CONTO DE NATAL 2011

Sagrada família de simples brasileiros
Em dezembro as pessoas
se revestem do espírito de
fraternidade enquanto a
realidade é muito diferente

WALQUER CARNEIRO

Era mais ou menos o meio do dia de uma sexta-feira, na data de 23 de dezembro de um ano qualquer do século vinte e um.

O homem jovem,  porém de aparência cansada, caminhava pela rua poeirenta com casas de madeira, maioria já velhas, e muitas prestes a ir ao chão. Ele levava nos lombos  uma mochila com aspecto de já ter sido muito usada.

O homem caminha pela rua pensando em sua família que ele não via a mais de três meses. Esposa, quatro filhos, dois adolesce e dois bebês, um de três e outro de um ano.  

Por ser próximo ao natal, fim de ano, a rua, mesmo em bairro pobre da periferia da pequena cidade, apresentava um movimento intenso de pessoas e veículos, principalmente motos, fazendo com que a poeira ficasse constantemente suspensa no ar causando agonia, e o homem ia repassando na memória seus planos para o natal e final de ano. 

Apesar de pouco dinheiro ele pretendia festejar com a mulher e filhos.

-- Tomara que dê ao menos para eu comprar uns presentes pra os meninos e uma sandália pra minha mulher.  --  pensou ele com seus botões anotando mentalmente que não poderia se  esquecer do garrafão de vinho.

Ele pára em frente ao portão sustentado por uma cerca carcomida pelo tempo. Olha para dentro do quintal de terra batida com algumas moitas de mato crescendo pelos cantos da cerca e da casa de madeira enegrecida e estranha o silêncio. Nem o grito de uma criança, nem o som de panelas e pratos sendo lavados no jirau, sequer o velho cão vira latas que morava com eles havia aparecido.

-- É... não deve  de haver ninguém em casa ! --  pensa ele abrindo o portão e caminhando para a porta da cozinha, já que a porta e a janela  da frente estavam fechadas, e neste momento ele escuta um grito lancinante vindo de dentro da casa.

Ele apressa o passo entre na cozinha e olha para dentro do quarto onde vê três dos quatros filhos, uma senhora vizinha,  e sua esposa aos prantos como que jogada em cima da cama.

-- O que foi que aconteceu ? – Perguntou o homem preocupado, momento em que a esposa levanta-se da cama mostrando  o pequenino corpo estirado no colchão, e logo ele se dá conta do que se passava.

NO OUTRO DIA

--Faz uns cinco dias que ele começou a tossir uma tosse seca e toda hora. -- falou a mulher para o marido que tinha o rosto molhado pelas lágrimas. -- É essa poeira miserável que não tem fim. -- Lamentou ela. --Eu levei no posto de saúde,  mas não tinha dinheiro para comprar os remédios. --Justificou a mãe aflita.

O homem olhou para a pequena e ordinária urna mortuária sentindo uma dor no peito, cobriu o rosto com as mãos caindo em um pranto calado imaginando se não poderia ter sido diferente, pois se tivesse retornado para casa uma semana antes talvez a criança ainda estivesse viva.

O homem retorna a realidade com uma mão tocando em seu ombro. Ele olha para trás e vê o rosto da senhora que acompanhara sua esposa nos momentos finais da vida do filinho há poucas horas atrás. -- O moço da funerária tá querendo falar com você. -- disse ela apontando para um homem com as mãos enfiadas nos bolsos da calças e olhando para o chão,  próximo à porta pelo lado de dentro da pequena sala da casa.

O pai de família  demora alguns segundos para compreender a situação e logo caminha na direção do agente funerário com quem troca algumas palavras em voz baixa.

-- Sinto muito, mas esse é o menor preço que posso fazer, e ainda transportamos o corpo até o cemitério – diz o agente enquanto o pai de família preocupado coça a nuca. -- Mas esse é todo o dinheiro que eu tenho. Como é que eu vou fazer depois !? – Exclama apreensivo.

O agente funerário enfia as mãos novamente nos bolsos da calça, olha para cima, dá um giro com o corpo sobre os pés, olha para o homem que está numa tristeza só e diz: -- Certo... vou descontar cinqüenta reais... é o que eu posso fazer pelo senhor. -- falou o homem da funerária.

O pai de família olhou para onde esta o caixão com o filho dentro e a mãe chorosa debruçada por cima,e mais três pessoas ao derredor.  

Os dois  filhos maiores perplexo com a situação enquanto o menorzinho   sentado no piso sugava sua chupeta sem entender nada do que acontecia. Neste momento o homem sentiu uma enorme angústia e uma ponta de revolta. Como um autômato ele foi até o quarto, remexeu na velha mochila de onde retirou o dinheiro que entregou ao homem da funerária.

O papa defuntos saiu e logo em seguida entrou um senhor vestindo camisa de mangas compridas abotoadas nos pulsos com as fraldas passadas por dentro da calça social pregueada. O homem leva um livro nas mãos. Tomou lugar próximo ao caixão e iniciou uma oração. – Senhor criador, tenha misericórdia desta família, ameniza a dor que está em seus corações. Este é um momento de reflexão, e como seres humanos temos que nos preparar para ocasião como esta,  que cedo ou tarde é inevitável... –

Enquanto o homem desfiava sua prece tentando consolar a família o pai desviou os olhos para um canto da sala e avistou algo que, por causa da correria do acontecido,  ainda não havia percebido. Levantando-se  vagarosamente se aproximou da mesa sobre a qual estava montado um pequeno presépio de natal e seu olhar se fixou na manjedoura onde se encontrava o recém nascido menino Jesus e ele então  lembrou que era véspera de natal.

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PENSAMENTO DE FIM DE ANO

A democracia  é muito mais do que poder votar

Cada um de nós somos
responsáveis pelo atual estado
de decadência por que vem
passando a nação brasileira

WALQUER CARNEIRO

Um dos princípios da democracia é a garantia à liberdade do ser humano com a devida disponibilidade para que todos possam ter acesso aos seus direitos em  igualdade entre os indivíduos.

O voto é a forma que uma nação democrática usa para que a população passe para um grupo de pessoas o direito de representá-la,  fazendo que o poder popular seja transferido e que seja exercido em prol daquela população da qual tal grupo recebeu.

Para isso a nação tem que contar com um povo que tenha conhecimento de seus direitos e tenha coragem de exercê-los, pois do contrário a nação será explorada por aquele grupo que tem o dever de representá-la nos setores dos três poderes.

A falta de consciência de cidadania cria uma distorção na execução de democracia que é exercida em benéfico de uma minoria e em detrimento de uma maioria.  É isso que acontece ainda hoje no Brasil, aonde o poder oprime e uma rede de corrupção foi montada para que a minoria se locuplete. Essa é a verdade, e tem que ser dita e revelada para que a liberdade possa prevalecer em igualdade para cada um dos brasileiros.

O CACIQUE PARAENSE VENCE A GUERRA

Depois de quase sucumbir Jader consegue vencer o sistema

Na fogueira das vaidades
e dos interesses da
política nacional só se
mantém quem tem cacife

WALQUER CARNEIRO

Jader Barbalho conseguiu vencer a queda de braço que vinha travando contra o sistema político e judiciário nos últimos dez anos e no último dia 14 o Supremo Tribunal Federal finalizou o processo que estava impedindo o político de assumir seu mandato de senador garantido por 1. 800 milhão  votos obtidos nas últimas eleições.

Na verdade havia uma enorme contradição no caso do senador Jader, pois ele foi impedido pela justiça  de assumir o mandato, a mesma justiça que não conseguiu impedir que ele registrasse a sua candidatura em 2010.

Um das personalidades públicas mais emblemáticas  surgidas no Brasil nos últimos 20 anos, Jader Barbalho despontou nos anos 90 como o políticos mais influente da política nacional. Tendo ocupado o cargo de ministro da previdência do governo Sarney nos anos 80, sendo que Jader foi responsável pela implantação do SUS.

A trajetória política de Jader o estava levando cada vez mais alto e nas proximidades do poder central quando uma pendenga com Antonio Carlos Magalhães, liderança política baiana, colocou uma enorme pedra no caminho de Jader Barbalho.

A disputa política com ACM desacelerou o embalo do político paraense, e a partir daí iniciou-se um retrocesso em sua carreira,  sendo  praticamente abandonado por seus parceiros políticos, tanto do seu partido (PMDB) , como também dos partidos a quem  Jader sempre dera apoio.


Jader satiriza demora do STF: "O mandato de Senador é longo"

Jader Barbalhoesperou mais de
um ano para ter autorizada sua
posse pelo Supremo Tribunal
Federal por conta da Lei da Ficha Limpa

FONTE - PORTAL TERRA   

Primeiro lugar nas eleições de 2010 para o Senado, o político, porém, usa do humor para dizer que não se sentiu prejudicado: - O mandato de senador é longo (risos). Não vai atrapalhar absolutamente.

Em entrevista a Terra Magazine, Jader Barbalho deixa de lado as críticas ferozes que vinha fazendo ao STF. Ele demonstra serenidade e, ao contrário do habitual, evita polêmica. "Estava esperando que o Supremo adotasse a orientação que ele já tinha estabelecido desde 23 de março, de que a lei não teve vigência na eleição de 2010", conclui.

Nesta quarta-feira (14), após uma reunião com líderes do PMDB, o presidente do Supremo, ministro Cezar Peluso, levou a plenário o novo pedido do advogado de Jader Barbalho. Peluso, então, deu o voto de minerva que autorizou a posse.

A situação de Barbalho estava pendente desde novembro do ano passado, quando cinco ministros votaram contra a posse e cinco a favor. Na época, o agora senador vociferou contra o Supremo em entrevista a Terra Magazine e chamou a Corte de "esdrúxula" e "patética".

Desta vez, Barbalho invoca uma metáfora bíblica para afirmar que a polêmica é página virada:- Não tenho vocação para mulher de Sodoma e Gomorra, nem tenho pretensão de virar estátua de sal - compara. Na história, pessoas que olhavam para trás enquanto as cidades eram destruídas se transformavam em estátuas.

LEIA A ENTREVISTA

Como o senhor recebeu a decisão do Supremo desta quarta?

Assisti à sessão pela televisão. Estava esperando que o Supremo adotasse a orientação que ele já tinha estabelecido desde 23 de março, de que a lei não teve vigência na eleição de 2010. Então, o tratamento dispensado aos demais, evidentemente, teria que ser dispensado a mim.

A conversa que líderes do PMDB tiveram com o presidente do STF, Cezar Peluso, na tarde anterior foi determinante?

Não sei se foi determinante ou não. Acho que a ação dele foi correta, porque, no caso (Cássio) Cunha Lima (PSDB-PB), todas as lideranças do PSDB estiveram com ele. Mesma coisa em relação a João Capiberibe (PSB- AP), o governo de Pernambuco foi até o Supremo. Eu acho natural, no processo democrático, principalmente junto ao Judiciário, que a pessoas pleiteiem o que está estabelecido pelo próprio Poder Judiciário. Ruim é se algum grupo político fosse pedir algo indecoroso. Mas quando você vai pedir apenas o cumprimento da Justiça, acho que é um direito de cidadania.

O senhor se sentiu injustiçado por outros políticos nas mesmas condições terem tomado posse antes?

Não. Eu estava apenas aguardando. Sabia que, inevitavelmente, não deixaria de adotar em relação a mim. Afinal de contas, não existe lei pessoal, principalmente, lei que não teve vigência. Quando o Supremo estabeleceu que a lei não teve vigência, ela não entrou no mundo jurídico, ela não existiu.

Chegou a ser ventilado que haveria uma tentativa de manobra do PT para manter a vaga que seria do senhor com Paulo Rocha (PT-PA, terceiro colocado nas eleições e também barrado pelo Ficha Limpa). O senhor teve conhecimento disso?Se a Suprema Corte do País adotar postura de natureza político-partidária é uma "república de bananas". Não tenho absolutamente. Se existiu, não creio que tivesse menor possibilidade de ter sucesso.

Quais as suas expectativas ao assumir?

A minha expectativa é corresponder à decisão do povo do Pará, que me elegeu, apesar de uma campanha difícil, em que, inclusive, a propaganda era que não deveriam votar em mim exatamente porque o voto seria nulo. A minha expectativa é corresponder à confiança do povo paraense, que me deu 1 milhão e 800 mil votos. Eu, mais do que nunca, tenho o dever de exercer com o maior entusiasmo meu mandato a favor do Pará.

Foi uma longa espera. A demora foi prejudicial?

Não o mandato de senador é longo (risos). Não vai atrapalhar absolutamente a possibilidade de eu ter um desempenho que corresponda à expectativa do povo do Pará e me unir naquilo que for de interesse para o País com os outros senadores.

O senhor já considera essa história página virada?

Não tenho vocação para mulher de Sodoma e Gomorra, nem tenho pretensão de virar estátua de sal.

E quanto às cartas que o senhor enviou para os ministros? O ministro Joaquim Barbosa chegou a afirmar que se sentiu ameaçado.

Eu mandei cartas altamente respeitosas para todos os membros do Supremo. Acho que qualquer homem público deve estar à disposição, no exercício da função pública, para receber correspondências de qualquer cidadão. Eu apenas escrevi, reivindicando que meu assunto fosse colocado em pauta. Só isso. Todos os outros ministros ressaltaram que é muito natural que isso ocorra.

Surpreendeu a reação de Joaquim Barbosa?

Não. Lamentei que ele houvesse interpretado equivocadamente. Eu fui respeitosamente solicitar que meu assunto fosse colocado em pauta. Só isto. Aliás, direito de qualquer cidadão.

O senhor acredita que vai ser bem recebido no Senado?

Ainda ontem, tive a oportunidade de comparecer a uma festa de confraternização em Brasília e fiquei muito feliz. Quase todo o Senado estava presente. A maior parte são pessoas do meu relacionamento. E nesses últimos oito anos, eu estava no Congresso. Fui presidente do Senado, fui líder durante quase sete anos. Tenho muitos amigos. Meu relacionamento é excelente com o Senado.

MÁFIA FINANCEIRA


A máfia do sistema financeiro quer dominar o planeta

Está em curso um movimento para
que apenas dois países passe a
dominar todas as nações do
planeta com escravidão e miséria

WALQUER CARNEIRO

O sistema financeiro internacional se tornou uma verdadeira organização criminosa que trabalha como máfia  utilizando a tecnologia para praticar a rapinagem das riquezas monetárias de nações desprotegidas  em prol de apenas dois países: Estados Unidos e Alemanha. É por causa disso que desde 2008 o  planeta vem passando por essa onda de sucessivas crises financeiras, e o objetivo é enfraquecer moralmente algumas nações para que se crie o clima ideal para uma futura invasão, exterminação da identidade cultural  e apropriação dos recursos maturais e da força de trabalho do povo. É desta forma que age o imperialismo desde o tempo do imperador Caio Julius Cesar.

Esta é a verdadeira realidade, e temos que estar atentos para se contrapor aos ataques e resistir para garantir um planeta de igualdade e liberdade. É isso que o povo português está fazendo neste momento. Leia a baixo um artigo mostrando como é que a nação portuguesa está reagindo ao ataque especulativo da máfia financista internacional.

Portugal é hoje um país sob ocupação estrangeira

Recente greve geral  paralisou
o país no dia 24 de novembro
contra “o criminoso retrocesso social 
e civilizacional imposto pela máfia financista

FONTE  -  CUT / PORTAL VERMELHO


O secretário-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional (CGTP-IN), Manuel Carvalho da Silva, avalia como uma poderosa demonstração de unidade e força dos movimentos sindical e social o movimento contra  receituário neoliberal da troika (Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e União Europeia)”.

Em visita à sede nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o dirigente da CGTP disse que a luta deve ser bastante ampla para envolver o conjunto da sociedade em defesa da independência, pois “Portugal está hoje na condição de país ocupado, como a Grécia”. “A proposta da troika, dos agentes da agiotagem, é a amputação da democracia e da soberania.

Quem tem poder financeiro, de fato, é a Alemanha e seus bancos, que exploram descaradamente com seus juros absurdos os países da periferia. O Memorando da Troika é um programa que exige cortes nas Forças Armadas, na Justiça, na Saúde. A única ocupação que não existe é a militar. É a mais completa submissão à financeirização”.

Na prática, esclareceu Manuel, está em curso “um criminoso processo de agiotagem e roubo para o sistema financeiro aumentar sua riqueza”. “São juros impagáveis, impostos aos países que estão debaixo dos insustentáveis ‘pactos de austeridade’. A Grécia já disse que não vai ter condições de pagar, pois é uma verdadeira loucura, uma irracionalidade o que está sendo cobrado. A mesma coisa vai ocorrer em Portugal. Mesmo sabendo que são juros impagáveis, o que os bancos querem é postergar esta situação, nem que seja por mais alguns meses, dias ou horas. Querem prolongar o que for possível o seu sistema de expropriação, que é um assalto para além do que já roubaram. Este é o sistema internacional de agiotagem que está minando a Europa”.

Condenando o que qualificou de “cardápio de imposições”, o sindicalista português denunciou que “a redução dos salários e benefícios é hoje um investimento estratégico para o processo de financeirização em curso, onde as empresas veem sua cotação nas bolsas crescer quando anunciam demissões, quando anunciam a eliminação de direitos e arrocho de salários”. “Isso é uma completa subversão da lógica, da perspectiva de valorização e responsabilização, que é um dos aspetos mais sólidos do respeito ao trabalho. E para quê? Para atender a especulação. Atualmente 52% dos movimentos financeiros da Bolsa de Nova Iorque são operações realizadas em milésimos de segundo, que desencadeiam de imediato ações especulativas. Não tem qualquer controle racional, é desumano”, ressaltou.

Conforme explicou Manuel da Silva, a greve geral em Portugal teve características e efeitos inovadores. “Em primeiro lugar, porque houve uma participação muito grande dos setores laborais sensíveis, estratégicos para a economia, com a quase total paralisação do transporte público e privado. Nenhum avião decolou, nenhum barco aportou, ficou parado o metrô das grandes cidades, o transporte marítimo a Lisboa, as linhas ferroviárias. Houve uma grande adesão da administração pública, incluindo as municipalidades. As grandes empresas do setor privado também se somaram à greve, incluindo Setúbal, que é onde está localizado o maior parque industrial do país, a AutoEuropa, da Volkswagen. O parque industrial, responsável por mais de 10% das exportações portuguesas registrou 92% de paralisação, incluindo a maior corticeira do mundo e a Caixa Geral de Depósitos, maior instituição bancária do país, onde 85% dos trabalhadores cruzaram os braços”.

MANIFESTAÇÕES MASSIVAS

Assim, diferentemente das demais paralisações, desta vez também houve grandes concentrações populares. “Nunca fazíamos manifestações nos dias de greve. Desta vez incorporamos os movimentos sociais, com dezenas de milhares. Em todo o país, foram 34 grandes manifestações, sendo que, só no Porto, participaram mais de 20 mil pessoas. Nossas bandeiras dialogam com a sociedade”.

Desde o anúncio da greve os objetivos colocados pela CGTP-IN e pela UGT (União Geral dos Trabalhadores), esclareceu, foram incorporando gente “contra o aumento da exploração e o empobrecimento”. “Esse debate ganhou a sociedade e fez com que mesmo setores de direita tivessem de nos dar razão. O antigo presidente do PSD (Partido Social Democrata) reconheceu que o Orçamento do Estado era de empobrecimento e não respondia às demandas sociais. Mesmo acadêmicos da área do PSD disseram que o programa é recessivo. Outro aspecto importante é a manifestação de setores da Igreja Católica, como o Justiça e Paz e a Liga Operária, que se somaram conosco. Em defesa dos Sindicatos, cientistas sociais, sociólogos e economistas realizaram abaixo-assinados. O antigo presidente, Mário Soares, ao lado de outras cinco personalidades do Partido Socialista, também identificaram convergências com as nossas denúncias. Houve um ganho extraordinário com a greve, que incorporou inúmeras e distintas forças, indo muito além da dimensão sociolaboral”.

Na queda de braço com o governo, a mídia tomou lado... contra os trabalhadores, obviamente. “Os grandes conglomerados, já que é disso que se trata, estão todo o tempo mentindo, inculcando nas mentes a posição dos seus donos, que é a dos seus anunciantes. No seu trabalho contínuo de dizer que não há alternativa, utilizam-se de comentaristas e analistas para reforçar sua posição, repetindo à exaustão que só há um caminho, que o arrocho é inevitável, que não há saída. Querem que as pessoas se isolem no seu sofrimento e percam qualquer perspectiva de ação coletiva, de mobilização por mudança. A mídia é hoje o grande instrumento de manipulação utilizado pelo sistema financeiro para combater os movimentos sindical e social. Assim, enquanto qualquer análise séria, seja do ponto de vista social, político, econômico, cultural ou antropológico coloca o neoliberalismo como derrotado, do ponto de vista prático esse sistema tem ao seu lado os meios de comunicação para fazer uma ofensiva pela submissão dos povos. É um crime convencer o jovem da inevitabilidade de que seu futuro será pior do que foi a vida dos seus pais e avós”.

Manuel lembra que pela proposta dos especuladores, haverá um arrocho médio de 30% nos ganhos dos servidores públicos. “Querem a eliminação do subsídio de Natal [o equivalente ao nosso 13º salário] e do subsídio de Férias [um salário integral], aumentar impostos, acabar com a evolução das carreiras e da atualização salarial. Há aposentados que sofreriam um arrocho tão grande quanto o dos servidores, recebendo menos quando mais precisam. Já neste mês de dezembro anunciaram o corte de 50% do subsídio de Natal, tanto dos trabalhadores do setor público quando dos da iniciativa privada. Para completar, querem ainda aumentar a jornada de trabalho em duas horas e meia por semana, meia hora diária. Neste momento, há uma ofensiva contra os benefícios, que em nosso país representam cerca de 25% dos salários”.

BASTA DE SACRIFÍCIOS

E tanto sacrifício, para gerar mais desemprego e mais recessão, alertou. “O governo faz uma projeção de que o PIB cairia 3%, com uma dramática degradação da qualidade de vida, com a perda da proteção social, cortes na saúde, na educação, no sistema judiciário. Teríamos mais inflação e mais pobres. Indiscutivelmente um retrocesso social e civilizacional com a perda da infraestrutura do país. Esta é a verdade, mas tentam nos convencer da quadratura do círculo. Aí entra a mídia querendo nos convencer de que precisamos empobrecer, pois estaríamos vivendo acima do que podemos. O fato é que ninguém consegue pagar dívidas empobrecido. Mas eles querem. Daqui há dois anos não teríamos mais como pagar um centavo e a dívida ficaria maior”.

Entre as propostas dos movimentos sociais portugueses, o dirigente da CGTP destacou como fundamental a defesa do emprego, que “deve ser o trabalho com direitos, útil à produção material da sociedade, não para enriquecer alguns”. “Para nós, o salário deve ser parte da riqueza produzida. Combatemos a precariedade e a insegurança e o aumento da jornada de trabalho, pois o tempo é o bem social mais precioso depois da saúde. Também defendemos a garantia do contrato coletivo, instituído na metade do século 20, pois representa uma relação de equilíbrio contra o cardápio de imposições do capital. O segundo campo é a agenda social e política, que é o que dá a centralidade e amplia o leque de alianças, articulando o conjunto dos movimentos. No nosso entendimento, a crise capitalista é sistêmica: financeira, econômica, política, institucional, energética, ambiental e ecológica. Neste sentido também é preciso desconstruir conceitos que foram apropriados pelo neoliberalismo”, concluiu o dirigente português.

HONESTIDADE NAS ELEIÇÕES

Marlito pensa as eleições de 2012

Todo cidadão tem que
dar a sua dose de contribuição
para tentar mudar a
realidade do nosso país

WALQUER CARNEIRO

Marlito Araújo é um universitário, filho de Dom Eliseu que, filosofando, vai pensando   a realidade do nosso país e de nossa cidade.

No artigo a seguir ele faz uma breve dissertação meditando sobre a falta de convicção no caráter da classe política, o uso do dinheiro público financiando campanhas eleitorais, criticando também o auxílio que o governo disponibiliza para que pessoas de baixa renda possam freqüentar a escola.

Ele pega pesado com a prática do assistencialismo eleitoreiro que desvirtua o caráter da liberdade de escolha do eleitor que devido a miséria imposta pelo sistema opressor obriga o cidadão a vender o voto.

O artigo de Marlito serve como um alerta porque em 2012 é ano eleitoral e mais uma vez os espertalhões se sempre estarão batendo a nossa porta e diante do descontrole da corrupção ele aventa a possibilidade do retorno ao regime militar.

O ponto de vista do artigo a seguir não representa a opinião do editor do Blog Porta Pro Futuro.

A verdade está fora de moda?

Porque ser verdadeiro, honesto, sincero, cordial se a hombridade está se tornando sinônimo de doidivanas, presunçoso, estúpido, tolo, um verdadeiro beócio?  

Está cada vez mais difícil ter essas qualidades porque quem as tem é pouco valorizado, achincalhado ou mesmo ignorados. Bonito e valorizado é quem se dá bem à custa do outro, quem usa o interesse público em prol de si mesmo, há uma supervalorização do jeitinho brasileiro pra tudo.

Então os críticos do presidente Sarney são uns hipócritas, pois ele está se tornando a síntese do brasileiro. Financiamento público de campanhas políticas já! E muita fiscalização, inclusive de nossa para (eleitor).

Os contrários são os que concordam com as práticas promíscuas que está acontecendo atualmente. É melhor financiar as campanhas com dinheiro público ao invés de  vê-los se apoderar escandalosamente do erário sem poder fazer nada, afinal as leis que deveriam auxiliar o judiciário a puní-los são feitas por quem encontra  brechas nela, e assim na hora do aperto se beneficiem delas.

O corriqueiro é o sujeito em época de eleição aparecer na periferia tentando falar a língua do eleitor, o que não é muito difícil com o nível da nossa educação,  onde o professor é praticamente obrigado a fazer o aluno passar de ano sem saber nada, ou o governo pagar para o indivíduo freqüentar a escola, não precisa estudar e aprender mas apenas “ marcar presença”, assim estão cada vez mais caras e mirabolantes as campanhas eleitorais. Então façamos uma mea culpa, e o povo? Ora ele é parte desse sistema todo porque mal o sujeito aparece já estão aos beijos, abraços, tapinhas nas costas e aperto de mãos e uma petição desenfreada isso é “venda de voto”.

É um saco de cimento aqui, uma dentadura ali, um par de sapatos acolá e tantas outras quinquilharias. Em vez de reclamar depois deveria aceitar calado. Enfim de onde vem todo esse dinheiro? Dos financiadores, dos magnatas, marajás e demais aproveitadores e estes terão que ter o seu retorno assegurado.

Quem pediu algumas telhas já se dê por satisfeito, quem investiu um boi receberá uma boiada e assim o orçamento público já estará comprometido, há! Ainda tem o loteamento dos cargos, porque quem investiu mais ( na campanha de determinado candidato) terá direito aos melhores setores e para isso colocará quem lhe for mais fiel; competência no serviço público é o quesito menos valorizado o que vale é a fidelidade.

UTOPIA?

Político bom precisa ter competência, educação, compromisso e a campanhas o mínimo de recurso, o que deveria valer era o olho no olho, a conversa franca, cada pretendente explicar as suas atribuições, limitações e os seus reais objetivos.

Desenvolver projetos como restaurante popular, onde poderia dispor de comida de boa qualidade e acessível ao invés de dar um prato de comida na hora da eleição. 

Criar projetos para reconstrução das casas estioradas e não distribuir telhas ou cimento na véspera, o eleitor que já aguentou tanto que espere mais um pouquinho para ter argumentos para reclamar depois.

O período da ditadura militar foi terrível para os desordeiros, porém  benéfica para a verdadeira família brasileira, a educação apesar do pouco aparato tecnológico funcionava, quem concluía o ensino médio estava apto ao curso superior, aprendia-se para a vida.

Se não fossem os excessos deveríamos voltar aos anos de chumbo e mandar todos os corruptos para a cadeia ou para o DOPS. A sociedade está cada vez mais corrompida, os valores estão desvalorizados. Cabe a nós, cidadãos [doenliseuenses], fazer a nossa parte agora. Fiscalizar nossos mandatários e legisladores e prepararmo-nos para o ano vindouro onde novamente seremos cortejados. Não será então a hora de darmos a tudo isto um basta? 

LULA MILAGREIRO ?

Lula vai virar o novo Padim Ciço?

Lula não se fará de rogado
para usar a sua luta contra o
câncer para tentar fazer aumentar
a devoção à sua figura?

POR HUGO SOUZA  / OPINIAOENOTICIA.COM.BR


Uma observação nada sutil do articulista do jornal O Estado de S.Paulo José Nêumanne sobre a doença do ex-presidente Lula feita na última segunda-feira, 28, está causando grande ronrom. Participando de um evento intitulado “Liberdade de Imprensa vs. Politicamente Correto”, em São Paulo, Nêumanne profetizou: “O câncer vai fazer Lula se tornar o Padre Cícero”.

Talvez entusiasmado com o tema do seminário do qual participava, José Nêumanne colocou de uma forma mais, digamos, midiática, ou pelo menos politicamente incorreta, o que muito já se comentou na imprensa nacional e internacional sobre o efeito que o tumor na laringe do ex-presidente terá sobre a vida política brasileira.

Vide a recente reportagem da principal revista de economia e política do mundo, a The Economist, sobre as implicações políticas do diagnóstico de Lula, na qual se diz que “as palavras que ele proferir serão difíceis de ignorar. O sentimento de solidariedade com ele dará mais peso às suas indicações de candidatos e pedidos de unidade na coalizão”.

DEVOÇÃO E MISTIFICAÇÃO

“Ele vai fazer o que quiser com o PT e com o Brasil”, disse ainda José Nêumanne, prevendo que Lula se tornará um colosso político ainda maior depois da cura, desfecho bastante provável do tratamento do ex-presidente, segundo os médicos.

Tais afirmações de José Nêumanne têm como substrato a suspeita de que Lula e seu círculo político não se farão de rogados para usar a sua luta contra o câncer a fim de tentar fazer aumentar a devoção à sua figura. Para alguns, o estratagema já está em curso, tendo começado mais exatamente quando o ex-presidente apareceu em um vídeo gravado no hospital Sírio-Libanês após a primeira sessão de quimioterapia para agradecer “a solidariedade e o carinho do povo brasileiro” e para dizer que a luta contra a doença “não é a primeira nem última batalha” que ele irá enfrentar.

No vídeo sobre o câncer, falou o político messiânico: “Não existe espaço para pessimismo, para ficar lamentando que o dia não foi bom. Sem perseverança, sem muita persistência, sem muita garra, a gente não consegue nada. Nós temos que lutar. Foi para isso que eu vim, para lutar, para melhorar a vida de todo mundo”.

O MISTÉRIO DO MINDINHO

A dita devoção a Lula foi construída, sim, com um carisma que o faz quase que imantado, mas também com boas doses de mistificações que foram se criando em torno de sua história de vida e de sua vida política.

Acerca de tais mistificações, o próprio Nêumanne questiona a história que Lula conta sobre a perda do dedo mindinho da sua mão esquerda. Segundo o ex-presidente, ele estaria trabalhando no torno quando um colega bêbado chegou e prensou seu dedo. Lula teria sido obrigado a seguir trabalhando porque o patrão não o teria deixado ir ao médico. Quando finalmente chegou ao pronto-socorro, depois do expediente, o plantonista teria amputado seu dedo por puro comodismo.

“Aí, eu pergunto: quem era esse bêbado? Quem era o patrão? Quem eram esses amigos? Quem era o médico? Ninguém sabe!”, disse Nêumanne em sua noite politicamente incorreta em São Paulo. A mesma noite na qual ele levantou a bola de que o Lula de câncer curado, será o novo “Padim Ciço”, como diz a gente pobre do sertão. E completou: “É a mesma história das outras contadas pelo Lula: ele sempre é o herói e sempre tem um filho da p… para atrapalhar”.

Caso se confirme o cenário de uso político do câncer de Lula pelo próprio doente, algo como uma volta por cima “como nunca antes na história deste país”, o ex-presidente estará legitimando por completo as campanhas que surgiram desde o seu diagnóstico pedindo que ele trate seu tumor pelo SUS, e não no Sírio-Libanês – campanhas diante das quais muita gente se escandalizou exatamente por não admitir a mistura de Lula com Luis Inácio, ou seja, da política com a doença.


VEREADOR ENFORCADO

Vereador do PT de Santa Catarina é encontrado morto

Vereador  pré-candidato
a prefeito estava acusando  
outro parlamentar por
prática de corrupção

FONTE – REDE BRASIL ATUAL / POR: FELIPE PRESTES
    
O vereador de Chapecó Marcelino Chiarello (PT) foi encontrado morto por volta do 12h da segunda-feira (28) em sua residência no município de quase 200 mil habitantes, no oeste de Santa Catarina. Ele foi encontrado enforcado, mas a polícia aguarda a conclusão da perícia para se pronunciar e adianta que todas as hipóteses, inclusive assassinato, serão analisadas.

Colegas de partido levantam suspeitas contra um vereador do PSD que estava sendo denunciado pelo petista. "Ele não estava deprimido. Não era psicótico, não tomava medicamento. Estava feliz, falava em se candidatar a prefeito", afirma a vereadora Angela Moreira Vitória, também do PT.

Angela diz que Chiarello fazia muitas denúncias de corrupção. A denúncia mais atual era contra o vereador Dalmir Pelicioli (PSD). Como subprefeito de Chapecó, Pelicioli estaria desviando pequenas subvenções sociais destinadas a entidades associativas. Com a denúncia de Chiarello, Pelicioli foi afastado do cargo e voltou para a Câmara dos Vereadores. O PT pedia sua cassação, enquanto ele pedia cassação dos petistas por calúnia.

Angela ressalta que Chiarello fez outras denúncias. Outra recente foi de irregularidades na aquisição de lombadas eletrônicas pela Prefeitura. "Outra pessoa pode ter se aproveitado desta briga com o Pelicioli", cogita a vereadora. "Está todo mundo apavorado. Ninguém podia imaginar algo desta natureza", completa.

A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvati, que é do PT catarinense, entrou em contato com o governador Raimundo Colombo (PSD) e com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT), para pedir rigor na apuração do caso.

REFLEXÕES DE UM CRISTÃO

  Eu sou cristão, de modo que no meu proceder, em meio a sociedade plural, me esforço para pautar meu comportamento de acordo com o que Jesu...