Se a ação da força de trabalho humana,
física ou mental, é que determina o valor e a
condição abstrata do produto, porque a
mão de obra não tem o seu valor merecido?
VERMELHO A ESQUERDA
Karl Marx (Marx; Engels, 1989, p. 202) dividiu os elementos do processo de trabalho em: 1) atividade adequada a um fim, 2) matéria a que se aplica o trabalho (objeto do trabalho), 3) meios de trabalho (instrumento). Independentemente de qual seja o trabalho, ele sempre possui tais elementos, vezenquando difusos.
A matéria-prima é sempre objeto
de trabalho, embora nem todo objeto seja matéria-prima. O objeto, depois de
sofrer modificações (pelo próprio trabalho), torna-se matéria-prima. É
possível, também, ser matéria e objeto ao mesmo tempo, ao passo que os
valores-de-uso o determinam ora como produto, ora meio de produção, dependendo
de sua função no processo de trabalho.
O meio de trabalho é um conjunto
de coisas que o trabalhador insere entre si e seu objeto, indicando as
condições sociais onde se realiza, sendo “o trabalhador o apêndice da máquina”,
o medidor da própria capacidade de produção. É importante destacar que, a
medida que o trabalho é reduzido a seu caráter abstrato (perde-se a consciência
da subjetividade nele implicada), desenvolve-se o que Marx determina como
trabalho alienado: onde se implica os fenômenos do fetichismo e da reificação.
Por reificação, entende-se o
processo de coisificação onde o próprio direito passa a ser mercadoria de
consumo. As ações humanas e suas implicações deixam de ser consideradas
propriamente “humanas”, para serem encaradas como “coisas” e, consequentemente,
serem vistas como substituíveis e plurais. Já no fetichismo, a aparência
mascara a essência do próprio fenômeno, mascarando as relações sociais que o
envolvem, e a capacidade de envolvimento de que o próprio fenômeno necessita
(sem o envolvimento do humano – subjetivo -, o fenômeno – abstrato - não
ocorre).
- Por Lisiane Pohlmann -
Nenhum comentário:
Postar um comentário