A sina de quem escreve
para os outros é uma
responsabilidade assustadora
pois a escrita é dinâmica e misteriosa
WALQUER CARNEIRO
Palavras são traiçoeiras, e para escrevinhadores como eu, que apenas gosto de escrever, sendo portador de parcos conhecimentos técnicos da sintática, as vezes palavras me surpreende, mesmo eu sabendo que elas são volúveis e insinuante como uma donzela que sabe de suas responsabilidades, mas brinca com o apaixonado sem que ele se aperceba das armadilhas e meandros no relacionamento do escriba com as palavras.
Talvez o leitor não tenha notado que por três vezes eu citei o termo “palavra” no parágrafo anterior, e todas as três colocadas no plural. Estou chamando a sua atenção para esse fato como forma de ilustrar melhor essa relação misteriosa e sobrenatural do escriba com a palavra, sendo que quem escreve também não se contenta em ter tão somente uma palavra, pois só há harmonia e prazer nos textos quando as palavras são diversas, de modo que o escriba tem por obrigação ser polígamo na palavra.
Bom, vou parando por aqui com a retórica escrita misturada a poesia, indo ao que interessa. – Substantivo e Verbo -. Substantivo é a que dá nome às coisas, e o substantivo em ação torna-se verbo, e entre um e outro muitas vezes existem nuances que faz passar despercebido equívocos constrangedores para o escrevinhador, e esse é o caso de Viagem...Ou seria Viajem? Notou a diferença entre as duas palavras?
Em uma conversa com o Professor Pedro Mesquita, coordenador do Sintepp, ocasião em que estava presente o Professor Remi Sales, diretor da Escola Maria de Nazaré, veio a baila a questão dos termos “Viagem e Viajem”. Nós estávamos conversando sobre uma reportagem escrita por mim relatando um evento na praça reunindo estudantes mostrando a eles a importância da leitura. O evento foi denominado de “Viajem na Leitura”, grafado desta forma no panfleto de apresentação da festa, mas bem poderia ser grafado “Viagem na Leitura”, sendo que aqui viagem é com G, e acolá a mesma palavra é escrita com J.
Eu, como disse lá no inicio, sou bronco no conhecimento sintático, mas é justamente na análise sintática que nos ternamos íntimos de língua portuguesa, e eu logo cedo me ative mais em me apropriar das palavras do em conhecer as estruturas onde ela é aplicada, e por isso me passou despercebido a grafia da palavra Viajem, que tanto com Jota quanto com Ge tem o mesmo som.
Viagem com Ge é substantivo, pois aqui a palavra dá nome a uma coisa. Já Viajem com Jota é verbo porque é a ação do substantivo. E agora o leitor pode perguntar: - Porque G e J? -
- A viagem foi muito demorada – aqui é substantivo
- Viajem para bem longe – aqui é verbo
Para você ver só a nuance de significado entre as duas palavras com sentidos diferente, escritas divergentes e sons iguais. Eu confesso que vejo aí, entre o G e J, mais uma regra criada apenas para diferenciar o substantivo do verbo, e na minha humilde ignorância totalmente desnecessário.
No Blogue TUDIBOM você pode entender melhor como usar os termos Viagem e Viajem.
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