COMO MANTER MÉDICOS NO INTERIOR

Senadores debatem planos para fixar médico no interior 

A distribuição igualitária de 
profissionais em todo o território 
brasileiro depende da criação 
de uma carreira de Estado 

AGÊNCIA SENADO 

A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) realizará seminário para discutir medidas que levem médicos a se fixarem no interior do Brasil. A sugestão foi apresentada pelo senador Humberto Costa (PT-PE) em audiência pública na qual se discutiu o tema nesta terça-feira (24). A iniciativa para o debate foi dos senadores Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Paulo Davim (PV-RN). 

Para Humberto Costa, financiamento e problemas de gestão comprometem o atendimento à saúde. Em sua avaliação, a solução depende de ações específicas, a serem implantadas a partir do quadro de carências, levando em conta o mercado e a regulação. Ele criticou ainda a cartelização de áreas da saúde, com a atuação de cooperativas de anestesistas e cardiologistas, por exemplo. 

Na avaliação de Vanessa Grazziotin, o seminário deve contar com a participação da sociedade e das entidades médicas. Durante a realização da audiência no Senado, observou a senadora, estudantes de medicina do Amazonas realizavam manifestação contra projeto de lei de sua autoria (PLS 15/2012) que propõe a revalidação automática de diplomas estrangeiros para profissionais de saúde exercerem a medicina no estado. Os estudantes consideram uma “invasão de seu mercado”, disse a senadora. 

Vanessa Grazziotin ressaltou que 30% dos médicos que atuam no Amazonas são estrangeiros, muitos sem registro no território brasileiro. Ela garantiu que a intenção não é trazer médicos incompetentes e nem ocupar o lugar dos brasileiros. No entanto, ponderou, há uma carência desses profissionais em localidades em que brasileiros se recusam a trabalhar, o que penaliza a população. 

CARREIRA 

O presidente eleito do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Wilson Alecrim, informou que o tempo médio de permanência do médico nos postos de trabalho no Brasil é um pouco mais de 2,5 anos. Para ele, a distribuição igualitária de profissionais em todo o território brasileiro depende da criação de uma carreira de Estado, com flexibilização de horário, auxílio transporte e alimentação, moradia, boas condições de trabalho, plano de cargos e salários e vinculo empregatício. 

Também o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto Luiz D'Ávila, defendeu a criação de carreira de Estado para os médicos, nos moldes do que exigido dos juízes. No início da carreira, sugeriu, o profissional trabalharia no interior e, ao progredir na carreira, iria sendo transferido para cidades maiores, podendo, ao final, trabalhar nas capitais. 

- O Estado tem de ser o indutor da garantia do acesso da população à saúde. Não podemos trabalhar com a ideia de sensibilizar o médico, que é um trabalhador como qualquer outro. O estado é que precisa atuar – ressaltou o representante da Federação Nacional dos Médicos, Waldir Cardoso. 

CARÊNCIA 

O déficit de médicos, disse o representante do Ministério da Saúde, Fernando Antonio Menezes da Silva, inclui outros fatores, como afastamento da atividade em determinadas fases da vida profissional. Ele ressaltou que, atualmente, há mais mulheres médicas do que homens. Na fase reprodutiva, elas se afastam da profissão. Já entre os homens, observou, o afastamento se dá para ocuparem cargos de gestão. 

O representante da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas, Antônio Evandro Melo de Oliveira, ressaltou que as medidas adotadas para resolver o problema não podem ser emergenciais e provisórias. Na opinião dele, é preciso encontrar medidas de longo prazo que atendam às necessidades da população, de modo que sejam arregimentados profissionais de forma permanente e dentro da legalidade. 

Evandro Melo informou que no estado do Amazonas há dificuldade de admitir e manter médico. Por essa razão, o governo criou equipes itinerantes destinadas a atender às populações em áreas remotas. Há prefeitos, destacou, que não conseguem admitir médicos, apesar de oferecerem salário de até R$ 25 mil. Em concurso realizado em 2005, observou, sobraram vagas sem preenchimento. Depois de sete anos, houve perda de 108 profissionais no interior da Amazônia. 

FINANCIAMENTO 

Na avaliação do vice-presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Jorge Carlos Machado Curi, a causa fundamental do problema de distribuição de médicos no Brasil está relacionada ao financiamento deficitário. Para ele, a participação do governo federal no financiamento da saúde pública deve aumentar. Ele ressaltou que também a periferia de grandes metrópoles tem déficit de médicos, que não se fixam nos postos de trabalho por falta de condições. 

- A responsabilidade fiscal é um entrave para distribuir a responsabilidade social, observou o representante do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Alcides Silva de Miranda. 

Comissão conjunta do Senado e Câmara, sugeriu o representante do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), José Enio Duarte, poderia discutir o financiamento da saúde. Para ele, o assunto deve ser tratado com os gestores municipais. 

- Não podemos mais postergar. Cada um fala uma coisa e a população não tem a assistência médica de qualidade protestou.

DILMA GARANTE SOBERANIA DA INDÚSTRIA

Brasil fará tudo para assegurar interesses da indústria nacional 

A presidente disse que não permitirá 
interferência externa nas políticas nacional 
e que o Brasil fomentará um novo 
modelo de relacionamento internacional 

YARA AQUINO E RENATA GIRALDI 
DA AGÊNCIA BRASIL 

No momento em que a comunidade internacional critica a expropriação da petrolífera espanhola YPF pelo governo argentino e a desvalorização fictícia da moeda chinesa (yuan), a presidenta Dilma Rousseff prometeu hoje (20) que o governo protegerá a indústria nacional. Ela disse que “o Brasil fará de tudo” para assegurar os “interesses” do setor. 

“Esse país, que tem o pré-sal, que é uma potência alimentar, não vai deixar sua indústria, que é razoavelmente complexa, ser sucateada por nenhum processo de desvalorização de moedas nem por guerras comerciais, que usam métodos considerados, eu diria assim, não muito éticos”, disse a presidenta, na solenidade em comemoração ao Dia Nacional do Diplomata e de formatura de uma turma de profissionais da carreira. 

O discurso de Dilma ocorre no mesmo dia em que há uma delegação da Argentina no Brasil, chefiada pelo ministro do Planejamento designado interventor na petrolífera, Julio de Vido. Vido tem reuniões com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e a presidenta da Petrobras, Graça Foster. 

A presidenta defendeu ainda o fortalecimento do Brasil no cenário mundial a partir da sua consolidação na América Latina. “Simultaneamente temos que ter uma presença fortíssima na América Latina e uma presença que quer transformar as fronteiras da América Latina e as responsabilidades do Brasil em relação [à região]”, disse ela. 

Dilma lembrou que a América Latina é exemplo de convivência harmônica e que o Brasil tem disposição de mostrar “uma outra política de relacionamento internacional é possível”. “Uma política não imperialista, de não de aproveitamento da força e da imposição de modelos. Temos de mostrar que aqui na América Latina é possível uma relação econômica mais equilibrada”, ressaltou.

OS DONOS DO MUNDO NA ARMADILHA

A concentração de riquezas e o abismo da ganância 

Os donos do mundo estão 
criando uma situação insustentável, 
e o pior é que eles também 
são os senhores da guerra 

WALQUER CARNEIRO


7 bilhões de pessoas vivem hoje no planeta, 1.800 bilhão vivem na pobreza, 5.186 bilhões estão fora da linha de pobreza, destes a metade são considerados classe média, a outra metade ricos remediados, enquanto 14 milhões de pessoas, apenas, são extremamente ricos e detém 50% da riqueza do planeta. Os mais pobres vivem com apenas 1% da riqueza mundial. 

Levando em conta que vivemos todos em um mesmo planeta, vamos nos considerar como uma família, e o planeta como nossa casa, e então analisando os números acima constatamos que têm um pequeno grupo dentro desta família de terráqueos que não está respeitando os direitos da maioria. Essa disparidade na posse dos recursos do planeta não é de hoje, já vem de priscas eras, mas em todos os tempos poucas pessoas questionaram o porquê destas desigualdades. 

“Tá rebocado meu compadre, como os donos do mundo piraram, eles já são carrascos e vítimas do próprio mecanismo que criaram !!” 

As palavras acima são do filósofo anarco/democrático Raul Seixas, que em seus delírios de lucidez surrealista constatou alegremente em uma de suas canções que as atitudes humanas estavam pondo a civilização a perder. 

Poucos artistas, poetas, escritores, intelectuais conseguiram sintetizar tão bem e em tão pouco espaço, as atitudes, artimanhas, as mazelas, armações e as intenções nada agradáveis dos “donos do mundo”. Aquilo que muitos pensadores tentaram explicar em livro com mais de trezentas, oitocentas páginas Raul esclareceu em apenas doze estrofes e pouco mais de trezentas palavras da música -As Aventuras de Raul Seixas na Cidade de Thor- 

Tá rebocado meu compadre 
Como os donos do mundo piraram 
Eles já são carrascos e vítimas 
Do próprio mecanismo que criaram 

O monstro SIST é retado 
E tá doido pra transar comigo 
E sempre que você dorme de touca 
Ele fatura em cima do inimigo 

A arapuca está armada 
E não adianta de fora protestar 
Quando se quer entrar 
Num buraco de rato 
De rato você tem que transar 

Buliram muito com o planeta 
E o planeta como um cachorro eu vejo 
Se ele já não aguenta mais as pulgas 
Se livra delas num sacolejo 

Hoje a gente já nem sabe 
De que lado estão certos cabeludos 
Tipo estereotipado 
Se é da direita ou dá traseira 
Não se sabe mais lá de que lado 

Eu que sou vivo pra cachorro 
No que eu estou longe eu tô perto 
Se eu não estiver com Deus, meu filho 
Eu estou sempre aqui com o olho aberto 

A civilização se tornou complicada 
Que ficou tão frágil como um computador 
Que se uma criança descobrir 
O calcanhar de Aquiles 
Com um só palito pára o motor 

Tem gente que passa a vida inteira 
Travando a inútil luta com os galhos 
Sem saber que é lá no tronco 
Que está o coringa do baralho 

Quando eu compus fiz Ouro de Tolo 
Uns imbecis me chamaram de profeta do apocalipse 
Mas eles só vão entender o que eu falei 
No esperado dia do eclipse 

Acredite que eu não tenho nada a ver 
Com a linha evolutiva da Música Popular Brasileira 
A única linha que eu conheça 
É a linha de empinar uma bandeira 

Eu já passei por todas as religiões 
Filosofias, políticas e lutas 
Aos 11 anos de idade eu já desconfiava 
Da verdade absoluta 

Raul Seixas e Raulzito 
Sempre foram o mesmo homem 
Mas pra aprender o jogo dos ratos 
Transou com Deus e com o lobisomem

Para ouvir as As Aventuras de Raul Seixas na Cidade de Thor clique AQUI.

TOLERAR É ENTENDER O DIFERENTE

Temos que rever o conceito de religião

Vivemos tempos difíceis onde a divindade
não tem muita importância
provocando o desligamento
da causa primeira de todas as coisas



WALQUER CARNEIRO


Nós cristãos devemos ser tolerantes, temos o dever e a obrigação de conviver tranquilamente com o contraditório, pois um dos princípios cristãos é disseminar a paz e não a contenda. Nesta época contemporânea, em que o conhecimento e a ciência se multiplicam, vemos grande parte da humanidade, tanto cristãos ou não, a apagar da memória o sentimento gregário gerando o individualismo exacerbado levando humanos e se sentirem autossuficiente, e esse sentimento leva a discórdia e ao conflito. O comportamento gregário é primordial para garantir a estabilidade social da raça humana, pois pela própria natureza o seres humanos só conseguem viver bem se estiveram juntos, e aí é que entra a importância da tolerância. 

Hoje é notado um aumento significativo de pessoas que declaram serem ateus, enquanto do outro lado também aumenta o número de pessoas que professam o sentimento cristão. Tanto que nos últimos cinquenta anos vêm se multiplicando a quantidade de denominações ditas cristãs em todo o mundo, e cada uma com um ponto de vista doutrinário diferente umas das outras. Ao mesmo tempo em que aumenta a quantidade de adeptos da fé cristã aumenta também a intolerância entre as diversas denominações, e destas para aquelas pessoas ou religiões que pensam diferente, ou não professam fé nenhuma, e essa realidade está levando a raça humana a se desagregarem. 

Quando digo tolerante, não quero dizer se submeter totalmente a uma condição ou comportamento a qual você não quer, mas sim compreender um comportamento diferente daquele que você acredita, pois só assim é possível divergir sem criar conflitos levando o outro a refletir naquilo em que você acredita. E é bem aí que os líderes religiosos atuais cometem uma grandiosa falha, que é repudiar completamente o contraditório e querer obrigar ao outro a ser como eles para ser tido como igual, a isso damos o nome de fanatismo, um comportamento altamente prejudicial ao relacionamento humano. 

Esse fato é preocupante quando se vê também que ao mesmo tempo em que se multiplicam as denominações cristãs aumenta também a quantidade daqueles que se dizem líderes e no entanto se aproveitam da fraqueza psicológica, social e espiritual de muitos para se locupletarem às custas dos fracos, isso leva a muitos e se posicionarem frontalmente contra a doutrina de Cristo e até mesmo a negar a existência de Deus, ainda mais que na história humana, na terra, muitas ações de violência e conflito foram executadas em nome de Deus e em nome de Cristo. 

Já está provado que os seres humanos dependem da crença em uma divindade. Muitos sábios e cientistas atuais atestam que para a existência do todo há que ter uma força primordial, poderosa, eficiente, dinâmica e racional, e que sem essa força é impossível explicar todas as teorias cosmológicas, matemáticas e existenciais. 

Eu concordo que a essência desta força, que os que creem chamam de Deus, seja inexplicável, todavia negar essa força, ou desvirtuar seus propósitos, pode ser extremamente prejudicial para os seres humanos. Pois essa força inexplicável é que mantém o todo existente em harmonia e em união. Como a raça humana faz parte do todo, sendo racional, está intimamente ligada a essa força primal, e quando um ser humano, ou grupo de humanos, resolve negar essa força ele conscientemente toma a atitude de se separar dela, e aí todas as suas ações são de inteira responsabilidade daquele que resolveu se separar da causa primeira de todas as coisas, tomando decisões por sua própria conta. Isso vale tanto para os cristãos, quanto para os judeus, para os islâmicos, muçulmanos e os outros que fazem coisas que estão em desacordo com os princípios das leis imutáveis da causa primeira de todas as coisas. 

Jesus Cristo, a última entidade representativa da causa primeira de todas as coisas a estar aqui na terra deixou uma grande e poderosa mensagem para um povo que estava sendo levado a descrença pelos sacerdotes que deveriam fortalecer esta crença, mas no entanto suas atitudes mostravam ao contrário, cuja atitude estava levando o povo a anarquia, povo este que também estava sendo influenciado por um governo político pagão, no caso os romanos cesaristas. 

No sermão da montanha Jesus pregou a tolerância e o respeito para com as pessoas que, na época escravizavam moralmente e politicamente o povo. As palavras do sermão servem como uma luva para os dias atuais. 

SERMÃO DA MONTANHA 

Bem aventurados os humildes de espírito, 
porque deles é o reino dos céus. 
Bem aventurados os que choram, 
porque serão consolados. 
Bem aventurados os mansos, 
porque herdarão a terra. 
Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, 
porque serão fartos. 
Bem aventurados os misericordiosos, 
porque alcançarão misericórdia. 
Bem aventurados os limpos de coração, 
porque verão Deus. 
Bem aventurados os pacificadores, 
porque serão chamados filhos de Deus. 
Bem aventurados os perseguidos por causa da justiça, 
porque deles é o reino dos céus. 
Bem aventurados quando por minha 
causa vos injuriarem, e vos perseguirem, 
e, mentindo disserem todo o mal contra vós. 
Regozijai-vos e exultai, porque é grande 
o vosso galardão nos céus; pois assim 
perseguiram os profetas que vieram antes de vós.

O CRISTÃO TEM QUE SER TOLERANTE

Intolerância religiosa

O fervor religioso é uma
arma assustadora, disposta
a disparar contra os que
pensam de modo diverso

*DRAUZIO VARELLA



"Sou ateu e mereço o mesmo respeito que tenho pelos religiosos".

A humanidade inteira segue uma religião ou crê em algum ser ou fenômeno transcendental que dê sentido à existência. Os que não sentem necessidade de teorias para explicar a que viemos e para onde iremos são tão poucos que parecem extraterrestres.

Dono de um cérebro com capacidade de processamento de dados incomparável na escala animal, ao que tudo indica só o homem faz conjecturas sobre o destino depois da morte. A possibilidade de que a última batida do coração decrete o fim do espetáculo é aterradora. Do medo e do inconformismo gerado por ela, nasce a tendência a acreditar que somos eternos, caso único entre os seres vivos.

Todos os povos que deixaram registros manifestaram a crença de que sobreviveriam à decomposição de seus corpos. Para atender esse desejo, o imaginário humano criou uma infinidade de deuses e paraísos celestiais. Jamais faltaram, entretanto, mulheres e homens avessos a interferências mágicas em assuntos terrenos. Perseguidos e assassinados no passado, para eles a vida eterna não faz sentido.

Não se trata de opção ideológica: o ateu não acredita simplesmente porque não consegue. O mesmo mecanismo intelectual que leva alguém a crer leva outro a desacreditar.

Os religiosos que têm dificuldade para entender como alguém pode discordar de sua cosmovisão devem pensar que eles também são ateus quando confrontados com crenças alheias.

Que sentido tem para um protestante a reverência que o hindu faz diante da estátua de uma vaca dourada? Ou a oração do muçulmano voltado para Meca? Ou o espírita que afirma ser a reencarnação de Alexandre, o Grande? Para hindus, muçulmanos e espíritas esse cristão não seria ateu?

Na realidade, a religião do próximo não passa de um amontoado de falsidades e superstições. Não é o que pensa o evangélico na encruzilhada quando vê as velas e o galo preto? Ou o judeu quando encontra um católico ajoelhado aos pés da virgem imaculada que teria dado à luz ao filho do Senhor? Ou o politeísta ao ouvir que não há milhares, mas um único Deus?

Quantas tragédias foram desencadeadas pela intolerância dos que não admitem princípios religiosos diferentes dos seus? Quantos acusados de hereges ou infiéis perderam a vida?

O ateu desperta a ira dos fanáticos, porque aceitá-lo como ser pensante obriga-os a questionar suas próprias convicções. Não é outra a razão que os fez apropriar-se indevidamente das melhores qualidades humanas e atribuir as demais às tentações do Diabo. Generosidade, solidariedade, compaixão e amor ao próximo constituem reserva de mercado dos tementes a Deus, embora em nome Dele sejam cometidas as piores atrocidades.

Os pastores milagreiros da TV que tomam dinheiro dos pobres são tolerados porque o fazem em nome de Cristo. O menino que explode com a bomba no supermercado desperta admiração entre seus pares porque obedeceria aos desígnios do Profeta. Fossem ateus, seriam considerados mensageiros de Satanás.

Ajudamos um estranho caído na rua, damos gorjetas em restaurantes aos quais nunca voltaremos e fazemos doações para crianças desconhecidas, não para agradar a Deus, mas porque cooperação mútua e altruísmo recíproco fazem parte do repertório comportamental não apenas do homem, mas de gorilas, hienas, leoas, formigas e muitos outros, como demonstraram os etologistas.

O fervor religioso é uma arma assustadora, sempre disposta a disparar contra os que pensam de modo diverso. Em vez de unir, ele divide a sociedade -quando não semeia o ódio que leva às perseguições e aos massacres.

Para o crente, os ateus são desprezíveis, desprovidos de princípios morais, materialistas, incapazes de um gesto de compaixão, preconceito que explica por que tantos fingem crer no que julgam absurdo.

Fui educado para respeitar as crenças de todos, por mais bizarras que a mim pareçam. Se a religião ajuda uma pessoa a enfrentar suas contradições existenciais, seja bem-vinda, desde que não a torne intolerante, autoritária ou violenta.

Quanto aos religiosos, leitor, não os considero iluminados nem crédulos, superiores ou inferiores, os anos me ensinaram a julgar os homens por suas ações, não pelas convicções que apregoam.

*Drauzio Varella é um médico oncologista, cientista e escritor brasileiro, formado pela Universidade de São Paulo, na qual foi aprovado em 2° lugar, conhecido por popularizar a medicina em seu país, através de programas de rádio e TV.

A LUTA DOS PROFESSORES DO SINTEPP

Nova coordenação municipal encontrou problemas

A primeira ação será fazer valer
o valor do novo piso salarial e logo
em seguida arrumar estrutura
jurídica e burocrática da entidade

WALQUER CARNEIRO

O Sintepp – Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará, coordenação de Dom Eliseu, empossou novos coordenadores eleitos no mês de março, e um mês depois a coordenação atual convocou uma assembleia para discutir duas situações que foram detectadas causando preocupação à nova equipe de coordenadores na prestação de contas e apresentação dos bens da entidade no triênio 2009/2011. Uma questão é de ordem legal e que os novos coordenadores só tomaram conhecimento após levantamento de ordem burocrática e financeira descobrindo que imóveis e bens de propriedade do Sindicato não tinham documentos comprobatórios de posse legal, além de que não se comprovaram gastos de recursos repassados ao sindicato nos últimos três anos. E outra questão foi a efetivação do novo piso salarial instituído pelo governo federal de R$-1.425 mil para este ano e que até o mês de abril não foi pago. 



O Professor Pedro Mesquita, atual coordenador geral do Sintepp, disse que todos os bens e imóveis não estão em nome do sindicato. “Isso cria um problema jurídico e um impasse, nós ainda não sabemos quem são as pessoas que estão de posse desses bens”, disse ele preocupado por não saber se vai conseguir encontrar facilidade de passar esses bens para o nome do sindicato. “Além de que foi detectado o repasse de R$ - 207 mil nos últimos três anos dos quais nós não encontramos comprovantes de gastos, apesar dos bens adquiridos nos últimos anos”, mostrou Pedro. 

A coordenação anterior, na pessoa do professor Gessé Pinheiro, disse estar ciente dos fatos e disposto a sentar com a atual gestão para organizar a situação da prestação de contas e da legalização dos bens e imóveis do sindicato. “Os membros da coordenação anterior conhece os problemas, e estamos dispostos a sentar para arrumar a casa, sei também que falhamos em não ter resolvido esses problemas antes”, disse Gessé informando que a coordenadora financeira no triênio de sua gestão, Almiralice França também faz parte da atual coordenação, o que facilitará a solução dos problemas. 

Pedro Mesquita disse que não é viável um embate jurídico com a coordenação anterior, pois isso causará desgastes na atual coordenação e atrito com colegas da mesma categoria. “Nós não podemos perder tempo brigando entre nós, pois a luta é com a governo municipal para a efetivação do piso salarial de 2012,” explicou ele. 

OBSERVAÇÃO DO SINTEPP ESTADUAL 

Para assembleia do Sintepp foi convocada a presença do coordenador estadual do Sintepp, Eloy Borges, cuja presença foi essencial para a tomada de decisões a respeito dos problemas que foram debatidos na ocasião, para ele a atual gestão tem que cobrar respostas da gestão anterior. “O que a entidade movimenta é um recurso da categoria, não é particular e a coordenação anterior precisa provar para onde foi carreado os recursos recebidos dos repasses dos associados”, disse Eloy acrescentando que em relação ao piso salarial não há o que discutir. “As prefeituras são obrigadas a pagar, porque é lei federal, e acredito que essa nova coordenação, a partir deste momento, vai trabalhar na perspectiva de mobilizar a categoria para fazer a pressão necessária para que a prefeitura pague o piso”, disse Eloy lembrando que o primeiro passo é o diálogo. No debate da assembleia foi abordado que a principal dificuldade para instituir de fato o piso salarial aos professores de Dom Eliseu é o excesso de pessoal na folha de pagamento do setor da educação municipal, fato que Eloy determina como lógica perversa em muitos municípios de contratar temporários que ao contrário dos efetivados em concurso público não constam oficialmente na planilha do ministério da educação. “Dessa forma se há excesso na folha o primeiro passo é tirar esse excesso, e isso a prefeitura tem que resolver, porque o piso é lei e os professores que tem direito ao piso vão ter que ser remunerados com os novos valores”, asseverou o coordenador estadual.

MAIS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA

Violência já atingiu 38% dos brasileiros 

pesquisa do DataSenado revela que 
aumentou a quantidade de pessoas 
vitimas de agressões criminosas 
matando mais que atuais guerras 

FONTE – AGÊNCIA SENADO 

Pesquisa nacional sobre a segurança pública no Brasil, realizada em março pelo DataSenado, revela que 38% dos entrevistados já foram vítimas de algum tipo de violência ou crime. O levantamento reflete a insegurança vivida pela população no dia a dia e também mostra o incômodo com a impunidade. 

Segundo o DataSenado, ligado à Secretaria de Pesquisa e Opinião (Sepop), o número de pessoas que afirmaram ter sido alcançadas pela violência é maior que o das estatísticas oficiais porque nem todos os casos são registrados. Das pessoas que se disseram vítimas de crime ou ato violento, 32% afirmaram não ter procurado uma delegacia para fazer o boletim de ocorrência. 

Em 38% dos casos, o ­principal motivo para não fazer o registro foi a descrença de que a polícia resolveria o problema. O medo do agressor e a falta de provas motivaram, respectivamente, 13% e 12% a não registrar boletim de ocorrência. 

COMBATE A VIOLÊNCIA 

Na opinião dos entrevistados, o enfrentamento da criminalidade deve passar pela redução das desigualdades ­sociais, melhorando a educação (39%) e diminuindo a pobreza (12%). Também se destacou a necessidade de aumentar o rigor das penas (23%), de investir na polícia (12%) e de combater a ­impunidade (11%). 

A pesquisa indicou ainda que 58% concordam com a proibição do porte de armas para os cidadãos. Para o DataSenado, o número revela uma mudança na opinião pública sobre o tema. Isso porque, no referendo nacional sobre comercialização de armas de fogo, realizado em 2005, 63,94% dos brasileiros em idade de votar optaram por permitir o comércio de armas de fogo no país. 

CONFLITO ARMADO 

Ao longo dos últimos 30 anos, o Brasil registrou mais de 1 milhão de homicídios. Da década de 1980 até o final de 2010, foram mais de 35 mil homicídios por ano — média superior à de diversos conflitos armados. 

A guerra civil de Angola, por exemplo, atingiu média anual de 20 mil mortos. O conflito no Iraque, entre 2004 e 2007, matou 19 mil pessoas por ano. Nos dois ­casos, os números perdem para a violência urbana no Brasil. 

A pesquisa ouviu, por telefone, 1.242 pessoas com mais de 16 anos, em 119 municípios de todo o país, entre os dias 19 e 28 de março. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. 

Para saber mais detalhes da pesquisa  acesse www.senado.gov.br

REFLEXÕES DE UM CRISTÃO

  Eu sou cristão, de modo que no meu proceder, em meio a sociedade plural, me esforço para pautar meu comportamento de acordo com o que Jesu...