CRACK


A maldição do novo milênio

Seres humanos de todos os países
estão passando por uma fase de
degradação física e social cuja causa
é dependência coletiva do Crack

WALQUER CARNEIRO


De todas as drogas o Crack é a substância entorpecente que contém as características mais letais e violentas, e o maior perigo é a facilidade com que esta droga está se espalhando por todos os cantos do Brasil e do mundo por causa do seu preço acessível e uma bem montada rede de distribuição.

De acordo com pesquisas feitas por ONGs que realizam acompanhamento da evolução do consumo de Crack no país, desde 1998 a droga saiu das grandes cidades para as cidades pequenas no interior do Brasil. Sendo que neste período também vem sendo notado o aumento do consumo de Crack por crianças.

Os efeitos nocivos do  Crack se alastra como uma doença contagiosa infectando  pessoas de todas as classes sociais, homem, mulher, crianças, jovens, adultos e idosos, independente do grau de instrução ou condição social. 

Na camada mais pobre da população os efeitos sociais da dependência do Crack são ainda mais nocivos. Pois como a droga causa dependência após a primeira vez que é usada, pois ao ser inalada leva apenas 15 segundos para fazer afeito  que dura apenas dois minutos, sendo que depois de 15 minutos o organismo já exige uma nova dose,  o indivíduo tende a consumir a substância  constantemente   e de forma compulsiva.
Isso faz com que o indivíduo aplique todo o seu tempo e economia no consumo e manutenção da dependência, deixando de ser produtivo,  perde o emprego e a partir daí ele procura obter o recursos para sustentar o vicio  através da prática de roubos, furtos., assaltos e outros tipos de crimes .Primeiro o viciado rouba os pertences e objetos das pessoas da família, e logo parte para roubar os desconhecidos, e dessa forma o índice de criminalidade aumenta consideravelmente.


Nas camadas sociais da classe média alta para cima os efeitos do Crack afeta em maior grau  o viciado,  com leve reflexo psicológico nos familiares mais próximos que procuram dar apoio. Neste caso o usuário tem mais condições de reverter o processo vicioso em clínicas de recuperação, e  em 70% dos casos o usuário retoma a vida normal longe da droga.

O uso ininterrupto  do Crack lava a pessoa a óbito após dois anos de uso. Sendo que o efeito do último estágio é a perda total da lucidez. Isso quando o viciado sobrevive a um ataque cardíaco, a um enfisema ou cirrose. Há casos em que o usuário sofre de falência múltipla dos órgãos cujos efeitos são semelhantes aos sintomas da AIDS.

De acordo com levantamentos feitos nos últimos três anos houve um aumento de cerca de 70% na quantidade de usuários em relação ao ano de 1998,  quando se iniciou o acompanhamento da evolução do uso do Crack no Brasil, e esse número tem como reflexo o aumento da demanda  por atendimento de dependentes na rede pública de saúde, e conseqüentemente majorando os gastos dos municípios, dos estados e da federação com o tratamento destas pessoas.  Essa pessoas são tratadas dos efeitos colaterais da droga, já que o Crack tem efeito degenerativo no organismo, mas os viciados não recebem tratamento para anular a dependência, e sempre acabam voltando a unidade médica. 

Governo destina recursos para auxiliar os dependentes

Nunca antes uma droga causou tanta preocupação aos governantes como o Crack. No Brasil essa preocupação se reflete na ação do governo federal que em 2010 iniciou uma série de programas com a finalidade de combater o uso da droga, tendo como foco principal o amparo ao usuário, e para isso em outubro de daquele ano o governo federal destinou  R$ - 420 milhões que estão sendo destinados para prefeituras implementar projetos que disponham tratamentos para os dependentes de Crack.

Em outubro de 2010 foi lançado oficialmente  em São Bernardo do Campo, estado de São Paulo,  um dos programas piloto para tratamento de usuários de Crack,  a República Terapêutica e o Consultório de Rua para Dependentes Químicos,  como parte das  ações relacionadas ao Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack.

No final do mandato do governo de Luiz Inácio Lula da Silva ele reafirmou o seu compromisso e de sua sucessora,  Dilma Rousseff, em disponibilizar recursos e firmar parcerias com as prefeituras com o propósito de combater de forma efetiva a maldição do Crack.  “Colocamos R$ 420 milhões para fazer parceria com os prefeitos. Qualquer prefeito do Brasil que quiser construir uma república como essa ou uma clínica, o governo federal estará com dinheiro em caixa para garantir que a gente tenha clínica e que a gente possa treinar, inclusive, os profissionais para que a gente possa ter a possibilidade de recuperar milhões de jovens nesse país. Da parte do governo federal não faltará recursos para combater e vencer as drogas e o crack neste país, ” revelou Lula à época.

Muito boa a iniciativa do governo federal, porém pouco ou quase nada se fala em um plano para quebrar a tal rede de distribuição da droga para, ao menos, dificultar a chegada da substância até aos usuários. Mas aí já é outra história um tanto quanto perigosa.

EDITA LEGAL