O CACIQUE PARAENSE VENCE A GUERRA

Depois de quase sucumbir Jader consegue vencer o sistema

Na fogueira das vaidades
e dos interesses da
política nacional só se
mantém quem tem cacife

WALQUER CARNEIRO

Jader Barbalho conseguiu vencer a queda de braço que vinha travando contra o sistema político e judiciário nos últimos dez anos e no último dia 14 o Supremo Tribunal Federal finalizou o processo que estava impedindo o político de assumir seu mandato de senador garantido por 1. 800 milhão  votos obtidos nas últimas eleições.

Na verdade havia uma enorme contradição no caso do senador Jader, pois ele foi impedido pela justiça  de assumir o mandato, a mesma justiça que não conseguiu impedir que ele registrasse a sua candidatura em 2010.

Um das personalidades públicas mais emblemáticas  surgidas no Brasil nos últimos 20 anos, Jader Barbalho despontou nos anos 90 como o políticos mais influente da política nacional. Tendo ocupado o cargo de ministro da previdência do governo Sarney nos anos 80, sendo que Jader foi responsável pela implantação do SUS.

A trajetória política de Jader o estava levando cada vez mais alto e nas proximidades do poder central quando uma pendenga com Antonio Carlos Magalhães, liderança política baiana, colocou uma enorme pedra no caminho de Jader Barbalho.

A disputa política com ACM desacelerou o embalo do político paraense, e a partir daí iniciou-se um retrocesso em sua carreira,  sendo  praticamente abandonado por seus parceiros políticos, tanto do seu partido (PMDB) , como também dos partidos a quem  Jader sempre dera apoio.


Jader satiriza demora do STF: "O mandato de Senador é longo"

Jader Barbalhoesperou mais de
um ano para ter autorizada sua
posse pelo Supremo Tribunal
Federal por conta da Lei da Ficha Limpa

FONTE - PORTAL TERRA   

Primeiro lugar nas eleições de 2010 para o Senado, o político, porém, usa do humor para dizer que não se sentiu prejudicado: - O mandato de senador é longo (risos). Não vai atrapalhar absolutamente.

Em entrevista a Terra Magazine, Jader Barbalho deixa de lado as críticas ferozes que vinha fazendo ao STF. Ele demonstra serenidade e, ao contrário do habitual, evita polêmica. "Estava esperando que o Supremo adotasse a orientação que ele já tinha estabelecido desde 23 de março, de que a lei não teve vigência na eleição de 2010", conclui.

Nesta quarta-feira (14), após uma reunião com líderes do PMDB, o presidente do Supremo, ministro Cezar Peluso, levou a plenário o novo pedido do advogado de Jader Barbalho. Peluso, então, deu o voto de minerva que autorizou a posse.

A situação de Barbalho estava pendente desde novembro do ano passado, quando cinco ministros votaram contra a posse e cinco a favor. Na época, o agora senador vociferou contra o Supremo em entrevista a Terra Magazine e chamou a Corte de "esdrúxula" e "patética".

Desta vez, Barbalho invoca uma metáfora bíblica para afirmar que a polêmica é página virada:- Não tenho vocação para mulher de Sodoma e Gomorra, nem tenho pretensão de virar estátua de sal - compara. Na história, pessoas que olhavam para trás enquanto as cidades eram destruídas se transformavam em estátuas.

LEIA A ENTREVISTA

Como o senhor recebeu a decisão do Supremo desta quarta?

Assisti à sessão pela televisão. Estava esperando que o Supremo adotasse a orientação que ele já tinha estabelecido desde 23 de março, de que a lei não teve vigência na eleição de 2010. Então, o tratamento dispensado aos demais, evidentemente, teria que ser dispensado a mim.

A conversa que líderes do PMDB tiveram com o presidente do STF, Cezar Peluso, na tarde anterior foi determinante?

Não sei se foi determinante ou não. Acho que a ação dele foi correta, porque, no caso (Cássio) Cunha Lima (PSDB-PB), todas as lideranças do PSDB estiveram com ele. Mesma coisa em relação a João Capiberibe (PSB- AP), o governo de Pernambuco foi até o Supremo. Eu acho natural, no processo democrático, principalmente junto ao Judiciário, que a pessoas pleiteiem o que está estabelecido pelo próprio Poder Judiciário. Ruim é se algum grupo político fosse pedir algo indecoroso. Mas quando você vai pedir apenas o cumprimento da Justiça, acho que é um direito de cidadania.

O senhor se sentiu injustiçado por outros políticos nas mesmas condições terem tomado posse antes?

Não. Eu estava apenas aguardando. Sabia que, inevitavelmente, não deixaria de adotar em relação a mim. Afinal de contas, não existe lei pessoal, principalmente, lei que não teve vigência. Quando o Supremo estabeleceu que a lei não teve vigência, ela não entrou no mundo jurídico, ela não existiu.

Chegou a ser ventilado que haveria uma tentativa de manobra do PT para manter a vaga que seria do senhor com Paulo Rocha (PT-PA, terceiro colocado nas eleições e também barrado pelo Ficha Limpa). O senhor teve conhecimento disso?Se a Suprema Corte do País adotar postura de natureza político-partidária é uma "república de bananas". Não tenho absolutamente. Se existiu, não creio que tivesse menor possibilidade de ter sucesso.

Quais as suas expectativas ao assumir?

A minha expectativa é corresponder à decisão do povo do Pará, que me elegeu, apesar de uma campanha difícil, em que, inclusive, a propaganda era que não deveriam votar em mim exatamente porque o voto seria nulo. A minha expectativa é corresponder à confiança do povo paraense, que me deu 1 milhão e 800 mil votos. Eu, mais do que nunca, tenho o dever de exercer com o maior entusiasmo meu mandato a favor do Pará.

Foi uma longa espera. A demora foi prejudicial?

Não o mandato de senador é longo (risos). Não vai atrapalhar absolutamente a possibilidade de eu ter um desempenho que corresponda à expectativa do povo do Pará e me unir naquilo que for de interesse para o País com os outros senadores.

O senhor já considera essa história página virada?

Não tenho vocação para mulher de Sodoma e Gomorra, nem tenho pretensão de virar estátua de sal.

E quanto às cartas que o senhor enviou para os ministros? O ministro Joaquim Barbosa chegou a afirmar que se sentiu ameaçado.

Eu mandei cartas altamente respeitosas para todos os membros do Supremo. Acho que qualquer homem público deve estar à disposição, no exercício da função pública, para receber correspondências de qualquer cidadão. Eu apenas escrevi, reivindicando que meu assunto fosse colocado em pauta. Só isso. Todos os outros ministros ressaltaram que é muito natural que isso ocorra.

Surpreendeu a reação de Joaquim Barbosa?

Não. Lamentei que ele houvesse interpretado equivocadamente. Eu fui respeitosamente solicitar que meu assunto fosse colocado em pauta. Só isto. Aliás, direito de qualquer cidadão.

O senhor acredita que vai ser bem recebido no Senado?

Ainda ontem, tive a oportunidade de comparecer a uma festa de confraternização em Brasília e fiquei muito feliz. Quase todo o Senado estava presente. A maior parte são pessoas do meu relacionamento. E nesses últimos oito anos, eu estava no Congresso. Fui presidente do Senado, fui líder durante quase sete anos. Tenho muitos amigos. Meu relacionamento é excelente com o Senado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

EDITA LEGAL