O JOVEM QUE A TV ESCONDE

A mídia não mostra o real perfil do jovem Brasileiro 

Um olhar mais atento poderia mostrar 
o jovem comprometido com seu País, 
bem diferente dos que aparecem todos 
os dias em Malhação ou similares 

POR LAURINDO LALO LEAL FILHO 
NA REVISTA DO BRASIL

Cerca de quatro mil jovens circulam pelo campus da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) na manhã de um belo sábado de verão. Festival de risos, músicas, mochilas e colchonetes. 


Estão ali para participar do 14º Coneb, o Conselho Nacional de Entidades de Base da União Nacional de Estudantes (UNE). Havia gente que levou dois ou três dias para chegar ao Recife, como os que saíram do interior do Amapá, usando barcos e ônibus como meios de transporte. 

Durante três dias vão discutir os rumos da educação brasileira e, de quebra, a luta pela democratização da mídia. Nada mais pertinente e necessário. O próprio encontro é o melhor exemplo dessa necessidade, praticamente ignorado pelos grandes meios de comunicação. 

Para que o telespectador possa comparar os programas e escolher os que lhe interessam é fundamental que televisões públicas e privadas estejam lado a lado, com um “zap” apenas entre elas. E que as públicas sejam várias, dando conta da grandeza territorial do Pais e de sua diversidade cultural. Não são tantas as emissoras comerciais mostrando praticamente a mesma coisa? Então deveremos ter muitas públicas mostrando as nossas múltiplas realidades. 

Só assim será possível cobrir ao vivo, com competência e detalhamento, um evento como o da UNE realizado no Recife. Dessa forma, o estereótipo do jovem consumista e alienado será, no mínimo, relativizado. 

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