Esperar pelo acaso não é uma boa
escolha além de não fazer parte
da natureza humana dotada
de cérebro para planejar ações
DO PORTAL LOGOSOFIA
POR RAUMSOL
Esta é uma propensão que inibe o homem no sentido de tomar determinações oportunas e felizes, com participação ativa de seu esforço e aptidões. Atraído pela parte artificiosa do acaso, prefere confiar em temerários desenlaces, que poucas vezes acabam sendo favoráveis.
Pode-se perceber quanta ilusão, ingenuidade e insensatez convivem na pessoa que assim se conduz.
A impossibilidade de conquistar pelos próprios meios o que se deseja, seja por incapacidade, seja por desproporção entre as ambições e as aptidões para alcançá-las, é geralmente a causa desta propensão no homem, cuja mente começa a ativar-se com a ideia de que o acaso pode satisfazer seus desejos, solucionar seus problemas ou convertê-lo da noite para o dia em privilegiado da fortuna. Desta atitude ilógica nasce o que leva tantas pessoas a correr incansavelmente em busca do sugestivo feitiço da sorte.
Quem confia no acaso põe nisso boa parte de especulação, pois tende a fazer o menos possível em favor de suas necessidades ou aspirações. É isso o que mostra quem realiza uma operação comercial sem um prévio e criterioso exame dos problemas que essas questões envolvem, e sem assegurar-se da forma de enfrentar eventuais reveses; quem empreende uma longa viagem sem colocar seu veículo em condições; quem pretende sair de uma enfermidade sem fazer de sua parte nada para dela se livrar; quem empresta ou compromete valores, confiando em que haverão de se multiplicar prodigiosamente; quem confia no jogo para remediar suas precárias economias.
A confiança no acaso submete o indivíduo a situações de aperto
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Sua vida é insegura, ameaçada pela imprevisão, pois sob o fascínio do acaso ele chega a arriscar tudo, sem pensar nas consequências. Nem as aflições nem a realidade mais convincente curam a pessoa de sua cândida tendência, porque sempre ensaia alguma justificativa, a modo de consolo, para atenuar seu erro. Quantos fracassos, quantos desenganos ela precisa experimentar para chegar ao epílogo de sua equivocada conduta.
Para evitar que esta propensão se converta, com o tempo, em força psicológica dominante, aconselhamos esperar tudo da própria capacidade. Recorde-se que o futuro jamais deve ser deixado nas mãos do acaso, pois com isso se corre o risco de anular as próprias possibilidades.
Confiar em si mesmo, eis aí a chave. Confiar em si mesmo sem recorrer jamais a uma aparente Providência, manifestada sob o signo do acaso.
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