — conforme Olivier de Schutter, relator das Nações Unidas sobre o Direito à Alimentação. Os neoliberais sempre usam o argumento canalha de que o único caminho rumo ao enriquecimento geral e à igualdade é a do mercado sem nenhum controle do Estado, dentro da fórmula de Mme. Thatcher: o pobre que quiser viver melhor, que se vire. A senhora Francine Mestrum, em seu estudo, contradiz a falácia: “Em primeiro lugar, a transferência direta de recursos, que Lula iniciou no Brasil, provou ser efetiva ajuda direta aos extremamente pobres para irem adiante, em busca de empregos; ou para criarem seu próprio emprego; para melhorarem os padrões de saúde e reduzir o trabalho infantil. Este é o principal argumento para o desenvolvimento desses sistemas, e o próprio Banco Mundial os endossa”. 

Como sabemos, são vários os países em desenvolvimento que adotaram iniciativas semelhantes. Enquanto a Alemanha obriga os países europeus a cortarem até o osso seus orçamentos sociais — deixando como saldo o aumento espantoso do número de suicídios ou das pessoas mortas por falta de assistência médica do Estado e, a cada dia, mais trabalhadores obrigados a buscar, na lata de lixo, o que comer — os bancos continuam acumulando, e de forma criminosa, dinheiro e poder como nunca. O HSBC mundial, que ganhou do governo FHC o Banco Bamerindus, e que tem no Brasil o seu terceiro mercado mais lucrativo do mundo, teve que pagar quase 2 bilhões de dólares de multa, em acordo feito com o governo norte-americano, por ter, comprovadamente, lavado dinheiro do tráfico de drogas. Como se sabe, mesmo depois de ter pedido desculpas públicas pelo crime, o HSBC foi acusado, em março deste ano, de lavagem de dinheiro, evasão fiscal e remessa ilegal de recursos ao exterior pelas autoridades do governo argentino. Enquanto menos de um por cento dos seres humanos controlar, mediante sua riqueza, toda a população do mundo, a igualdade irá sendo empurrada cada vez mais para o futuro, e serão considerados nutridos os que ganharem cinco reais ao dia. 

Em 1973, quando o Muro de Berlim ainda dividia o mundo em dois blocos econômicos e políticos, o então presidente do Banco Mundial, Robert McNamara, disse que todas as nações deviam esforçar-se para acabar com a pobreza absoluta — que só existia nos países subdesenvolvidos — antes do novo milênio. Naquele momento os países ocidentais ainda davam alguma importância à política de bem-estar social, não só como um alento à esperança de paz dos povos mas, também, como uma espécie de dique de contenção contra o avanço do socialismo nos países do Terceiro Mundo. A Guerra do Vietnã, com seu resultado desastroso para os Estados Unidos, levou Washington a simular sua boa vontade para com os povos pobres. Daí o pronunciamento de McNamara. 

O novo milênio não trouxe o fim da miséria absoluta, embora tivesse havido sensível redução — mais em consequência do desenvolvimento tecnológico, com o aumento da produtividade de alimentos e bens de consumo primário, do que pela vontade política dos governos. 

Na passagem do século, marcada pelo desabamento das Torres Gêmeas, o FMI, o Banco Mundial — e a própria ONU — reduziram suas expectativas, prevendo, para 2015, a redução da pobreza absoluta à metade dos índices registrados em 1990. Em termos gerais, essa meta foi atingida cinco anos antes, em 2010. A extrema pobreza, que atingia 41,7% da população mundial em 90, caiu para 22% em 2008 — graças à fantástica contribuição da China e da Índia, conforme adverte Francine Mestrum, socióloga belga, em recente estudo sobre o tema. 

Por outro lado, o número absoluto de pobres na África Negra dobrou no mesmo período. A China que, pelo número dos beneficiados, puxou o trem contra a desigualdade, já chegou a um ponto de saturação. Com o seu crescimento reduzido, como se espera, a China levará muitos decênios para baixar o número de seus pobres absolutos à metade. 

Considera-se alguém absolutamente pobre quando tem a renda per capita inferior a US$ 1,25 por dia: mais ou menos R$ 2,50, ou seja, 75 reais ao mês. Esse critério é, no mínimo, cínico. É possível viver com esse dinheiro? Há quem possa: os trabalhadores das multinacionais nas tecelagens e confecções de Bangladesh e de outros países da Ásia do Sul não chegam a ganhar cinco reais ao dia. 

Trabalhadores das multinacionais nas tecelagens e confecções de Bangladesh não chegam a ganhar cinco reais ao dia 

O governo de Bangladesh, em seu portal, declara ser o país “de portas abertas“ (open door), com todas as garantias e vantagens legais aos investidores, principalmente nas zonas especiais de produção para exportação (Export processing zones). Em Bangladesh a privatização de empresas públicas chegou à perfeição, e a miséria dos trabalhadores, também — conforme a meta do neoliberalismo. 

Só há uma saída para o impasse: a mobilização política dos cidadãos de cada país do mundo, em uma organização partidária e ideológica nítida em seus princípios e objetivos e em sua ação coerente, a fim de colocar coleiras nos banqueiros. E será sempre salutar ver um banqueiro na cadeia, como está ocorrendo, menos do que é necessário, nos Estados Unidos.

VINGANÇA

 A vingança é um ato de defesa e um ato de reparar maldade executada de forma planejada, premeditada, a qual deve ser interrompida para que ...