OPERÁRIOS EM EVOLUÇÃO

Metalúrgicos estão mais escolarizados e ganham melhor

A categoria operária mais
organizada do Brasil por
conta da consciência política
consegue evoluir ampliando e
mantendo garantias de direitos


FONTE: AGÊNCIA BRASIL


Os metalúrgicos do ABC Paulista estão mais escolarizados e mais velhos. Além disso, recebem uma remuneração maior. A constatação é de um estudo feito Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) a pedido do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

O levantamento foi divulgado nesta quinta-feira (21). A pesquisa analisou os 107,5 mil trabalhadores representados pelo sindicato e distribuídos nas cidades de São Bernardo do Campo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

Se em 1994 praticamente metade dos metalúrgicos (48,6%) não tinha o ensino fundamental completo, os números de 2010 mostram que a escolarização da categoria evoluiu muito. No ano passado, 54,9% dos metalúrgicos do ABC tinham o ensino médio completo e 12,9% o nível superior.

“O aumento da escolarização é um fator muito importante, mas só ele não basta. Deve-se aumentar a escolaridade, assegurar o acesso dos trabalhadores à universidade e, tão importante quanto isso, oferecer formação profissional”, disse Sérgio Nobre, presidente do sindicato.

Segundo ele, uma das lutas da categoria será trazer uma escola técnica federal para a região. “Hoje temos um outro perfil de trabalhador. Na época do Lula [o ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Luiz Inácio Lula da Silva era metalúrgico], era raro você encontrar alguém que tinha o segundo grau”, completou.


O estudo também observou que os metalúrgicos estão mais velhos. Em 1994, os trabalhadores com 50 anos ou mais somavam 6,7% do total. No ano passado, esse número chegou a 11%. Os jovens, até 30 anos, representam 37% do total ou cerca de 36 mil trabalhadores.

De acordo com o levantamento, isso mostra que o conhecimento acumulado pelos metalúrgicos ao longo dos anos, a organização no local de trabalho e a mudança na legislação previdenciária, que torna a aposentadoria mais tardia, permitiram a manutenção dessa ocupação por um período mais longo.

A remuneração média mensal dos metalúrgicos do ABC também cresceu e é 44,2% superior à media salarial dos metalúrgicos de todo o Brasil. Um metalúrgico do ABC recebia, em média, R$ 3.604,19 em dezembro do ano passado, considerando-se também os cargos de chefia. Excluindo-se os cargos de liderança, a média salarial alcança R$ 3.242,83.

Entre os metalúrgicos do Brasil, a média salarial, excluindo-se os cargos de liderança, é de R$ 1.809,91. O maior salário entre os metalúrgicos do ABC é pago pelas montadoras, chegando a atingir R$ 6.125,71.

O estudo também mostrou que a maior parte dos metalúrgicos do ABC continua sendo formada por homens (85,5%). Apenas 14,5% (ou 15.569 trabalhadores) da categoria são mulheres, mesmo número que era observado em 1994. “Não tem cabimento não ter 30% de mulheres em nossa categoria hoje. Mas, para isso, é preciso estabelecer cotas para, ao longo tempo, chegarmos a 30%”, disse Nobre.

LACERDISMO LATENTE

Sem projetos para o Brasil a oposição se apega ao denuncismo

O articulador político José Dirceu mostra
neste artigo que os partidos de oposição
não têm compromisso  com o atual
ciclo de desenvolvimento nacional

FONTE: PORTAL VERMELHO


Nada mais ilustrativo da total ausência de projetos, propostas e alternativas por parte da oposição do que o clima com feições udenistas que se tenta criar com o beneplácito e a estridência de setores da grande mídia.
O momento requer um recado claro em alto e bom som a essas forças do atraso: o Brasil seguirá sua rota de desenvolvimento sustentável com crescimento econômico e distribuição de renda.

O movimento inicial da parceria oposição-mídia se deu nos primeiros meses do governo Dilma Rousseff, quando a tentativa foi de cooptar e mudar as políticas com pressões para a administração mudar o modelo econômico.

O objetivo era fazer Dilma abandonar o ex-presidente Lula e o PT, algo que realmente só faz sentido para quem desconhece a relação profunda entre os dois governos, os dois presidentes, o PT e os demais partidos da base aliada.

Sem conseguir êxito, a ação passou a ser o velho recurso do denuncismo desenfreado, para tentar criar um clima de “mar de lama”. Nesse contexto, a oposição deixa de lado de debater as principais questões políticas e econômicas do país, com as quais poderia contribuir com papel importante. Aliás, são essas questões que preocupam os brasileiros.

O país pede um debate sério e comprometido sobre como superar adequadamente a crise internacional que ainda assola a Europa e os EUA e pode trazer novas ondas negativas à economia mundial.

O que se quer é refletir sobre as conquistas que o governo conseguiu no enfrentamento da primeira onda da crise e buscar as melhores maneiras de nos proteger e fazer valer nossos interesses nacionais.
O problema é que fazer isso pressupõe primeiro o reconhecimento das ações positivas que o governo já tomou, como os extraordinários investimentos públicos e privados na infraestrutura do país. Em seguida, pressupõe apresentar alternativas, o que a oposição não tem.

Resta, assim, o denuncismo, não importando se há comprovação ou não das acusações. Sem o reconhecimento de que o país está preparado hoje para investigar, fiscalizar e punir, pois possui órgãos de controle e fiscalização do Estado —que, inclusive, são a origem da maioria das denúncias.

As instituições democráticas nunca tiveram tanta independência e autonomia como hoje —para se ter uma ideia, nos governos tucanos, o procurador-geral da República ganhou a alcunha de “engavetador-geral da República”.
Ora, o objetivo dos que transformam de novo a questão ética e moral em principal campo de batalha não é a luta contra a corrupção, mas sim golpear o governo Dilma e o PT.

São práticas usadas pela UDN (União Democrática Nacional), existente no país de 1945 a 1965, o mais reacionário e golpista dos partidos na história brasileira. A ação udenista (clique aqui para  saber o que é udenismo) consistia em adotar o denuncismo desenfreado, ainda que sem fundamento, para propagar um falso “mar de lama” e desestabilizar os governos.
Foi assim com Getúlio Vargas, que acabou se suicidando em 1954; foi assim com as conspirações e difusão do medo do comunismo que levaram à derrubada do regime democrático em 1964 e a instalação de 20 anos de governo militar autoritário.

Enquanto oposição e grande mídia jogarem esse jogo, não haverá espaço verdadeiro nesses canais para debatermos a reforma política, a reforma tributária, as melhorias em Educação, os avanços na Saúde, as políticas para a juventude, o equilíbrio cambial e as medidas de fortalecimento da indústria, desenvolvimento tecnológico e inovação.

As forças que apoiam o governo Dilma precisam estar atentas a essas práticas nocivas ao ambiente político profícuo. É preciso difundir o que o governo tem feito via canais democráticos de discussão e transmissão de informações, como a blogosfera.
A opção da oposição pelo udenismo é uma tentativa de nos empurrar uma agenda que não interessa ao país e à sociedade. Cabe a nós intensificar nossa ação política para levar adiante a agenda comprometida com a melhoria do país. (clique aqui para saber mais sobre o perigo do udenismo)

* José Dirceu é advogado, ex-ministro da Casa Civil e membro do Diretório Nacional do PT

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