# VEREADORES CONTRA PROFESSORES #


Projeto do prefeito revolta professores 

Prefeito Joaquim Nogueira elabora
projeto que prejudica professores
e oito vereadores de Dom Eliseu
aprovam a lei que diminui salários

WALQUER CARNEIRO


Policiais para conter manifestação atiraram nos professores que protestavam

Na terça-feira (26) à noite trabalhadores em educação pública do Município de Dom Eliseu que protestavam em frente a câmara de vereadores foram dispersados pelo grupo tático da PM de Paragominas. A manifestação ocorreu em decorrência da votação do Projeto de Lei 004/2013 enviado pelo prefeito municipal de Dom Eliseu, Joaquim Nogueira a câmara de vereadores que prevê a reformulação do PCCR – Plano de Cargos Carreira e Remuneração, dos servidores da educação pública municipal.

O PCCR foi elaborado em 2007 em conjunto com o Sintepp e administração municipal e aprovado em 2010 pela legislatura daquele período e sancionado pelo atual prefeito reeleito. 

Para o vereador Pedro Mesquita, que votou contra o projeto a lei, da forma que foi aprovada causará transtornos para a atuação dos professores. “Não dá para entender uma decisão desta natureza que vai contra a lógica trabalhista que não permite a diminuição de salários, ainda mais que as bonificações são garantias legais”, falou Pedro que também é professor. 

De acordo com coordenadores do Sintep – Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará, a reformulação propõe a redução de níveis de cargos de 5 para 3, neste item o projeto extingui o nível de pós graduação pelo qual o professor recebe um incentivo de 30%, diminui, também porcentagens de vantagens em decorrência do grau de qualificação, o adicional de incentivo profissional e a gratificação de difícil acesso. 

A ação da PM começou logo após o fim da sessão e aprovação do projeto quando os vereadores começaram a sair do recinto e a multidão começou a vaiar e vociferar palavras de protestos contra os edis, e ato seguinte a PM começou a disparar bombas de efeito moral e balas de borracha contra os manifestantes deixando mais de uma dezenas de pessoas feridas, entre elas idosos e crianças.

Depois da agressão os manifestantes atearam fogo na Br-010
Em contato com a assessoria de imprensa da câmara e da prefeitura a reportagem foi informada que a decisão de reformular o PCCR foi tomada em decorrência puramente preventiva, pois da forma em que o plano estava constituído poria em risco o pagamento futuro dos servidores da educação pública já que parte das gratificações e bonificações são progressivas conforme o nível de formação do educador, sendo que a tendência é aumentar a quantidade de professores e o nível de formação. 

Pedro Mesquita disse que o problema é que os recursos da educação são mal gerenciados e a solução encontrada para adequar a folha de pagamento foi reduzir os vencimentos dos trabalhadores. “Junto com o Sintepp fizemos um levantamento da folha e chegamos a conclusão de que há recursos suficiente para manter os salários atuais, e a administração não disse o que fará com cerca de 200 mil reias que será economizado com a redução salarial”, declarou o vereador para quem a retirada dos direitos desmotivará o professor na sala de aula. “A perda salarial da categoria será em média de 500 reais, com os quais os professores já fizeram compromissos”, finalizou o vereador. 

Após a agressão sofrida pela polícia a turba enfurecida juntou pedaços de madeira, lixo e pneus velhos acenderam uma fogueira bloqueando a Br-010 e em seguida foram até a prefeitura com a intenção de depredar o prédio e mais uma vez forma dispersados pela PM.

VEREADORES QUE APROVARAM A LEI

Ao alto da esquerda para a direita: Cinélia, Irmão Edimar, Maria José,  Genilson;
Acima da esquerda para a direita: Pereira, Izanete, Ildemar, Zé Pedro.
A câmara de vereadores de Dom Eliseu é composta por 13 membros, e, destes, quatro se posicionaram contra o projeto, e nove a favor. Os vereadores favoráveis foram Irmão Edimar (PTB), Maria José (PSDB), Pereira (PMDB), Cinélia (PMDB), Izanete (PTB), Paulo Cesar (PDT), Genilson (DEM), Ildemar (DEM) e Zé Pedro (PMDB), este que não compareceu na sessão de votação e aprovação do projeto 0004/2103. 

Nos seis dias que antecederam à votação e aprovação do projeto grupos de professores foram até os vereadores citados a cima com o objetivo de sensibilizá-los a não votarem no projeto ou até mesmo modificar o teor do mesmo para que não prejudicasse tanto os servidores, mas os professores não tiveram êxito no intento e chegaram até mesmo a serem mal tratados por certos vereadores. Mesmo assim mantiveram-se a esperança de que os nove contra fizessem modificações para no mínimo darem demonstração de serem, mesmo que aparentemente, um poder realmente independente e não subserviente ao executivo. 

O fato dos nove vereadores não terem feito modificações que permitisse menos perdas para os professores foi um flagrante exemplo da falta de preparo para exercerem seus mandatos de forma autônoma

DE ONDE SAIU O PLANO 

Desde o mês de novembro de 2012 que os coordenadores do Sintepp tinham conhecimento de que o prefeito planejava efetuar uma mudança radical no PCCR da educação, mas o Sintepp não acreditava que isso fosse feito sem a presença de representantes dos trabalhadores em educação publica do município. Todavia contra a expectativa dos professores e o bom senso a nortear a convivência pacífica e democrática o secretário municipal de educação, Roque Rodrigues Filho resolveu elaborar o projeto a revelia dos trabalhadores em educação e para isso ele contratou o advogado Claudemir Vieira e convocou o professor Jardsdon Doney Gonçalves, presidente do conselho municipal de educação que atua como técnico na secretaria de educação para urdirem em surdina o plano prejudicial aos professores. 

Claudemir também foi o mentor de um plano semelhante para a secretaria municipal de Itinga Maranhão, mas os vereadores daquele município tiveram a coragem de fazerem modificações no plano original tornando o projeto menos maléfico para os professores de Itinga Maranhão, mas todavia Claudemir foi execrado pela população sendo afastado do setor público da educação e acabou sendo adotado pelo secretário de educação de Dom Eliseu para fazer dupla com Jardson Doney.  


Claudemir Vieira           Jardson Doney


FILOSOFIA

Algo sobre a verdade e o erro 

Ao se permitir receber como verdade
uma premissa que não é verdadeira
o indivíduo corre o risco de abrir
mão de sua liberdade sem saber a razão

POR RAUMSOL*


A evolução consciente permite ao homem defender-se do engano onde quer que este o espreite, porque fundamenta sua defesa no conhecimento das causas que o engendram. Assim, por exemplo, sabe que é impostura o que não concorda com a realidade e o que se esquiva à verificação individual, à qual todo ser tem direito. CLIQUE AQUI.

# NOVO PROJETO DO GASTON #


Cultura de abóbora em grande quantidade 

Com o novo projeto Gaston pretende 
aproveitar um nicho do mercado 
pouco explorado pelos 
produtores rurais em Dom Eliseu 

DA REDAÇÃO DO BLOG 

Diversificar a produção agrícola é importante quando se quer ter competitividade e oportunidades para absorver capital contido na economia de mercado, pois é assim que funciona o sistema capitalista, mas plantar abóboras, talvez seja a última cultura que a maioria dos agricultores de Dom Eliseu se atreveriam a fazer, por crer ser essa uma cultura ordinária e sem muito glamour como plantar milho e soja, ou até mesmo a joia do momento, o eucalipto. Mas é justamente a abóbora que poderá vir a ser um dos próximos grandes carros chefes da produção agrícola municipal, pois já há um projeto de experiência em produção de abóboras na região desenvolvido pelo empresário, agrônomo  agricultor e líder político Gaston Siviero.

Gaston faz parte de uma família que se instalou em Dom Eliseu  a partir do ano de 1977, quando por aqui chegou o pai dele, Claudino Siviero junto com os filhos homens mais velhos, enquanto Gaston, o filho mais novo, estudava no estado do Paraná onde se formou em agronomia  pela UFPR – Universidade Federal do Pará -, com especialidade na área de defensivos agrícolas pela UFV - Universidade Federal de Viçosa-. 

Após a sua formatura Gaston trabalhou na Coamo Agroindustrial, a maior cooperativa de grãos do Brasil, quando no princípio de 1991 ele resolveu então se estabelecer definitivamente em Dom Eliseu, sendo o pioneiro na produção de grãos no estado do Pará, e por isso recebeu, em 2012, o Título de Cidadão do Pará concedido pela Assembleia Legislativa do Estado.


Gaston ajudou a criar, junto com seu irmão Marco Siviero, e outros empreendedores,  o CPP- Centro de Produção de Paricá que permitiu desenvolver pesquisas para a adaptação desta espécie de árvore na região, e a partir daí ele passaram a promover o cultivo de floresta comercial com paricá, além de diversificar a produção de grãos com soja, milho e arroz. 


OUSADIA É SEU COMBUSTÍVEL 

Em Dom Eliseu, hoje, o produtor rural também precisa levar em consideração as regras da legislação ambiental promovendo a preservação do meio ambiente, o que levou a muitos a partir para produção de floresta comercial, plantando árvores, a exemplo do paricá. 

Mas ousadia entre os produtores rurais é para poucos, e Gaston Siviero é um desses empresários rurais que tem como  atributo principal ser arrojado, indo além, onde poucos se atreveram a ir. 

O centro de pesquisa de Paricá foi uma visão futurista que permitiu a Gaston ser um dos primeiro em investir na plantação de floresta comercial, e agora, novamente, com o projeto de plantação extensiva de abóbora. Gaston inova , pois no projeto de abóbora ele está utilizando o método consorciado, abóbora em meio ao plantio de paricá, em uma área de 50 hectares onde está sendo cultivada abóbora da variedade jacarezinho. A abóbora pertence à  família das cucurbitáceas e essa plantação do projeto do Gaston começa a ser colhida a partir de maio com duração de dois meses, e uma característica peculiar, que outros legumes não têm, é que a abóbora pode ser estocado por até dois meses ou mais. 

“Esta é uma experiência, mas como há uma boa receptividade do mercado poderá haverá continuidade no projeto”, disse Gaston com um olhar de aprovação para os primeiros frutos de seu trabalho.

FILOSOFIA

A AFLIÇÃO FILOSÓFICA DE ROSA
O que entendo do Paradoxo Incognoscível

Todos os seres humanos,
em maior ou menor grau,
procuram desvendar aquilo que
se tem dificuldade para se conhecer

WALQUER CARNEIRO

O que vemos posto ao redor é sistematizado pela mente infinita, mas paradoxalmente nosso consciente superficial registra de forma finita, todavia no consciente profundo está, desde sempre, registrada as verdades fundamentais dos elementos mecânicos, físicos e químicos que rege tudo o que existe. Tudo é energia, essa energia é que contém todas as informações universais, e como humanos somos formados por essa energia que contém todas as informações. Clique aqui

DIREITOS HUMANOS

PUNIR CRIMINALMENTE AOS 16 ANOS
É certo diminuir a maioridade penal ?

Diante de uma situação difícil
procura-se a saída mais fácil,
mas que, talvez, não
seja a mais certa ou aprovável

WALQUER CARNEIRO

A disseminação da miséria pela sociedade capitalista é que faz com que seres humanos comecem a praticar crimes cada vez mais cedo na vida. A tecnologia e informação de forma desregrada entrando nos lares onde os pais não têm o devido preparo para orientar os filhos é que possibilita o que vemos hoje entre os adolescentes. Porque então, ao invés de pedir redução da maioridade penal nós...Clique aqui

# AUDIÊNCIA JUDICIAL DO 13 CONTRA O QUINZE #

Gaston pede a cassação de Joaquim 

Audiência judicial reuniu pessoas ligadas 
à administração municipal que teriam 
facilitados supostas irregularidades ao 
prefeito eleito durante a campanha eleitoral 

DA REDAÇÃO DO BLOG 

Dia 19 de março de 2013. Início às 14:30 término às 22:00 

O juiz da 84ª zona eleitoral de Dom Eliseu deu início ontem ao processo de audiências e verificação de denuncias contidas na AIME - Ação de Impugnação de Mandato Eletivo- onde estão enumeradas uma série de irregularidades e indícios de crimes eleitorais apresentadas pela coligação Tudo Novo com a Força do Povo, que teve como candidato a prefeito o empresário Gaston Seviero. As irregularidades foram detectadas durante a campanha eleitoral de 2012, que junto com três advogados fez a apresentação das denúncias diante do juiz.



Ontem aconteceu aquilo que no linguajar jurídico é conhecido como oitivas, onde o juiz ouve as testemunhas das partes envolvidas, que no caso em tela, cinco pessoas representando a coligação Unidos Por Dom Eliseu, que teve o prefeito Joaquim Nogueira Neto como candidato e Gersilon Silva como vice. Essas pessoas foram apresentadas pela acusação como diretamente envolvidas nos supostos crimes eleitorais. Entre as pessoas ouvidas do lado do Joaquim estavam o secretário de educação Roque, secretária de saúde Eliana e secretário de assistência social Eldo, além do vereador Paulo Cesar que na época da eleição estava licenciado do cargo de secretário de assistência social. Além destes foram ouvidos também servidores públicos e cidadãos comuns num total de oito pessoas. 

As acusações foram apresentadas, os envolvidos foram ouvidos e agora começo a parte das diligências onde o juiz vai avaliar as acusações apresentadas. As partes terão dois dias, a partir do dia 19, para efetivar a preparação de documentos que possam reforçar as acusações ou atenuá-las por parte da defesa. 

De acordo com informações o processo da AIME poderá durar cerca de 30 a 40 dias até que se chegue a uma conclusão e o juiz profira uma sentença final em primeira instância. 

São várias as acusações feitas na Ação de Impugnação de Mandato Eleitoral como o recebimento de recursos da mais de 1 milhão durante o período eleitoral, através da defesa civil, que em tese seriam utilizados para sanar problemas causado por catástrofe natural em Dom Eliseu, no caso enchente, vales transportes distribuídos aos milhares, distribuição de senhas para casa popular, isenção de impostos para empresa construtora e a exibição de uma entrevista na TV Atlântico onde o governador do estado junto com o vice prefeito Silon pedem votos para o Joaquim. Todas essas ações são vedadas de serem efetivadas pela legislação durante o período eleitoral.

CONSUMIR COM DIREITOS GARANTIDOS

Dilma faz ampliar direitos do consumidor

Plano garante status de política de Estado ao direito
do consumidor e prevê fortalecimento dos Procons
e das agências reguladoras, bem como maior
controle e transparência sobre pacotes e tarifas

FONTE – BRASIL ATUAL


Na esteira da expansão da renda do brasileiro, do aumento das vendas de produtos e serviços e do surgimento da chamada nova classe média, o governo federal anunciou nesta sexta-feira (15) um pacote de medidas para regular as relações de consumo do país – o Plano Nacional de Consumo e Cidadania (Plandec). 

"Um país que retirou milhões de pessoas da miséria, que chegou ao pleno emprego, e que ampliou o acesso de sua população ao consumo, tem a obrigação de garantir o respeito aos direitos dessas pessoas que passaram a adquirir mais produtos e serviços", disse a presidenta Dilma Rousseff durante o anúncio das medidas, que têm como um de seus pontos principais o fortalecimento das agências reguladoras. Ela disse que, com o plano, o Brasil passa a tratar o direito do consumidor como política de Estado. 

José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, destacou a necessidade de estabelecer um sistema que previna conflitos, que solucione os problemas rapidamente e com menos custos ao Estado e que também estabeleça sanções justas em caso de desrespeito ao Código de Defesa do Consumidor. 

"Isso é bom para todos", frisou Cardozo. "Um sistema bem calibrado de defesa das relações de consumo não é só punitivo. É também necessário haver uma política que permita aos setores produtivos terem condições de melhorar seus serviços e produtos", concluiu. 

Para a presidenta, o lançamento do Plano Nacional de Defesa do Consumo e Cidadania marca o estabelecimento de uma nova forma de poder público e privado se relacionarem com os cidadãos e clientes. "De agora em diante, o país tem uma política de Estado para garantir que, à medida que conquistamos mais direito a consumir, que possamos consumir com direitos", definiu, citando o mote de lançamento do plano. 

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O COLAPSO DE SUA TEOLOGIA CATÓLICA

Razão maior da renúncia de Bento XVI? 

O fracasso e colapso do edifício teológico
de Bento XVI lhe pôs cativo de sua própria
teologia, não lhe restou outra alternativa
senão honestamente renunciar

POR LEONARDO BOFF


É sempre arriscado nomear um teólogo para a função de papa. Ele pode fazer de sua teologia particular a teologia universal da Igreja e impô-la a todo o mundo. Suspeito que esse foi o caso de Bento XVI, primeiramente enquanto cardeal, nomeado prefeito da “Congregação da Doutrina da Fé” (ex-Inquisição) e depois papa. Tal fato não goza de legitimidade e se transforma em fonte de condenações injustas. Efetivamente, condenou mais de cem teólogos e teólogas por não se enquadrarem em sua leitura teológica da Igreja e do mundo. 

Razões de saúde e o sentimento de impotência face à gravidade da crise na Igreja o levaram a renunciar. Mas não só. No texto de sua renúncia, dá conta da “diminuição de vigor do corpo e do espírito” e de “sua incapacidade” de enfrentar as questões que dificultavam o exercício de sua missão. Por detrás dessa formulação, estimo que se oculta a razão mais profunda de sua renúncia: a percepção do colapso de sua teologia e do fracasso do modelo de Igreja que quis implementar. Uma monarquia absolutista não é tão absoluta a ponto de dobrar a inércia de envelhecidas estruturas curiais. 

As teses centrais de sua teologia sempre foram problemáticas para a comunidade teológica. Três delas acabaram refutadas pelos fatos: 


--o conceito de Igreja como “pequeno mundo reconciliado”; 

--a “Cidade dos Homens” só ganha valor diante de Deus passando pela mediação da “Cidade de Deus”; 

--e o famoso “subsistit” que significa: só na Igreja Católica subsiste a verdadeira Igreja de Cristo; todas as demais Igrejas não podem ser designadas igrejas. 

Essa compreensão estreita de uma inteligência aguda, mas refém de si mesma, não tinha a força intrínseca suficiente e a adesão para ser implementada. Bento XVI teria reconhecido o colapso e, coerentemente, renunciado? Há razões para essa hipótese. 

O papa emérito teve em Santo Agostinho seu mestre e inspirador, objeto, aliás, de algumas conversas pessoais com ele. 

De Agostinho, assumiu a perspectiva de base, começando com sua exdrúxula teoria do pecado original (se transmite pelo ato sexual da geração). Isso faz com que toda a humanidade seja uma “massa condenada”. Mas dentro dela, Deus por Cristo, instaurou uma célula salvadora, representada pela Igreja. Ela é “um pequeno mundo reconciliado” que tem a representação (Vertretung) do resto da humanidade perdida. Não é necessário que tenha muitos membros. Bastam poucos, contanto que sejam puros e santos. Ratzinger incorporou essa visão. Completou-a com a seguinte reflexão: a Igreja é constituída por Cristo e os Doze Apóstolos. Por isso é apostólica. Ela é apenas esse pequeno grupo. Desconsidera os discípulos, as mulheres e as massas que seguiam Jesus. Para ele, não contam. São atingidas pela representação (Vertretung) que “o pequeno mundo reconciliado” assume. Esse modelo eclesiológico não dá conta do vasto mundo globalizado. Quis, então, fazer da Europa “o mundo reconciliado” para reconquistar a humanidade. Fracassou porque o projeto não foi assumido por ninguém e até posto a ridículo. 

A segunda tese tirada também de Santo Agostinho é sua leitura da história: o confronto entre a Cidade de Deus e a Cidade dos Homens. Na Cidade de Deus está a graça e a salvação: ela é o único pedágio que dá acesso à salvação. A Cidade dos Homens é construída pelo esforço humano. Mas como já é contaminado, todo o seu humanismo e demais valores não conseguem salvar porque não passaram pela mediação da Cidade de Deus (Igreja). Por isso que ela é eivada de relativismos. Consequentemente, o cardeal Ratzinger condena duramente a teologia da libertação, porque esta buscava a libertação pelos pobres mesmos, feitos sujeitos autônomos de sua história. Mas como não se articula com a Cidade de Deus e sua célula, a Igreja, é insuficiente e vã. 

A terceira é uma interpretação pessoal que dá do Concílio Vaticano II quando fala da Igreja de Cristo. A primeira elaboração conciliar dizia que a Igreja Católica é a Igreja de Cristo. As discussões, visando o ecumenismo, substituíram o “é” pelo subsiste para dar lugar a que outras Igrejas cristãs, a seu modo, realizassem também a Igreja de Cristo. Essa interpretação, sustentada na minha tese doutoral, mereceu explícita condenação do cardeal Ratzinger no seu famoso documento “Dominus Jesus” (2000). Afirma que “susbsiste” vem de "subsistência", que só pode ser uma e se dá na Igreja Católica. As demais Igrejas possuem “somente” elementos eclesiais. Esse “somente” é um acréscimo arbitrário que fez ao texto oficial do Concílio. Tanto eu quanto outros notáveis teólogos mostramos que esse sentido essencialista não existe no latim. O sentido é sempre concreto: “ganhar corpo”, “realizar-se objetivamente”. Esse era o “sensus Patrum” o sentido dos Padres conciliares. 

Essas três teses centrais foram refutadas pelos fatos: dentro do “pequeno mundo reconciliado” há demasiados pedófilos, até entre cardeais, e ladrões de dinheiros do Banco Vaticano. A segunda, de que a Cidade dos Homens não tem densidade salvadora diante de Deus, labora num equívoco ao restringir a ação da Cidade de Deus apenas ao campo da Igreja. Dentro da Cidade dos Homens, se encontra também a Cidade de Deus, não sob a forma de consciência religiosa, mas sob a forma de ética e de valores humanitários. O Concílio Vaticano II garantiu a autonomia das ‘realidades terrestres’ (outro nome para secularização), que tem valor independentemente da Igreja. Contam para Deus. A ‘Cidade de Deus’ (Igreja) se realiza pela fé explícita, pela celebração e pelos sacramentos. A ‘Cidade dos Homens’ pela ética e pela política. 

A terceira, de que somente a Igreja Católica é a única e exclusiva Igreja de Cristo e, ainda mais, que fora dela não há salvação, tese medieval ressuscitada pelo cardeal Ratzinger, foi simplesmente ignorada como ofensiva às demais Igrejas. Ao invés do “fora da Igreja não há salvação” se introduziu, no discurso dos papas e dos teólogos, “o universal oferecimento da salvação a todos os seres humanos e ao mundo”. 

Nutro séria suspeita de que tal fracasso e colapso de seu edifício teológico lhe tirou “o necessário vigor do corpo e do espírito” a ponto de, como confessa, “sentir incapacidade de exercer seu ministério”. Cativo de sua própria teologia, não lhe restou outra alternativa senão honestamente renunciar.” 

FONTE: escrito por Leonardo Boff, teólogo, filósofo e escritor. Publicado no site “Carta Maior”

# LOUCOS, ANIMAIS E ACIDENTES #

Todos os dias é registrado um acidente em Dom Eliseu

Veículos precários, condutores
sem prática, falta de fiscalização e
estruturação faz com que o
trânsito de Dom Eliseu seja caótico

WALQUER CARNEIRO

A cidade de Dom Eliseu não mais apensa um povoado a beira da estrada. Somos, hoje, uma população com 60 mil habitantes, deste total cerca de 12% possui um veículo automotivo, o que faz com que o tráfego nas ruas da cidade seja intenso e acidentes aconteçam todos os dias como o ocorrido nesta quarta-feira (6) à noite. 


O fato aconteceu na Rua Jarbas Passarinho, logo em frente ao Espetinho do Valmir, na Praça do Banco do Brasil, quando um jovem, conduzindo uma moto em alta velocidade perdeu o equilíbrio por causa de um cachorro que atravessou a rua. 

Com uma frota de veículos que beira os 7 mil veículos e nenhuma organização no trânsito a cidade está a mercê de um grande número de aleijados mentais que acreditam que sabem conduzir um veículo automotor. Além de que temos autoridades cegas e permissivas que facilitam ocorrência absurdas no trânsito local, como pessoas que apostam corridas e fazem acrobacias com motos pelas vias urbanas de Dom Eliseu.



Só de motocicletas circulam pelas ruas de Dom Eliseu, todos os dias, nada mais nada menos do que 3.211 unidades, mas nem tudo está perdido, pois na primeira reunião ordinária da câmara de vereadores (dia 27) dois temas de relevante importância foram colocados na tribuna pelos vereadores Pedro Mesquita, Ananias Martins e Maria José. A organização do trânsito e a retirada dos animais soltos das ruas de Dom Eliseu. Ambas as situações causadora de problemas para a sociedade domeliseuense. 

Ontem eu presenciei um acidente de trânsito que ilustra bem essa situação. 

O acidente se deu quando o jovem tentou se desviar do animal. Por causa da velocidade ele não conseguiu manter o controle do veículo e acabou por atingir o cão. 

Ao tentar evitar o animal, o jovem condutor da moto se desviou para o lado esquerdo indo colidir com um automóvel de cor preta. 

Na queda o jovem conseguiu rolar e saiu sem ferimentos, mas a moto foi bater de frente com o automóvel que teve parte da dianteira avariada. 

Uma pequena confusão começou porque o jovem condutor da moto mandou que alguém tirasse a moto dele do local, e isso deixou contrariado os ocupantes do automóvel. 

A polícia militar foi acionada e todos foram levados para a delegacia de polícia para resolver a pendenga. 

Esse é apenas um exemplo de situação que acontece todos os dias em Dom Eliseu, cuja maioria passa despercebido pelos meios de comunicação, e até mesmo das autoridades que deviam tomar providências para solucionar o problema.

SOLIDARIEDADE COM O CÃO




Outro fato que está incomodando boa parte dos condutores de veículos é a enorme população de animais vagando soltos pelas ruas da cidade. A quantidade é percebida com apenas uma olhada em qualquer rua onde se vê desde cães, gatos e animais equinos, e foi esse o fator preponderante a causa o acidente de quarta-feira à noite. 

A moto em disparada bateu no animal quando esse ia ao meio da rua. O pneu dianteiro passou por cima do quarto traseiro do cão, rompendo o osso um pouco acima do joelho. O animal, em dor, ainda conseguiu se arrastar até a calçada e lá ficou lambendo a ferida. 

Em meio à confusão provocada pela batida dos veículos um grupo de pessoas lembraram do cachorro que foi o pivô do acidente. O cão durante uns minutos ficou esquecido, com a perna traseira quebrada, segura apenas pelo couro que não havia se rompido. 

Em determinado momento o animal soltou um uivo de dor chamando a atenção de um grupo de jovens que resolveram então prestar primeiros socorros animal, na verdade uma cadela. 

Imediatamente conseguiram uma faixa, fizeram uma tala e imobilizaram a perna do animal e depois a colocaram sob a marquise do Banco do Brasil para que ficasse mais segura. 

MAIS EMPREGOS NO XINGU

28% de participação na geração de empregos no Pará

O setor econômico que teve mais
destaque foi o da Construção Civil
e somente a Administração Pública teve
saldo positivo de um posto de trabalho

DA REDAÇÃO
AGÊNCIA PARÁ DE NOTÍCIAS




A Região de Integração (RI) do Xingu aumentou sua participação relativa na geração de empregos celetistas no Estado do Pará, de 13,20% em 2011 para 28,14% em 2012, ficando atrás apenas da Região Metropolitana de Belém, que tem 33% de participação. É o que aponta o “Boletim do Mercado de Trabalho na RI Xingu”, elaborado pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (Idesp) como parte do projeto “Observatório Belo Monte”, disponível no site do órgão. 

De acordo com o documento, a Região de Integração do Xingu foi a que se destacou com o maior número de novos empregos (3.701) no ano de 2012, um crescimento de 54,43% se comparado a 2011, totalizando 10.500 postos de trabalho ao final. Este desempenho observa-se, principalmente, em decorrência das obras de construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, iniciadas em 2010 e que devem atingir o pico de contratação durante este ano de 2013, com a abertura de 20 mil postos de trabalho. 

Desta forma, o setor econômico que teve mais destaque foi o da Construção Civil, com a criação de 9.217 postos, e os outros que de certa forma se ligam ou são influenciados por ele, o de Serviços (1.056 postos) e de Comércio (628 postos). Além destes, somente a Administração Pública teve saldo positivo de um posto de trabalho. Os demais ficaram com números negativos: Indústria de Transformação (-307), Serviços Industriais de Utilidade Pública (-63), Agropecuária (-17) e Extrativa Mineral (-15).

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#TRABALHADORES PROTESTAM NA CÂMARA#

Servidores da educação pedem apoio a vereadores

Serventes, vigias e merendeiras estão
lutando para garantir direitos adquiridos
e para isso procuram apoio de vereadores,
mas apenas três se pronunciam a favor

WALQUER CARNEIRO


Continua a luta dos servidores da educação pública de Dom Eliseu que fazem parte do grupo de pessoal de apoio formado por serventes, merendeiras e vigias. Nesta terça-feira cerca de 80 deles compareceram ao plenário da câmara de vereadores na continuidade da mobilização pela garantia dos direitos adquiridos pela categoria que está reivindicando a segurança do enquadramento ao Plano de Cargos Carreira e Remuneração (PCCR). 

O enquadramento acontece para todos os servidores da educação a partir de certo período de tempo de serviço prestado, diante do qual o trabalhador tem acesso a benefícios salariais e evolução de cargo, mas esse direito está sendo negado ao pessoal de apoio. A justificativa do secretário de educação Roque Rodrigues é de que as pessoas do grupo de apoio fizeram o concurso atendendo um edital direcionado para o setor administrativo, o que segundo o secretário não lhes dá o direito aos benefícios de enquadramento de acordo com o PCCR.



Todavia a coordenação do Sintepp discorda desta posição do secretário de educação, pois, segundo o vereador Professor Pedro Mesquita, apesar do edital do concurso direcionar para o setor administrativo todas as pessoas do grupo de pessoal de apoio foram, imediatamente após o resultado do concurso, lotados na secretaria de educação. “Isso se deu há mais de cinco anos atrás, o que dá a esses trabalhadores a prerrogativa de direito adquirido”, esclareceu o vereador. 

A presença dos servidores na câmara de vereadores se deu com o objetivo de reforçar a iniciativa do Sintepp - Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará -, em Dom Eliseu, que solicitou ao vereador Pedro Mesquita interceder junto ao prefeito Joaquim Nogueira Neto para que determine a cessão permanente desses servidores para a secretaria de educação. Além de que a presença dos servidores do grupo de apoio no plenário da câmara de vereadores se deu com o propósito de sensibilizar os demais vereadores para também intercedam junto ao prefeito. 

O vereador Pedro Mesquita foi à tribuna, e no momento de seu pronunciamento os servidores do grupo de pessoal de apoio iniciaram uma manifestação silenciosa exibindo cartazes com frases clamando por apoio dos vereadores. “Peço em nome destes trabalhadores que os meus nobres colegas apoiem a luta desta categoria que presta um relevante serviço à educação pública municipal que não podem pagar por um erro de edital”, disse o vereador. 

Atendendo aos apelos do vereador Pedro e dos servidores em manifestação, apenas três vereadores se pronunciaram favoráveis em apoiar a indicação de Pedro e a reivindicação dos trabalhadores. O vereador Daniel Andrade, Ananias Martins e Claudia Machevesk. Os demais permaneceram em silêncio quanto a questão reclamada pelo grupo do pessoal de apoio.

A PARTIR DA RUA ELE VENCEU

Bira, o cidadão que a vontade criou 

Para quem nunca foi ao limite,
para quem vive dentro de condições
mais confortáveis, o agir desse rapaz
é algo absurdo, inverossímil

POR URARIANO MOTA*
DO BLOG BOI TEMPO


Quando surgiram as primeiras notícias, a maioria das pessoas não acreditou. Um morador de rua, um mendigo, passar no concurso do Banco do Brasil?! Seria o mesmo que acreditar em contos da carochinha. No entanto, Ubirajara Gomes da Silva existe, é de carne e osso, mais ossos que carne, pelo menos até passar no concurso. Com 1,74 m de altura, chegou a pesar algo em torno de 50 quilos. 

Ele é um jovem de 27 anos, mulato, com um olhar zen, uma posturazen, uma fala zen, difícil às vezes de se ouvir. Tem o segundo grau, que conseguiu em exames do supletivo. Mas é diplomado em matéria de sofrer. Filho de uma garçonete com um ex-policial, que não o reconheceu como filho. Sobre essas coisas, digamos, menos materiais, sobre isso ele não gosta de falar. Dói mais que a fome. 

– Essa prova que eu fiz agora foi até no Dia dos Pais, 12 de agosto, ele diz. 

– Você já chorou muito? 

– Já. Já chorei tanto, que eu não tenho mais lágrimas. 

– Por que? 

– Falta de mãe, de família. De pai. (Longo silêncio.) 

Então Bira saiu de casa para ser criado pela avó. E passou a levar surras. Então ele fugiu para as ruas, aos 15 anos. Quando tinha 17, soube que sua mãe falecera, soube apenas, mas não pôde ir ao velório. Nos 12 anos em que morou nas ruas, dos 15 aos 27 de idade, conta que certa vez ficou 30 dias sem alimento. 

– Como é que alguém consegue passar 30 dias sem comer? pergunto. 

– Passando… Eu passei 30 dias sem comer, mas tomando água, comendo muito pouco, 30 dias sem me alimentar. Eu vivia dormindo, era muito sonolento, minha pressão caía, e o pessoal falava, “ele só quer dormir. É a vida que ele quer”. O pessoal me chamava de preguiçoso, de doido… 

– E você se acostumou a passar fome? 

– Me acostumei assim, não é? Não é que eu me acostumei. Me acostumei porque não tinha. Mas não me acostumei de achar aquilo uma coisa legal… me acostumei por causa de não ter mesmo, de não ter de onde ganhar. 

– Como é que você conseguia comer? 

– É interessante esse negócio de comida, porque eu pegava 1 real, todos os dias, ia lá no Mercado da Madalena e comprava uma fatia pequenininha de bolo de rolo e um copo de coca. Isso pela manhã. À tarde, normalmente eu não comia. 

– E como é que você conseguia estudar com fome? 

– Eu me alimentava muito de glicose, de coisas doces. Café muito doce. Não sei se você sabe, não é?, quando você come glicose, alguma coisa doce, ajuda assim a raciocinar. Por exemplo, tem muita gente que quando vai fazer prova, leva uma barrinha de chocolate. 

Esse quadro seria desculpa para toda a falta de ação, para todas as desculpas de aceitar um estado miserável. Para quem nunca foi ao limite, para quem vive dentro de condições mais confortáveis, o agir desse rapaz é algo absurdo, inverossímil. Talvez o mais simples seria dizer que ele teve e tem um norte, um objetivo. Ainda que não fosse para onde queria por meio de carro, bicicleta ou ônibus. Andarilho, Bira já chegou a caminhar 27 quilômetros, a pé, com fome, para fazer uma prova de concurso. Suas pernas eram veículo, a vontade era motor. 

Quem reduz uma pessoa à sua vida orgânica, tem todo o direito de se escandalizar. Alguma coisa não bate, os incrédulos dizem. Por isso, em obediência ao senso comum, pergunto: 

– Você estudou pro concurso do Banco do Brasil como? 

– Três dias antes. 

– Mas o que você vinha estudando antes? 


– Português, matemática. Assim, eu fui com a bagagem que eu tinha. Eu não estudei muito não. 

– E como é que você estudava português e matemática? 

– Eu faço assim, ó. Eu até brinco. Eu não sou exemplo de estudo não. Porque eu sou um cara que eu pego assim: 10 regras de matemática, boto lá e fico estudando. Aí jogo 10 regras de português…. uma coisa que não tem nada a ver. Quando eu estou achando uma coisa muito chata, ou está muito difícil, eu pego, pulo pra outra coisa. 

– E onde você pega essas 10 regras de português? 

– Tem um programa, um site muito bom chamado “Só Português”, tem outro, “Só Matemática”. Tem os testes do PCI, Concursos, que são muito bons. Ali tem testes, provas, aí eu saio fazendo. 

Então a gente sai de uma dificuldade e entra em outra. Programa, site, como assim? Como pode um sem-teto, um cara que não tem o que comer, acessar o maravilhoso mundo da web? A isso o senhor Bira responde: 

– Se eu pegasse 5 reais, eu me perguntava: o que eu vou fazer com estes 5? Se eu ia tomar café, os documentos que eu ia precisar tirar. Por exemplo, eu ia tomar café, que custa 1 real, e sobravam 4. Ia entrar na Internet, que eu ia precisar, já virou mania. Às vezes eu tenho acesso algumas horas lá no Cebrae, que é gratuito. Quando eu não podia, eu ia nesses lugares gratuitos. Quando eu pagava internet, eu ficava sem almoço, ou sem tirar uma carteira de estudante… 

Assim esclarecido, sabedor de que a vontade é a sua ferramenta, voltamos: 

– Seu amigo Carlos Eduardo chama a atenção para o fato de que entre 19.000 candidatos no Recife, apenas 171 não levaram ponto de corte em Conhecimento Bancário. E como é que você sabia Conhecimento Bancário sem ter apostila? 

– Eu gosto muito de ler sobre banco, a parte de economia dos jornais, assim, eu procurava saber algumas coisas, tipo commodities, taxa selic, esse negócio, ouro… 

– Tudo a ver com a sua realidade … 

– Não, nada a ver. Obrigado pela ironia. 

Peço-lhe desculpa. Bira é zen, mas responde pronto. Assim como se diz, no meio do povo, que “a dor ensina a parir”, ele pensa rápido e reage. Quando não tinha casa, ele se abrigava na porta de uma farmácia, de madrugada, encolhido em um batente de porta de 1 metro de comprimento. E porque a dor é mestra eficiente, ele procurou conhecimento com os instrumentos que a sua necessidade criou. Ele não tem gramática – formal, em livro -, mas fala com boa sintaxe, léxico e prosódia. Não tem livro didático de matemática, mas não errou uma só questão de juros na prova. Ele, que era o próprio “não tem”, o que fez? Criou a sua didática, a sua gramática, a sua matemática, assim como um faminto acha o caminho do pão. 

– Eu deixei de estudar em escola em 1995, quando saí de casa. Em 2001 voltei para a sala de aula. 

Pra comer, sabemos. Voltou para a sala de aula para ter direito à merenda da noite. Mas na hora procuramos saber o método que usou para o Concurso. 

– Matemática, como todo conhecimento, é uma construção. Como você pode pegar aqui e ali? No concurso do Banco do Brasil houve questões de juros compostos. 

– Ah, juros eu sei bem. Tanto que eu não errei uma só questão de juros. 

– E como é que você fez isso sem livro? 

– Ah, é porque livro… eu lhe digo, eu sou autodidata e sou aquele cara que aprende fazendo… tem até uma expressão, como é chamada? Aprende fazendo. 

– Mas fazendo a partir de que exemplos, a partir de que didática? 

– Depende. Eu pergunto… Eu conheço um cara que está fazendo engenharia. Ele se aborreceu comigo, porque ele estava tentando me ensinar um problema, e eu fiz os cálculos sem fazer cálculos. Mentalmente. Ele ficou com muita raiva. Quase quebra a cadeira na minha cabeça. Ele me disse: “Eu faço engenharia esse tempo todinho, eu passo duas folhas para dar um resultado zero. Você pega e faz de cabeça?”. 

Natural. Quem não tem, faz da própria cabeça um algoritmo e um caderno. O seu improvisado professor disso não sabia. E até conhecer Bira, eu também não. Estamos todos envenenados pelos métodos formais, e julgamos que a mente se pauta pela ordem do ABC. Se o homem é o ser que cria, Ubirajara Gomes da Silva é filho desse homem. Ele, que vem sendo apontado como a exceção, é apenas um ser como qualquer um de nós, quando não se curva. 

– Quem é você? 

– Sou um cara teimoso, persistente…. na medida do possível, sagaz, eu acho. A gente tenta, tenta, tenta, têm objetivo. 

– Se você tivesse de enviar uma palavra para as pessoas que se encontram em uma situação difícil, na rua, o que você diria? 

– Lutem. 

Dizer mais o quê? Ubirajara Gomes da Silva é um homem. 

*Texto publicado originalmente na Carta Capital em julho de 2008 com o título “Ubirajara calcula”.

# ASSOCIATIVISMO E COOPERATIVISMO EM DOM ELISEU#

Curso orienta representantes de entidades 

Levar os representantes de 
entidades representativas de classes 
a obterem conhecimento 
para organizar suas comunidades 

WALQUER CARNEIRO 

O associativismo e o cooperativismo são formas de garantir que determinados produtos possam ser negociados e serviços possam ser colocados à disposição de comunidades como forma de contemplar grupos de pessoas que por meio da iniciativa individual e privada teriam dificuldades de ser efetivado. Foi visando atingir os representantes de associações e cooperativas que o Sebrae de Dom Eliseu, em parceria com a OCB – Organização das Cooperativas do Brasil -, disponibilizaram o Curso de Associativismo e Cooperativismo para pessoas de instituições representativas de classes. 

A aula inicial aconteceu nesta segunda-feira (4) á noite, no auditório da Secretaria de Assistência Social com um grupo formado por 23 pessoas que foram introduzidas no curso pelo representante da OCB, Henrique Melo, analista de formação profissional, e pelas representantes da Aquatec – Cooperativa de Trabalho e Atividades Técnicas -, Liz Adriane dos Santos, diretora de marketing e Maria Narcisa Bastos, pedagoga, facilitadoras do curso.


Levando em consideração que boa parte dos alunos não tem o conhecimento das técnicas associativistas e cooperativistas propôs-se levar os alunos a interagir explicitando também suas experiências onde eles falaram sobre o que entendem sobre as atividades na condução das entidades que representam com as facilitadoras mostrando a eles novas técnicas. “A estratégia é envolver os participantes numa troca de conhecimentos da vivência que eles têm, da nossa prática, para que isso seja internalizado e multiplicado nas comunidades que os participantes fazem parte”, externou Maria Narcisa. 

Nesta aula inicial os participantes entenderam realmente que o curso é de grande importância para que eles possam conduzir os trabalhos em suas entidades de forma a contribuir com os associados, como considerou Givagoleno Terto, presidente da Colônia Progresso que há muito tempo esperava por uma oportunidade desta. “Com o curso eu vou aprender a lidar com as pessoas, agregar valor na comunidade e trabalhar com o povo e tomar conhecimento com as pessoas que vêm lá da capital, e para mim é uma honra estar junto com essas lideranças de associações trocando experiências”, disse ele. 

Francisca Oliveira é iniciante nos fazeres associativistas, recém eleita presidente da associação de moradores do Bairro Planalto, e a motivação que a levou a participar do curso foi a possibilidade de adquirir mais informações e passar para outras pessoas que não têm esse conhecimento. “Até então a associação de moradores é ignorante nestes assuntos. Eu mesmo não sabia de absolutamente nada sobre associativismo, e o que me fez estar no curso foi entender melhor o meio do qual trata o curso”, contou Francisca. 

O curso, com duração de 16 horas, esclarece de forma dinâmica os princípios do associativismo e do cooperativismo para que as pessoas possam tirar proveito prático e positivo das atividades básicas do curso. Nesta aula inicial os alunos foram chamados a apresentar opções de temas a permitir a motivação para a permanência das pessoas até conclusão do curso. As propostas foram escritas em um cartaz feito como contrato assumido para ser cumprido por todos. “Nós estamos aqui justamente para fazer estes esclarecimentos e fortalecer a comunidade em busca de melhoria de qualidade de vida para todos”, falou Liz Adriane.

LINCOLN, LULA E O ÓDIO MIDIÁTICO

Mídia golpista diz que Lula quer ser Lincoln 

Para piorar, Lula sugeriu
que os trabalhadores
criassem seus
veículos de comunicação

FONTE – MUNDO VIRTUAL


Que o presidente Lula é a pauta predileta da “grande imprensa” não é novidade. Que a motivação é o ódio de classe de nossas elites e da classe média tradicional também não é. Há alguns dias o ex-presidente Lula participou de um evento em comemoração aos 30 anos da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e comentou que estava lendo um livro sobre o ex-presidente dos Estados Unidos, Abraham Lincoln. 

Disse que a imprensa estadunidense da época batia no 16° presidente do mesmo modo que a mídia brasileira bate nele. 

Ao contrário do que afirma o regozijo da mídia e da nossa “tão sofrida classe média”, Lula comparou as imprensas e não ele a Lincoln. Se bem que ao implementar programas que melhoraram a qualidade de vida dos mais pobres no país, de certo modo, libertaram-se essas pessoas. Dignidade é também uma forma de liberdade. 

Do mesmo modo que a imprensa dos EUA à época se posicionava contrária à libertação dos escravos e de outras medidas tomadas por seu presidente, a imprensa brasileira sempre apoiou tudo o que serve aos interesses elitistas. Seja a ditadura (civil) militar de 64, sejam medidas econômicas que privilegiam especuladores e não a produção. 

Até contra a redução da tarifa de luz a nossa “grande mídia” se posicionou contra. 

Para piorar, Lula sugeriu que os trabalhadores criassem seus veículos de comunicação. Alguns barões da mídia devem estar tendo pesadelos mais tenebrosos agora. 

Como sempre que se fala em mídia, a “grande imprensa” fala em controle ou censura. Características que são dela. Controle e censura de informação que faz no Brasil são eles. 

Junte a isso a falta de nomes para a disputa em 2014 contra Dilma Rousseff, a falta de agenda – a não ser o esboço de moralismo seletivo, e agora, o relançamento da “Caravana da Cidadania” de Lula. 

A comparação com Abraham Lincoln não é justa. E não por que o estadunidense foi melhor que Lula. Porque eles são de tempos e lugares diferentes. E sim por que Lincoln não faria nos EUA o que Lula fez no Brasil. Tirar milhões da pobreza em tempos de neoliberalismo e as elites internacionais com o nível de organização que possuem hoje, Lincoln logo seria taxado de “comunista” e fatalmente deposto por atacar a “liberdade e a democracia”. 

Texto do Blog do Miro via Cadu Amaral

PT PREPARA ELEIÇÃO INTERNA

Renovar o partido e mobilizar militantes 

O PT em Dom Eliseu está se 
preparando para a eleição que vai 
escolher novos membros 
para o diretório municipal 

WALQUER CARNEIRO

O Partido dos Trabalhadores em Dom Eliseu reuniu membros do diretório municipal para deliberar sobre as ações preparatórias para o PED – Processo de Eleições Diretas –, que a partir deste ano serão realizadas de acordo com novas regras. 

CALENDÁRIO DE REUNIÕES 

A reunião de trabalho aconteceu no dia 2 (sábado) no auditório do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Dom Eliseu e contou com a presença de dez pessoas que deliberaram uma pauta com cinco itens com ações a serem desenvolvidas nos próximos seis meses. A primeira providencia do presidente do PT em Dom Eliseu, Eduardo da Luz, foi apresentar o calendário de reuniões para o ano de 2013.


MOBILIZAR A MILITÂNCIA 

A primeira providência do PT em Dom Eliseu é reunir os filiados para informar sobre as novas regras às quais os membros do partido tem que se adequar para terem o direito a se candidatar a uma vaga no diretório e a votarem nos candidatos, e para isso ficou decidido que será realizado um encontro com lideranças petistas representantes de entidades e bairros de Dom Eliseu. 

O vereador Pedro Mesquita lembrou que o PT é um partido dinâmico, onde as pessoas são importantes. “A partir de agora vamos iniciar um movimento de valorização do filiado resgatando a sua credibilidade”, disse o vereador que propôs um grande movimento de cofraternização o mais rápido possível. 

ELEIÇÕES INTERNAS DO PT 

Ao presidente do diretório municipal do PT foi dada a missão de reestruturar o partido em Dom Eliseu que de acordo com as novas regras terá que ter a participação mais ativa dos filiados para garantir mais organicidade à legenda a nível municipal preparando o PT para o processo de eleições diretas do diretório. “Temos que nos empenhar nos próximos meses em levar a novas informações para os membros do partido para que todos estejam devidamente adequados para participarem do processo eleitoral interno do partido”, disse Eduardo levando em conta que se o partido não se adequar às novas regras o diretório municipal de Dom Eliseu pode regredir a uma comissão provisória, e como tal não terá muita autonomia.

EDITA LEGAL