SECRETÁRIO E JUIZ NEGAM DIREITO

Professora sofre retaliação por não aceitar privilégio 

Com um filho doente servidora da 
educação sofre assédio moral e tem 
negado pela justiça municipal direito 
de acompanhar filho em tratamento 

WALQUER CARNEIRO 

Uma servidora do setor de educação pública de Dom Eliseu, (cujo nome não vou citar para evitar constrangimentos) que por toda a sua vida cidadã e servidora apoiou o grupo de PMDB, o Quinze, em Dom Eliseu, encontrou-se com o secretário de educação em um evento social e foi conversar com ele sobre o projeto que reformulou o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração dos Professores Dom Eliseu. A servidora argumentou que não era justo os professores perderem em média 35% do salário, pois a maioria tinha mais de 70% do salário comprometido com contas a pagar, financiamentos e prestações de bens, e com a diminuição do salário os servidores iriam cair na inadimplência. 

Depois de ouvir o lamento da servidora o secretário Roque a olhou nos olhos e disse: “Não se preocupe professora, pois nós iremos manter as gratificações para os professores que são do nosso lado, fique tranquila os nossos não vão perder nada”, teria dito o secretário. 

A servidora surpresa com a atitude do secretário disse que não aceitaria tal proposta porque ela tem parentes e amigos íntimos que são servidores da educação e que são oposição ao grupo que administra o município e não iria se sentir bem recebendo gratificações que eles não receberiam. 

A servidora tem um filho, bebê de um ano e oito meses, que nasceu com sérios problemas neurológicos e sofre constantes convulsões, e agora tem que ser internado durante seis meses, em um hospital fora de Dom Eliseu, para um tratamento intensivo, de modo que, alguns dias depois da conversa, a servidora foi até a secretaria de educação solicitar uma licença para acompanhar a criança durante o tratamento, mas o pedido da servidora foi negado pelo secretário de educação em retaliação a atitude da servidora à proposta recusada por ela. 

Diante da negativa do secretário a servidora procurou o serviço do advogado Adriano Magalhães para que ele pudesse fazer valer o seu direito da licença. O advogado então, diante da urgência da situação, foi procurar o juiz de direito da comarca de Dom Eliseu, apresentando a ele a demanda da servidora relatando que o secretário de educação, por motivos “políticos” havia negado a licença para a servidora cuidar do filho no hospital. Adriano solicitou que juiz concedesse uma ação cautelar inominada que obrigasse o secretário de educação garantir para a servidora o direito da licença para acompanhar o filho bebê durante o tratamento de saúde. 

NEGATIVA DA JUSTIÇA

Mas para a surpresa do advogado Adriano, diante da urgência e da gravidade da situação, o juiz negou conceder a ação cautelar inominada para a servidora dizendo que ela que procurasse o ministério público. O advogado não entendendo a atitude do juiz o questionou calmamente: “Meritíssimo, é uma questão de urgência...Um caso grave...!”, no que então o juiz retrucou: “Essa criança não tem um pai?”, questionou ele, ao que o advogado argumentou: “Mas meritíssimo, uma criança nesta idade é natural que esteja acompanhada pela mãe. . .! ponderou Adriano, o juiz então de modo deselegante virou para o advogado e proferiu as seguintes palavras: “O senhor está ficando louco...?! Não entendeu o que eu disse!? Não vou conceder a sua solicitação...!”, soltou o juiz. 

Tudo isso aconteceu no interior do fórum de justiça de Dom Eliseu, diante de mais de meia dúzia de pessoas que testemunharam o fato, de forma que o Advogado Adriano, contrariado com a atitude do Juiz retrucou de forma veemente, antes de deixar as dependências do fórum: “Louco não...!!! O senhor me respeite, pois estou aqui no exercício da minha função. Louco é o senhor que está negando a uma mãe o direito dela acompanhar o filho bebê que precisa ser internado...!”, bradou o advogado saindo...

MINERAÇÃO EM RONDON DO PARÁ

População da região é informada sobre projeto 

Reuniões com comerciantes e empresários 
mostra o processo de implantação 
do plano de mineração de bauxita que 
prevê geração de emprego e renda 

WALQUER CARNEIRO 

A crise econômica se abate sobre os municípios da região compreendida entre Ulianópolis a Abel Figueiredo passando por Dom Eliseu envolvendo cinco municípios que até bem pouco tempo eram prósperos em decorrência da exploração da mata nativa, cujas atividades foram proibidas pelo embargo ambiental declarado pelo ministério do meio ambiente. O colapso financeiro se deu porque as administrações pública nos municípios da região não se prepararam para uma eventualidade desta natureza de forma que a população local foi pega de surpresa com o desemprego e o desaquecimento do comércio. 

Mas nem tudo está perdido, pois a possibilidade da implantação de um sistema de mineração vem renovando a esperança para a população dos municípios de Dom Eliseu e Rondon do Pará onde a economia passa por um declínio nos últimos cinco anos, e diante dessa situação a extração de bauxita, matéria prima para a fabricação de alumínio, poderá ser a saída, pois os municípios estão localizados em cima de uma das maiores reservas brasileira deste minério.


O empreendimento para a mineração de bauxita é levado a cabo pelo Grupo Votorantim Metais, que detém a licença de lavra para a região da Província Bauxitífera de Paragominas, que instituiu a Alumina Rondon, com base de operação instalada em Rondon do Pará, subsidiária para tocar o projeto para a exploração da mina de bauxita localizada na região onde estão localizados os municípios. 

O projeto está mobilizando a atenção da população, empresários e autoridades das localidades, e a equipe técnica da Alumina Rondon desenvolve uma série de reuniões com o intuito de difundir para a população a forma de implantação do projeto. 

Uma dessas reuniões, denominadas de Fórum Técnico da Alumina Rondon, aconteceu em Dom Eliseu no dia 5, quinta-feira, onde a equipe técnica, coordenada por Sérgio Oliveira, gerente de sustentabilidade da Alumina Rondon, mostrou aos ouvintes as principais característica do projeto que na fase de construção terá investimento de 6, 6 bilhões de reais, gerando 6.000 empregos durante quatro anos, tempo em que será erguida uma usina para selecionar a alumina. “Para cada emprego gerado na construção, quatro serão gerados na cadeia empresarial”, disse Sérgio. 

O empresário José Antonio Coutinho entendeu que intenção da Alumina Rondon é motivar a classe empresarial e trabalhadores a se prepararem para o projeto. “O projeto vem para contribuir com nosso município e a população tem que estar esclarecida para receber um empreendimento deste porte”, avaliou o empresário reconhecendo que tanto Dom Eliseu quanto Rondon do Pará não estão preparados para atender a demanda que será provocada pela implantação da mineração e usina na região. “Por isso é que eles estão vindo com bastante antecedência, para preparar a população, o comércio e os profissionais para que possam atuar nestas áreas”, concluiu ele. 

Tanto na fase de construção quanto na atividade de mineração e usinagem da bauxita será demandado um volume considerável de serviços, peças, equipamentos e mão de obra. Para o funcionamento da usina serão necessárias 1.600 pessoas. “Para usufruir disso toda a rede de fornecedores tem que estar devidamente preparada para atender ás necessidades do empreendimento”, falou Sérgio. 

O projeto Alumina Rondon está na fase de licenciamento prévio e uma das etapas é a realização de audiências públicas que acontecerá em Rondon do Pará no dia 25 e dia 26 em Dom Eliseu. “Nesta audiência pública reuniremos uma quantidade maior de pessoas que terão acesso as informações sobre implantação deste projeto na região”, finalizou Sérgio,”, para quem o importante é se aproximar das comunidades e tirar as dúvidas.

ASSOCIAÇÃO PROPORCIONA CURSO

Pintura em tecido integra comunidades

Pessoas de diversos bairros de
Dom Eliseu se encontram e se
conhecem a partir do curso de
pintura da Associação do Planalto

WALQUER CARNEIRO


No Bairro Planalto iniciativa de ações associativistas estão levando conhecimento e integração entre moradores de comunidades diversas a partir do empenho da líder comunitária Francisca Oliveira que vendo o potencial do movimento social de bairros resolveu empenhar tempo para organizar senhoras, jovens e adolescentes em cursos de artes manuais e artesanatos diversos através da Associação dos Moradores do Bairro Planalto que é coordenada pela Francisca.


Mais recentemente Francisca conseguiu a adesão de 21 pessoas para um curso de pintura em tecidos, que é uma das atividades mais atraentes no setor de associações de moradores. “São muitas mulheres adultas e adolescentes meninos e meninas que na parte da tarde não tem quase nada pra fazer e às vezes tem um sonho difícil de ser realizado, e a motivação foi mudar a história de vida de cada uma delas”, contou Francisca. 

Para ter direito a participar dos cursos da associação a pessoa tem que estar cadastrada na entidade e contribuir com mensalidade de R$ -10, recursos esse que são utilizados para financiar os gastos com o curso, mas a coordenadora busca doações junto as instituições públicas que garante parte do material utilizado no curso. “Algumas pessoas não têm como comprar todo material e então recorremos a doações”, explicou Francisca. 

A atuação da associação do Bairro Planalto recebe filiados de todos os bairros de Dom Eliseu, pois o propósito é difundir conhecimento e a cultura associativista, e para os participantes a experiência é gratificante porque revela que todos tem capacidade que desconheciam e a dona de casa Lindaura Gonçalves Lisboa, 51 anos, moradora no Bairro Tropical é um exemplo, ela nunca tinha estado com uma professora de pintura, mas sempre copiava olhando revistas e agora aprende detalhes com a explicação da professora. “A oportunidade está sendo muito boa, a gente aprende e aperfeiçoa, pois gosto pintar, mas não tinha a técnica, e a partir de agora vou poder treinar em casa”, disse ela. 

O estudante do segundo ano ensino médio Adanbergue Silva Araújo, 15 anos que pretende se formar na área técnica de designer de moda disse que o aprendizado é uma antecipação ao que ele quer ser no futuro . “Eu nunca tinha pintado, e a experiência está sendo muito boa, porque aprender técnica de pintura poderá contribuir mais tarde, e é muito bom se antecipar”, ponderou ele.


Lourismar Fernandes é ministrante do curso de pintura que é composto de 10 partes. Ela é pintora profissional e ensinar outras pessoas não é um tarefa fácil, mas é recompensador. “É difícil mas é gostoso, mas para isso precisa ter o dom, pois tem que deixar os problemas pessoais em casa, e eu gosto de ser professora de pintura, é o que eu gosto de fazer”, disse a pintora que recebeu R$ -200 por uma jornada de 10 dias de curso onde ela ensina passo a passo desde como fazer o desenho até a compor as cores, luzes e sombra. A contribuição mensal do associado da a ele o direito de participar dos cursos, pois com os recursos da taxa é feito o pagamento da professora, sendo que os alunos entram com os pincéis e as tintas e a associação colabora com o tecido conseguido através de doações.

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