OS DONOS DO MUNDO NA ARMADILHA

A concentração de riquezas e o abismo da ganância 

Os donos do mundo estão 
criando uma situação insustentável, 
e o pior é que eles também 
são os senhores da guerra 

WALQUER CARNEIRO


7 bilhões de pessoas vivem hoje no planeta, 1.800 bilhão vivem na pobreza, 5.186 bilhões estão fora da linha de pobreza, destes a metade são considerados classe média, a outra metade ricos remediados, enquanto 14 milhões de pessoas, apenas, são extremamente ricos e detém 50% da riqueza do planeta. Os mais pobres vivem com apenas 1% da riqueza mundial. 

Levando em conta que vivemos todos em um mesmo planeta, vamos nos considerar como uma família, e o planeta como nossa casa, e então analisando os números acima constatamos que têm um pequeno grupo dentro desta família de terráqueos que não está respeitando os direitos da maioria. Essa disparidade na posse dos recursos do planeta não é de hoje, já vem de priscas eras, mas em todos os tempos poucas pessoas questionaram o porquê destas desigualdades. 

“Tá rebocado meu compadre, como os donos do mundo piraram, eles já são carrascos e vítimas do próprio mecanismo que criaram !!” 

As palavras acima são do filósofo anarco/democrático Raul Seixas, que em seus delírios de lucidez surrealista constatou alegremente em uma de suas canções que as atitudes humanas estavam pondo a civilização a perder. 

Poucos artistas, poetas, escritores, intelectuais conseguiram sintetizar tão bem e em tão pouco espaço, as atitudes, artimanhas, as mazelas, armações e as intenções nada agradáveis dos “donos do mundo”. Aquilo que muitos pensadores tentaram explicar em livro com mais de trezentas, oitocentas páginas Raul esclareceu em apenas doze estrofes e pouco mais de trezentas palavras da música -As Aventuras de Raul Seixas na Cidade de Thor- 

Tá rebocado meu compadre 
Como os donos do mundo piraram 
Eles já são carrascos e vítimas 
Do próprio mecanismo que criaram 

O monstro SIST é retado 
E tá doido pra transar comigo 
E sempre que você dorme de touca 
Ele fatura em cima do inimigo 

A arapuca está armada 
E não adianta de fora protestar 
Quando se quer entrar 
Num buraco de rato 
De rato você tem que transar 

Buliram muito com o planeta 
E o planeta como um cachorro eu vejo 
Se ele já não aguenta mais as pulgas 
Se livra delas num sacolejo 

Hoje a gente já nem sabe 
De que lado estão certos cabeludos 
Tipo estereotipado 
Se é da direita ou dá traseira 
Não se sabe mais lá de que lado 

Eu que sou vivo pra cachorro 
No que eu estou longe eu tô perto 
Se eu não estiver com Deus, meu filho 
Eu estou sempre aqui com o olho aberto 

A civilização se tornou complicada 
Que ficou tão frágil como um computador 
Que se uma criança descobrir 
O calcanhar de Aquiles 
Com um só palito pára o motor 

Tem gente que passa a vida inteira 
Travando a inútil luta com os galhos 
Sem saber que é lá no tronco 
Que está o coringa do baralho 

Quando eu compus fiz Ouro de Tolo 
Uns imbecis me chamaram de profeta do apocalipse 
Mas eles só vão entender o que eu falei 
No esperado dia do eclipse 

Acredite que eu não tenho nada a ver 
Com a linha evolutiva da Música Popular Brasileira 
A única linha que eu conheça 
É a linha de empinar uma bandeira 

Eu já passei por todas as religiões 
Filosofias, políticas e lutas 
Aos 11 anos de idade eu já desconfiava 
Da verdade absoluta 

Raul Seixas e Raulzito 
Sempre foram o mesmo homem 
Mas pra aprender o jogo dos ratos 
Transou com Deus e com o lobisomem

Para ouvir as As Aventuras de Raul Seixas na Cidade de Thor clique AQUI.

Um comentário:

  1. A transparência ofusca quando não se quer enxergar.. e para muitos, é melhor ser cego eterno ou, despertar-se e perceber que as verdades absolutas são calamidades que entranham a "alma".. Raul, em suas oníricas inspirações, sabe-se lá se careta ou não, expulsava de si para o mundo, essa tentativa engajada de "óculos" da humanidade... Pena que muitos ainda usam o colírio, pois é mais confortável ser cego em terra de quem tem olho.

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