NA EXPOSIÇÃO, TERRA E ARTESANATO

Reordenamento geográfico, regularização fundiária; e o artesanato como opção de renda

Em tempo de exposição agropecuária
o debate necessário seria a
regularização fundiária, mas as pessoas
preferem gastar energias apenas  com shows


WALQUER CARNEIRO

Exposição Agropecuária de Dom Eliseu prossegue pela décima quinta vez consecutiva com seu objetivo de promover o agronegócio, um  evento em   que também se aproveita para trazer para a cidade um entretenimento para o povo em geral com as apresentações de cantores da moda.

Pois bem, nesse ano de 2017 eu, esse  humilde escrevinhador, fui lá na Expoade, na quarta-feira, dia 20; fui escutar uma rápida palestra de um responsável do Programa Terra Legal que coordena o processo de reordenamento geoterritorial e fundiário na área denominada de Arco do Desflorestamento, cujos municípios estão localizados no arco do fogo e  estiveram  na lista negra do desmatamento, entre eles Dom Eliseu. E lá no parque de exposição  eu também visitei a tenda com a exposição de artesanatos do Musofe-Mulheres Solidárias e de Fé- , uma instituição que promove ações para a qualificação de artesãos de Dom Eliseu. 

Rui Reis tendo a sua direita a secretária municipal de meio ambiente, Bernadete Ten Catem,  e a esquerda a diretora especial de assuntos fundiários do município,  Catia Borges. 

A palestra sobre o Programa Terra Legal foi ministrada pelo chefe da Divisão Terra Legal Pará, Rui Reis. A palestra de extrema importância,  mas que contou com um público reduzido, pois as informações passadas por Rui mostram a evolução dos trabalhos de georeferenciamento das propriedades rurais de Dom Eliseu sob a jurisdição do governo federal, sendo que um total de 295 propriedades  já foram titulada a partir de ações do Programa Terra Legal, que são ações instituídas pelo governo federal a partir de 2009. 

Rui Reis falou também que 85% das propriedades rurais de Dom Eliseu, sob a jurisdição do Terra Legal,    já estão georeferenciadas. Isso quer dizer que tanto o ministério do meio ambiente, quanto o ministério da agricultura entre outros,  já tem as informações geográficas  de boa parte das propriedades rurais de Dom Eliseu, facilitando assim a emissão de título de propriedade. Todavia o entrave para a completa reordenação fundiária de Dom Eliseu depende de ações do governo do estado do Pará; pois 60% das propriedades  rurais está sob a jurisdição do Iterpa-Instituto de Terras do Pará, cuja burocracia põe dificuldades em avançar  nos trabalhos de legalização e regularização fundiária de Dom Eliseu. 


O incentivo às praticas de artesanato veio acompanhando ações paralelas dentro do Programa Terra Legal, iniciado em 2009,  e assim, através de ações do governo do estado, nas ações de criação da economia solidária apareceu o Musofe, uma organização de mulheres com bases na Vila São Paulo e coordenado pela líder comunitária Maria Araujo. A partir de ações do Musofe, nos últimos anos, dezenas de pessoas aprenderam que a partir de trabalhos manuais, com material reciclado, poderiam gerar renda. Hoje, depois de quatro anos, o Grupo Musofe já apresenta produtos muito bem elaborados a partir de aprendizados através de cursos dados por instrutores de instituições ligadas ao governo do estado do Pará. 

EDITA LEGAL