DIREITO ÀS GRAVIDAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIAS

ALEPA aprova campanha de esclarecimento para grávida deficiente 

Foi uma vitória da deputada Bernadete,
pois o projeto tinha recebido
parecer contrário, sob argumento
de inconstitucionalidade

FONTE - ASCON BERNADETE TEM CATEN



A deputada estadual Bernadete ten Caten (PT-PA) obteve mais uma vitória, ao defender nesta terça-feira (13), na Assembleia Legislativa do Estado do Pará, o Projeto de Lei Nº 44/2012, que trata sobre a campanha de esclarecimentos a respeito da gravidez de mulheres paraplégicas e tetraplégicas, de sua autoria. 

A argumentação da deputada se deu como enfrentamento os parecer contrário do relator da matéria, deputado Eduardo Costa, que considerou o projeto inconstitucional e sugeriu sua transformação em indicação ao Governo do Estado. De acordo com o relator o projeto criaria despesas para o governo do estado, o que é vedado pela constituição federal. 

O objetivo do projeto é proporcionar mais informações às mulheres, para que tenham conhecimentos e possam gerar com segurança seus bebês. 

Ten Caten defendeu que o plenário aprovasse o projeto nos contrapontos do parecer contrário. “Não estamos ferindo nem atacando a lei, já que o nosso objetivo não é estruturar nem criar secretarias ou autarquias, mas sim fazer uma campanha publicitária que demandará despesas, porém, estas já estão previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias, assim como na Lei Orçamentária Anual”, argumentou a parlamentar. 

Lembrou a deputada que essas despesas não são nada quando se observa o objetivo, que é o esclarecimento de mulheres pobres, carentes de tudo, inclusive de informação, para que tenha uma gravidez tranqüila, para que possa ser mãe e ter assegurado o direito de sua vida, assim como de seu bebê. Por isso, salientou, a importância que este projeto seja aprovado urgentemente. “Assim como a Casa aprovou, há pouco tempo, projeto semelhante de campanha publicitária para o parto normal, de autoria do deputado Júnior Ferrari, projeto este da mais alta importância”, considerou. 

Seus argumentos na tribuna foram tão fortes que o deputado parecerista, Eduardo Costa, ao subir à tribuna para defender seu parecer quanto à inconstitucionalidade do projeto, não encontrava argumentos, até mesmo porque, o projeto recebeu os aplausos do deputado Manoel Pioneiro, presidente da Casa, assim como de Carlos Bordalo, que também defendeu a derrubada do parecer. 

Ao final das discussões, a matéria foi posta em votação e aprovada por maioria de votos dos parlamentares. Deste modo, o projeto que defende a campanha de esclarecimentos foi aprovado no plenário e agora vai à para sanção do governador Simão Jatene. - (Bernadete oficial) -

BARBOSA COMEÇA SER QUESTIONADO




Todo mundo é salafrário?

Editorial do Estadão, na sexta-feira, fez 
observações duras sobre o comportamento 
de Joaquim Barbosa, o ministro 
relator do julgamento do mensalão.

PAULO MOREIRA LEITE


Observou que “desde as primeiras manifestações de inconformismo com o parecer do revisor Ricardo Lewandovski” a atuação de Joaquim Barbosa “destoa do que se espera de um membro da mais alta Corte de Justiça do país.”

O jornal, o mais influente nos meios jurídicos, explica que, em vez de “serenidade” o ministro “como que se esmera em levar um espetáculo de nervos `a flor da pele, intolerância e desqualificação dos colegas.”

Lembrando que Joaquim Barbosa exibiu um sorriso debochado diante de um colega que declarava discordâncias –parciais — em relação a um de seus votos, o jornal lamenta o “desdém estampado na face do relator” e registra a queixa de Marco Aurélio Melo: “não admito que Vossa Excelência suponha que todos aqui sejam salafrários e só Vossa Excelência seja uma vestal.”

Acho que em algumas situações o STF tem agido como se fosse possível supor “que todos aqui sejam salafrários”.

Exigir passaportes de quem ainda não foi condenado definitivamente – o julgamento não acabou, gente! – é uma decisão desnecessária. O mesmo vale para a decisão de incluir os réus na lista de procurados.

São medidas com amparo legal.

Mas a questão não é essa.

Estamos tratando de pessoas que jamais se recusaram se a atender a um chamado da Justiça.

Se hoje os brasileiros podem defender seus direitos no Supremo – e não submeter-se a coronéis e generais da Justiça Militar – é porque se travou uma luta por isso. No banco dos réus, hoje, encontramos vários lutadores que participaram da democratização do país.

Quando se recusaram a obedecer a lei, não eram elas que estavam erradas mas a Justiça, inclusive o Supremo da época, que, vergonhosamente, se curvou à ditadura, omitiu-se diante da tortura e da perseguição política, deixando a Justiça Militar tratar de crimes considerados políticos.

Quem considera que o STF é exemplo para o país, poderia se perguntar: depois de torcer abertamente para que o julgamento influenciasse as eleições para prefeito, agora se quer que os réus sejam hostilizados quando saem à rua?

Queremos humilhação? Vamos ampliar aquele teatro, estimulado artificialmente pelos adversários, como se sabe, de agressividade e ofensas?

Eu acho indecoroso lhes dar o tratamento de criminosos comuns, de bandidos.

Sabe por que? Porque eles não são. Têm projeto para o país, defendem ideias, já lutaram de forma corajosa por elas. Pode-se falar o que se quiser dessa turma. Mas não há prova de enriquecimento suspeito de Dirceu nem de Genoíno. Nem de Delúbio Soares, nem de João Paulo Cunha. Nem de Henrique Pizzolato, condenado como maior responsável pelo desvio de recursos do Visanet.

E é porque têm ideias e projetos que essas pessoas foram levados a julgamentos no STF e não para um juiz de primeira instância.

E é só porque este projeto tem apoio da maioria da população que este julgamento tem importância, não sai dos telejornais nem das manchetes. A causa é política. Pretende-se deixar o Supremo julgar estas pessoas, quando este é um direito da população.

E é um julgamento político, vamos combinar.

Pretende-se usá-lo como exemplo.

E é pelo receio de que o exemplo se repita, e condenações sem provas, sem demonstrações inquestionáveis de culpa dos réus, que mesmo quem apoia as decisões do STF começa a ficar preocupado. Por que?

Porque é injusto. E teme-se que a injustiça desta decisão contamine as próximas decisões.

Imagine se o mensalão mineiro obedecer ao mesmo ritual, da lei do “sei que só podia ser dessa forma”, do “não é plausível” e assim por diante. Vamos ter de voltar a 2000, quando, seguindo a CPI dos Correios, o dinheirinho do PSDB começou a sair do Visanet.

Vamos ter de chegar lá e apontar quem era o responsável por liberar a grana que, conforme escreve Lucas Figueiredo, no livro O Operador, chegou a 47 milhões de reais apenas no mandato de Aécio Neves no governo de Minas Gerais.

É assim que se vai fazer a campanha presidencial da grande esperança anti-Dilma em 2014? Parece que não, né, meus amigos.

É certo que há uma visão política por trás disso. Essa visão é seletiva e ajudou a deixar o mensalão PSDB-MG num tribunal de primeira instância, medida que favorece os réus.

Essa visão é acima de tudo distorcida e tem levado a criminalização da atividade política. Confunde aliança política com “compra de votos” e “pagamento de propina.” E estamos condenando sem serenidade, no grito, como se todos fossem “salafrários.”

As provas são fracas. O domínio do fato é um argumento de quem não tem prova individual. Você pode até achar uma jurisprudência válida. Você pode até achar que “não é possível” que Dirceu não soubesse, nem Genoíno.

Mas a Folha de hoje publica uma entrevista com um dos autores da teoria do domínio do fato. Basta ler para concluir que, falando em tese, ele deixa claro que é preciso mais do que se mostrou no julgamento.

Mas não vamos esquecer que o domínio do fato referia-se a uma hierarquia de tipo militar, onde funciona a lei de obediência devida, onde o soldado que desobedece a cadeia de comando pode ir a julgamento.

É disso que estamos falando? De um bando de manés que o Dirceu dominava, todo poderoso?

Que Genoíno comandava porque acabara de virar presidente do PT e tinha de assinar documentos em nome do partido? De generais e soldados?

Alguém ali era menor de idade, não fora vacinado? Alguém não sabia ler ou escrever? Não tinha vontade própria?

Outro ponto é que faltam testemunhas para sustentar a tese da acusação. O mensalão que “todo mundo sabe que existia” continua mais invisível do que se pensa.

Roberto Jefferson é volúvel como prima donna de ópera.

Faltam até heróis neste caso.

Sabe aquela publicitária tratada como heroína por determinados órgãos de imprensa, porque denunciou os desvios no Visanet? Pois é. Embora tenha sido mencionada no tribunal por Roberto Gurgel e também por Joaquim Barbosa, a Polícia Federal encontrou 25 000 reais em sua conta, depositados por uma agência subcontratada pela DNA que é de…Marcos Valério. Teve um outro, o câmara que filmou a denuncia dos correios. O cara trabalhava para o bicheiro Cachoeira.

Coisinhas mequetrefes, né…

A acusação de que o mensalão “está na cara” é complicada quando se lê uma resolução do Tribunal de Contas da União que sustenta o contrário e diz que as despesas fecham. Por esta resolução, não houve desvio.

Você precisa achar que “todo mundo é salafrário” para acreditar em outra coisa. O texto está ali, fundamenta o que diz e assim por diante. E lembra que testemunhas que dizem o contrário de são inimigas notórias de quem acusam.

Falamos em “desvio de dinheiro público” mas não temos uma conta básica. Assim: quanto saiu dos cofres públicos, quando foi entregue para quem deveria receber — agencias de publicidade, meios de comunicação que veiculam anuncios — e quanto se diz que foi desviado. Há estimativas que, às vezes, apenas são o nome elegante de “chute.”

O fato é que não sabemos, de verdade, qual o tamanho disso que se chama de “mensalão.”

É curioso que, mesmo com estimativas, o Supremo fale em pedir aos réus que devolvam o dinheiro desviado. Mas como, se não se sabe, exatamente, o quanto foi. Devolver estimativa?

Então, conforme o TCU, não houve desvio. Você pode até contestar essa visão mas não é uma questão de opinião, somente. Precisamos mostrar os dados, os números, as datas. Não posso entrar no banco e dizer que o dinheiro sumiu de minha conta sem mostrar os saldos e extratos, concorda? E o banco tem de mostrar para onde foi o dinheiro que eu disse que estava lá, certo?

Nós sabemos que os ministros do TCU são indicados por razões políticas e muitos deles são ex-deputados, ex-ministros. Até posso achar que é “todo mundo salafrário” mas não se pode tomar uma decisão com base nessa opinião sem tomar uma providência – como denunciar os supostos salafrários na Justiça, concorda? Vamos cassar os ministros que sustentam a lisura dos contratos?

Sei que você pode discordar do que estou dizendo. Tudo bem. É seu direito. Concorda? Também.

Eu só acho que desde Voltaire, um dos pioneiros do iluminismo, posso não concordar com nada do que dizeis mas defenderei até a morte o direito de fazê-lo.

O nome disso é democracia.

E é em nome disso que não entendo por que o relator Joaquim Barbosa declarou-se ofendido com uma crítica de José Dirceu ao julgamento. Dirceu falou em populismo jurídico.

Barbosa considerou isso uma “afronta.” É engraçado. Embora o populismo tenha virado xingamento depois de 1964, existem cientistas políticos renomados que dizem que é um sistema de ação político válido, que envolve, claro, o argentino Peron, o turco Kemal Ataturk e muitos outros.

Mas essa é outra discussão. O que importa, aqui, é lembrar que juiz julga e fala pelos autos, mesmo quando o julgamento é televisionado.

Não pode ficar ofendido. Ou melhor, pode. É humano.

Mas não pode manifestar isso num julgamento. Não pode ter uma opinião pessoal. Não pode falar que gosta de um partido, ou que tem desprezo por outro. Tem de ser inteiramente impessoal, e por isso usa uma toga negra. Seu símbolo é uma balança, os olhos vendados.

Um juiz pode até ficar indignado com os métodos que se faz política no Brasil desde os tempos de Pedro Alvares Cabral.

Mas não pode enxergar corrupção por trás de toda aliança política que não entende nem consegue explicar. Não pode achar que todo pacto entre partidos é feito de roubo e de propina. Porque é esta visão que domina o julgamento. E ela é errada.

Vou me candidatar ao troféu de frasista do domingo ao lembrar que se não houvesse divergência nem traição nunca haveria aliança em política.

É só perguntar à velha guarda do PMDB o que ele achou da aliança do Tancredo Neves com o Sarney e do abandono das diretas-já.

Aos tucanos, o que eles acharam do acordo com ACM para eleger Fernando Henrique Cardoso. Até dona Ruth se enfureceu.

Aos petistas, o que acharam dos novos-amigos que apareceram em 2002, a começar por um empresário que ficou vice, o PTB do Jefferson, da Carta ao Povo Brasileiro e assim por diante…

Se todo mundo pensasse igual não era preciso fazer aliança.

Aliança se faz com adversários e aliados distantes. Se não fossem, entravam para o partido, certo?

Alianças envolvem partidos diferentes e, as vezes, muito diferentes. Podem ser um desastre ou uma maravilha, mas são legítimas como instrumento de governo. Claro que, pensando como o PCO, o PSTU, a LER, o MNN, é possível achar que não dá para fazer aliança com quem é salafrário, categoria que na visão dessa turma inclui mais ou menos 200% dos políticos – aqueles que estão em atividade e todos os outros que ainda não entraram na profissão.

Alianças se compra com dinheiro? Não. É suborno? Não.

Mas inclui dinheiro porque a política, desde a invenção do capitalismo e da sociedade burguesa, é uma atividade que deixou de ser exclusiva da nobreza, chegou ao cidadão comum e se profissionalizou. O dinheiro pode sair do Estado, recursos que permitem um controle real e uma distribuição democrática. Ou pode vir dos interesses privados, que assim colonizam o Estado conforme seus interesses. Os adversários da turma que está no banco dos réus sempre se opuseram a uma reforma que permitisse esse controle maior. Dá para imaginar por que.

Os “políticos-salafrários” só pensam numa coisa: ganhar a próxima eleição. A vida deles é assim. Contaram os votos, começam a pensar na campanha seguinte. É normal. Você pode achar muito oportunismo. Eu não. A democracia não para.

Por isso as verbas de campanha são sua preocupação permanente

Por isso, os mais velhos contam que o movimento democrático que derrubou a ditadura militar tinha uma caixinha clandestina que ajudou a vitória de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral. Era imoral? Não. Era ilegal? Devia ser.

Os grandes financiadores da luta no colégio eleitoral foram grandes empreiteiras.

Em 1964, quando até Juscelino foi humilhado por um IPM infamante, se dizia que o mundo se dividia entre subversivos e corruptos.

Mas estávamos numa ditadura, quando se espera que seus adversários políticos sejam tratados como inimigos morais. Este recurso favorece decisões arbitrárias.

Numa democracia, todos são inocentes – até que se prove contrário.

Clique no link a baixo para acessar a coluna de Paulo Moreira Leite.

PESQUISA FAZ MAPEAMENTO DE ATEUS NO PLANETA

Ateísmo em ascensão em países asiáticos e europeus

A porcentagem das pessoas que 
se consideram ateus é 9% maior hoje 
do que em relação ao ano de 2005,
e a China é o país com mais ateus

FONTE - BLOG DO CARLOS MAIA

Uma pesquisa recente que analisou mais de 51.000 pessoas em 57 países revela que o ateísmo está crescendo globalmente em quase 10 por cento, com várias nações asiáticas e europeias experimentando o maior crescimento. A maioria da população do mundo, no entanto, ainda se considera religiosa.

Foi encontrado que as mulheres são um pouco mais ateias que os homens, com 14 por cento das mulheres entrevistadas dizendo que são ateias convictas, em comparação com 12 por cento dos homens. Aqueles com um diploma universitário eram mais prováveis de serem ateus (19 por cento), enquanto os idosos com mais de 65 anos de idade foram os mais religiosos, com 66 por cento.As pessoas foram convidadas a responder a pergunta: "Independentemente de você assistir a um culto ou não, você diria que é uma pessoa religiosa, uma pessoa não religiosa ou um ateu convicto?" - E de acordo com a Pesquisa de Opinião REDC, 13 por cento dos entrevistados disseram que são ateus convictos. Embora esse número seja ainda menor do que os 59 por cento dos religiosos e 23 por cento das pessoas não-religiosas, é cerca de 9 por cento superior ao levantamento anterior, em 2005.
"Há um declínio notável em todo o mundo na auto-descrição de ser religioso," um comunicado de imprensa sobre a pesquisa observou.

Entre os 10 países mais ateus estiveram quatro países da Ásia e seis países europeus. As nações ateístas foram as seguintes: China (47 por cento), Japão (31 por cento), República Checa (30 por cento), França (29 por cento), Coreia do Sul (15 por cento), Alemanha (15 por cento), Holanda (14 por cento) , Áustria (10 por cento), Islândia (10 por cento) Austrália (10 por cento) e Irlanda (10 por cento).

Os países mais religiosos, por outro lado são mais diversificados, com representantes de cada continente, além da América do Norte. Em Gana, 96 por cento das pessoas se identificaram como religioso, em comparação com a Nigéria (93 por cento), Armênia (92 por cento), Fiji (92 por cento), Macedônia (90 por cento), Romênia (89 por cento), Iraque (88 por cento), Quênia (88 por cento), Peru (86 por cento) e Brasil (85 por cento).

Nos Estados Unidos, 60 por cento das pessoas disseram que eram religiosas, enquanto 30 por cento eram não-religiosas, e 5 por cento eram atéias. Outras 5 por cento não tiveram resposta.
O país que relatou um dos maiores números da perda da religião foi a Irlanda, que passou de 69 por cento em 2005 para 47 por cento em 2012 em termos de pessoas dizendo que são religiosas. Embora a pesquisa não especule as razões para esta mudança, a Igreja Católica Romana, a qual muitos irlandeses pertence, foi envolvida em escândalos de longa data de abuso infantil nos últimos anos.

UM NOVO TEMPO PARA DOM ELISEU

Produzir de forma sustentável para garantir legalidade 

A ação coletiva dos proprietários
e produtores rurais será fundamental
para se iniciar um novo ciclo
produtivo e econômico em Dom Eliseu


WALQUER CARNEIRO




Muito se fala que para gerar emprego e renda em substituição ao setor produtivo que era baseado na exploração da floresta em Dom Eliseu é necessário atrair empresas,mas para isso o município tem que produzir algum tipo de matéria prima que sustente essas prováveis empresas, e a única forma é através da produção rural na agropecuária e florestamento. 

O município de Dom Eliseu, apesar de ter vocação para produção rural, está tendo dificuldades para implementar projetos para a cultura de grãos e até mesmo projetos de plantios de florestas para fins comerciais, pois a condição ambiental e fundiária põe obstáculos no desenvolvimento de empreendimentos agrícolas local. 

Dom Eliseu está localizado em uma região da Amazônia onde a interferência do ser humano no meio ambiente foi intensa nos últimos 35 anos na exploração dos recursos florestais, isso foi facilitado porque o território municipal está localizado às margens de duas importantes rodovias federais da região norte, Belém Brasília e Br-222 que ligam o Brasil à região norte do país. 

Nesta época, em 1977, as regras ambientais eram um tanto quanto flexibilizadas, a intenção do poder estabelecido era promover a colonização para garantir o território amazônico aos brasileiros e o lema era “Integrar para não entregar”, pois os Estados Unidos intencionava, desde a década de 40, ocupar a região. 

Essa fase durou até 2005, quando mobilizações para a preservação da Amazônia, que já tomava conta do planeta, fez com que o governo federal intensificasse a implantação de mecanismos para coibir o desmatamento e a cobrança de propinas por parte dos agentes públicos que permitia atividades de desmatamento ilegal, assim, a partir de 2007 foi criada a Operação Arco de Fogo levando a um recrudescimento na fiscalização, concessão de autorização ambiental, aplicação de multas e até prisões de pessoas por descumprimento às regras ambientais e corrupção, e isso aconteceu num momento em que Dom Eliseu iniciava a organização do setor produtivo agrícola. 

Em 2009 a crise econômica tomou conta do município agravada pelo embargo ambiental empreendido pela Operação Arco de Fogo deflagrada pelo governo federal em 2004. O governo federal vendo que a situação estava levando o município e uma situação insustentável com o aumento da criminalidade, prostituição e intensificação da miserabilidade das famílias dos trabalhadores que dependiam das atividades baseadas na exploração da floresta, resolveu implementar a Operação Arco Verde Terra Legal, com o propósito, em primeira etapa, de executar um levantamento de toda a área rural do território municipal para efetuar o ordenamento territorial e saber quanto de área desmatada e área ainda florestada o município possuía, além de saber as reais condições ambientais da cada propriedade rural e assim efetuar o ordenamento ambiental e fundiário. 

A primeira fase da operação Arco Verde Terra Legal contou com a participação efetiva do poder público municipal através da secretaria municipal de meio ambiente, e foi concluída em 2012 com o levantamento georeferenciado de 99% das propriedades rurais do município. 

RECUPERAR, PRESERVAR E PRODUZIR 

A partir de agora a classe dos produtores rurais terão que encarar o sério desafio de trabalhar de acordo com as regras ambientais, pois, agora, inicia-se a segunda etapa da Operação Arco Verde Terra Legal, uma nova fase, onde se faz necessário a participação mais efetiva dos proprietários rurais assumindo compromissos de se empenharem na legalização da propriedade na parte fundiária, se adequando tecnicamente para cumprir com a legislação ambiental para que o município passe a produzir de forma ambientalmente sustentável. 

Para que o município possa realmente ser considerado Município Verde os produtores tem que entender a nova realidade, pois não será mais possível produzir sem que haja a efetiva prática da preservação, recuperação do passivo ambiental e recomposição de reserva legal. 

Assim, só depois que forem resolvidos esses questões é que o município estará em plena produção agropecuária e florestal, e para que tal aconteça serão necessários no mínimo cinco anos, e somente a partir daí que será possível efetivar projetos para implantar empresas que atuaram na verticalização da produção local gerando emprego e renda.

EM DOM ELISEU AGRICULTORES APREENSIVOS

Irregularidade fundiária dificulta agronegócio 

Produtores agrícolas de grãos estão sofrendo
com a ação do Ibama e a não comprovação 

de propriedade está dificultando a
liberação ambiental para atividade rural

WALQUER CARNEIRO

No dia 5, segunda-feira um grupo de pessoas reuniram-se para discutir a questão da intensificação da fiscalização do Ibama no Município de Dom Eliseu. Na reunião foi registrada a presença de 30 pessoas entre agricultores, reflorestadores e empresários que atuam no setor de extrativismo vegetal, além de comerciantes. 

O município de Dom Eliseu está passando por uma fase de grave crise econômica devido ao embargo sofrido pela operação arco de fogo que proibiu todas as atividades produtivas que pusesse em risco o meio ambiente, pois mais de 60% da cobertura florestal do município foi retirada2333. 

Para sair do embargo o município assumiu o compromisso de cumprir algumas condições como desmatamento zero e executar o cadastramento ambiental rural em mais de 80% das propriedades, além de que foi assumido o compromisso de se efetivar a regularização fundiária nas propriedades rurais para garantir títulos de propriedade. 

A intensificação da fiscalização do Ibama se deu por que o sistema de monitoramento via satélite do Ibama detectou um índice anormal de desmatamento no território municipal, além de pontos de queimadas, e isso caracterizou o descumprimento de alguns itens do termo de ajustamento de conduta. 

O tema abordado no encontro foi em relação às formas de contornar a situação que põe em risco a safra 2012/2013, e toda a atividade florestal que garante emprego e renda na região, já que há muita dificuldade em se conseguir a liberação ambiental para as áreas produtoras de grãos, de reflorestamento e pecuária. Essa dificuldade é causada justamente por que a maioria dos produtores não possuem titulo de propriedade, hoje menos de 40% das propriedades rurais são tituladas. O documento que é concedido pelo Incra, mas diversos produtores de grãos não estão conseguindo acesso ao documento. 

Os proprietários também manifestaram que mesmo de posse do CCIR - Certificado de Cadastro do Imóvel Rural não é fácil obter o título de propriedade, pois, segundo relatos, há uma burocracia absurda que grassa no Incra e na Sema. Em tese o CCIR facilitaria a emissão do título da propriedade, mas os produtores declaram que não é bem assim, e que nos últimos meses está havendo dificuldades para se conseguir este documento. 

De acordo com as normas do Termo de Ajustamento de Conduta toda a produção rural no município tem que ser feita de forma sustentável, todavia a classe produtora de grãos ainda não se preparou para atuar de acordo com as normas de sustentabilidade ambiental, e por isso foi aventado a possibilidade de propor às autoridades ambientais um prazo para transição.


Agricultores reunidos para encontrar uma saída para problemas
que podem inviabilizar a safra 2012/2013




A constatação é que além da possibilidade imediata de inviabilizar a safra de grãos o embargo ambiental e o recrudescimento da fiscalização do Ibama na região vem causando o enfraquecimento da economia local e crescente desemprego onde se percebe um aumento da criminalidade, diante desta realidade chegou-se a conclusão de que é necessário criar uma comissão para dialogar com as autoridades ambientais do estado e do governo federal na tentativa de uma flexibilização das regras e na fiscalização. 

A intenção é mostrar para as autoridades que o município corre o risco de entrar numa convulsão social, pois a questão ambiental emperra a produção gerando desemprego e criando uma atividade produtiva a margem da lei, pois de acordo com relatos de agricultores os fiscais estão emitindo multas mas insinuam com a possibilidade de amenizar a situação à base de propina. A situação está tão tensa que uma pré-comissão já fez contatos com a Faepa e com Secretaria de Estado de Agricultura e foram orientados a formalizar um documento relatando a situação da categoria ao governador Simão Jatene. 

O documento foi elaborado em nome do Sindicato dos Produtores Rurais de Dom Eliseu onde representante de diversos setores da sociedade civil e do poder público municipal foram signatários. 

Para o empresário Marco Seviero, presidente do Grupo Arboris, a classe produtiva tem que se organizar para negociar com as autoridades ambientais. “Nós não podemos pegar o modelo de município verde que está sendo aplicado em Paragominas, pois a realidade de Dom Eliseu é diferente”, considerou ele mostrando que de imediato a saída é tentar negociar com o governo um período de transição, e para isso os proprietários rurais têm que oferecer algo em troca para possibilitar a flexibilização das regras neste tempo de transição. “Nós estamos num impasse e o bom senso diz que ambas as partes têm que ceder um pouco para poder garantir um mínimo de produtividade”, disse o empresário que propôs que a categoria pusesse como a garantia a manutenção e recuperação das áreas de preservação permanentes (APPs) e a suspensão total do desmatamento. 

A SEMMA ESTÁ HABILITADA PARA LIBERAÇÃO AMBIENTAL 

A secretaria municipal de meio ambiente de Dom Eliseu já detém a habilitação para gestão ambiental que possibilita a emissão de documentação para liberação ambiental a partir do município, mas o órgão ainda não conta com infra estrutura e pessoal para efetuar o trabalho conforme as necessidades locais, mas de acordo com o secretário municipal de meio ambiente, Edilberto Poggi, mesmo assim é possível atender a demanda dos proprietários. “Para isso basta que os proprietários procurem a secretaria de meio ambiente, pois é nosso dever auxiliar os produtores rurais a se legalizarem na área ambiental”, informou Edilberto lembrando que a licença ambiental colabora para agilizar a emissão do título de propriedade. 

O secretário informou também que a administração municipal está empenhada em colaborar para que a safra de grãos não seja inviabilizada, e para isso a secretaria de meio ambiente junto com a secretaria de agricultura estão chamando os produtores para dialogar com o governo do estado no sentido de encontrar alternativas. “A ideia é propor um termo de compromisso com os produtores, que queiram se legalizar, para que eles produzam essa safra sem penalidade ao produtor e sem prejuízo para o município, pois a administração enxerga que a agricultura é um mecanismo de geração de emprego e renda para o município”, ponderou ele. 

Quanto ao período de transição para que os produtores rurais possam se adequar as normas ambientalmente sustentáveis Edilberto asseverou que tudo depende da disposição da classe produtora em estar disposta e se ajustar e disponível para o diálogo. “A partir do momento em que o produtor rural mostre a sua cara, a sua identidade, dizendo que está pronto para uma transição, e que quer colaborar com respeito a legislação tudo se torna mais fácil”, avaliou o secretário. 

De acordo com o secretário a sua gestão trabalhou durante quatro anos para facilitar ao produtor o processo de regularização ambiental cujo processo concluído abre as portas para a regularização fundiária. “Quem faz a dificuldade é o próprio produtor. A gente está aqui para ajudar, facilitar a vida deles, colaborar com a regularização e com a produção, mas precisamos que eles venham até a gente”, disse Edilberto. 

Mesmo com estrutura mínima a secretaria pode atender aos proprietários oferecendo a eles os serviços necessários para garantir a regularidade e liberação ambiental para atividades rurais, mesmo que o produtor não tenha título de propriedade. “Com o protocolo do cadastramento ambienta rural junto com o protocolo de titulação, declaração de posse da prefeitura e do Sindicato dos Produtores Rurais é possível conceder a documentação ambiental”, explicou o secretário acrescentando que num prazo máximo 40 dias é concedida a liberação ambiental.

A CORRUPÇÃO, COMO ACABAR COM ELA?

Em ações cotidianas é que a corrupção viceja 

Não podemos considerar o Brasil
um país sério enquanto o índice de
corrupção estiver colaborando para o
implemento da miséria física e moral

WALQUER CARNEIRO




A Corrupção é um fenômeno que se espalha por todos os lugares onde haja ajuntamento humano e sociedades organizadas. O sentido semântico de corrupção nos dá uma clara noção do significado desta palavra que tem sua raiz no latim que significa desintegração da matéria, e que hoje foi ampliada e adaptada para a desintegração da moral e da ética. 

Quando pensamos em corrupção o que visualizamos primeiro é a prática corruptiva a partir do ente estatal, governos ou serviços públicos, raras as vezes avaliamos ou observamos a corrupção a partir do individuo autônomo. 

Todavia a corrupção só é possível de se praticar em via dupla, com a participação do corruptor e do corrompido. 

Como a própria raiz da palavra define, quando há a prática da corrupção é porque está em curso a deterioração das convenções que rege a mínima atenção ao respeito àquilo que é regimentado como certo e de acordo com a ética. 

Na prática da corrupção sempre se misturam o ente estatal, empresa privada e o individuo comum, seja ele autônomo, representante do estado ou de uma empresa privada. A ação corruptiva pode ser praticada tanto do ente estatal para o ante privado ou indivíduo como também ao contrário. Isso quer dizer que a corrupção é uma via de mão dupla. 

No Brasil a corrupção se alastrou de tal forma que praticamente impossível efetuar qualquer transação sem ser obrigado a se corromper de uma forma ou de outra. A pratica da corrupção se tornou uma atitude natural, mesmo que 90% da população a repudie e dizem não fazer uso, quando observamos mais de perto vemos que o simples ato de oferecer uma chupeta (pipo) para uma criança parar de chorar é um ato de corrupção. 

Um caso típico de corrupção em Dom Eliseu onde o corruptor é o cidadão comum é na questão de abastecimento de água por caminhões pipa. Hoje existe um bom número de domicílios e de propriedade rural no município que são abastecidos por caminhão pipa, todavia há muita reclamação de pessoas que, para solicitar a água, se inscrevem em uma lista, e muitas vezes pessoas que sequer tem seu nome na lista recebem a água e aquela não. Diante desta constatação foi feita uma observação e constatou-se que a prioridade é dada para aquele que “molha a mão” do condutor do pipa. 

A corrupção sempre é praticada com a intenção de se obter uma vantagem, mas por outro lado sempre provoca uma situação perigosa, vamos analisar a questão da emissão da carteira de motorista, por exemplo. Se fosse para seguir todas as regras e critérios para a expedição de uma carteira de habilitação certamente apenas uma pequena porcentagem dos requisitantes obteria a autorização para conduzir veículos, pois as regras dos testes para conduzir veículos são muito severas, e então grande parte dos que se inscrevem para adquirir uma carteira de habilitação recorrem ao ato de corromper o instrutor e o avaliador, e estes que se resignam a receber a propina. Assim as consequências deste ato é uma quantidade considerável de condutores de veículos automotores sem a mínima condição de conduzi-los, e o que causa um aumento nas estatísticas de acidente de trânsito com inevitáveis mortes. 

A corrupção generalizada, como a que é praticada no Brasil contribui para a uma sistema educacional deficiente, sistema de saúde precário e para a miséria sistêmica que leva milhões de pessoas à morte todos os dias. Um país de pessoas corruptas prejudica tanto a população quanto um país em guerra. 

Esses relatos acima são apenas para comprovar que a corrupção não está apenas no alto escalão, mas sim também nos pequenos atos do cidadão no dia a dia comum. 
Aproveitando o tema desta postagem aproveito para falar sobre a abordagem feita pela Professora Rosa Cruz sobre a corrupção em um comentaria dela sobre a postagem A Prefeitura e os Vales Transporte, onde ela de modo bem peculiar faz uma análise do ato da corrupção. Clique AQUI para ler o comentário da Professora Rosa Cruz.

CELPA É VENDIDA POR R$- 1 REAL

Quebra da concessionária é o resultado da privatização 

Pela falta de uma gerência local, 
a situação se complicou, 
não havia preocupação 
com o povo do Pará. 

FONTE – DIÁRIO DO PARÁ 

Vendida pelo valor simbólico de R$1 e envolvida em um trabalhoso processo de recuperação judicial, desde a última quinta-feira a Celpa (Centrais Elétricas do Pará S.A) é comandada pela empresa Equatorial Energia, detentora de 61,37% do capital social da concessionária de energia. Com um faturamento mensal de R$270 milhões e uma dívida de 2,7 bilhões, a empresa terá grandes desafios para garantir o abastecimento de mais de 1,8 milhão de unidades consumidoras atendidas em todo o Estado. 

Apesar dos desafios, para o advogado Mauro Santos, nomeado administrador judicial da recuperação da Celpa desde o dia 2 de março deste ano, a parte mais difícil do processo que impediu que a concessionária decretasse falência já passou. “O processo de compra está formalizado, o que falta agora são questões meramente burocráticas. O mais difícil já passou. Já negociamos com o Governo do Estado a questão referente ao ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços], que era um problema sério, mas que já está equacionado. O Cade [Conselho Administrativo de Direito Econômico] e a Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica] aprovaram o plano de transição onde se mitigaram, inclusive, algumas normas regulatórias”, avalia. 

A empresa que atualmente mantém 1.800 funcionários e aproximadamente dois mil terceirizados em atividade foi a primeira concessionária submetida ao regime de recuperação judicial no Brasil. “Isto é um marco importante, porque foi um processo muito difícil. Essa é a maior recuperação judicial, hoje, em trâmite, no Brasil e de uma área que nós ainda não temos nenhuma tradição no direito paraense”, afirma. 

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REFLEXÕES DE UM CRISTÃO

  Eu sou cristão, de modo que no meu proceder, em meio a sociedade plural, me esforço para pautar meu comportamento de acordo com o que Jesu...