Celular e internet na mão de estudantes apavora uma cidade
Um boato de tal gravidade
nunca havia se espalhado
tão rápido em Dom Eliseu
causando tamanho alvoroço
WALQUER CARNEIRO
Telefone móvel e internet são duas ferramentas essenciais hoje em dia, tanto que os seres humanos estão criando uma dependência perigosa destas tecnologias que são o divisor entre dois tempos totalmente distintos: o mundo da mecânica simples das primitivas engrenagens e o mundo das ondas eletromagnéticas.
As microondas foram domadas em microchips que podem conter informações em quantidades que não se podem contar, e isso tudo ao alcance de todos, inclusive das crianças. Crianças, telefone móvel, internet, tecnologia digital e essa é uma mistura que tem que ser observada com muita atenção por variados motivos. Veja a história a seguir, ocorrida em Dom Eliseu.
No dia 3 de junho de 2011, ( uma sexta-feira) um boato apavorou a comunidade escolar, pais de alunos e a população em geral de Dom Eliseu por conta de um comentário de que uma gangue iria invadir uma escola da cidade.
Esse boato começou como um rumor logo de manhã cedo e foi se espalhando, de início, entre os estudantes, porém foi na parte da tarde a situação se agravou.
Por volta das 14:00 horas o boato se intensificou dentro das escolas e chegou aos ouvidos dos pais dos estudantes pondo boa parte da população em polvorosa, com pais e mães aflitos com a possibilidade de seus filhos sofrerem algum tipo de agressão.
Com essa informação preocupante os pais de alunos começaram a ligar uns para os outros e indo até as escolas e também procuraram o secretário de educação, que solicitou o auxílio da força de segurança pública, e neste contexto o boato foi se intensificando, e dentro das escolas as crianças iam ficando cada vez mais impacientes e ao mesmo tempo fantasiando a situação, e de acordo com as informações de uma professora, há indícios de que os estudantes de uma escola começaram a trocar informações com estudantes de outras escolas via celular através de mensagens de textos, e através da internet, o que colaborou para espalhar o pânico.
A RAZÃO DO BOATO
Conforme informações levantadas pela reportagem, o boato se espalhou a partir de um fato real que aconteceu na quinta-feira (2) á tarde quando um ex-aluno, que fora expulso de um colégio particular de Dom Eliseu andou rondando o estabelecimento de ensino com mais alguns amigos protestando contra a escola por tê-lo expulsado, e como os garotos estavam exaltado os responsáveis pelo colégio chamou a polícia para convencê-los a se retirarem do local, porém para agravar a situação a mãe do estudante chegou ao local e fez um escândalo, e o que era para ser tratado como assunto interno da escola naquela mesma tarde começou a se disseminar pela cidade de forma distorcida que se espalhou em conversas pelo celular e msn através da internet.
Diante da situação criada na sexta-feira a secretaria de educação achou por bem solicitar o auxilio da polícia para ir até as escolas e desfazer o boato. A primeira escola a ser visitada pela foi a escola de Ensino Infantil Caminho da Arte, onde policiais da PM foram conversar com as crianças e com alguns pais que lá estavam, falando a elas que a informação era apenas um boato e que ninguém deveria se preocupar, no entanto enquanto os policiais conversavam com as crianças alguém, que viu o carro da polícia no local, ligou para outras escolas, uma das quais foi a Escola Maria de Nazaré, que fica próxima a Escola Dom Eliseu Corólli, e esse fato intensificou a boataria.
De acordo com informações estudantes da Escola Maria de Nazaré receberam ligações dizendo que a polícia estava na Escola Caminho da Arte, essa informação começou a circular pelas salas de aula indo parar na Escola Dom Eliseu Corólli, “Os policiais estiveram aqui também”, disse a diretora da Escola Maria de Nazaré, “porém com a presença dos policiais as crianças, que já estavam agitadas, ficaram mais preocupadas ainda dizendo que se a polícia estava ali era porque a história era verdadeira”, informou a diretora. Assim nestas duas escolas e situação ficou fora de controle e os alunos foram dispensados para evitar um tumulto maior.
Durante todo o dia a força de segurança pública do município realizou diversas averiguações e chegaram a conclusão de que tudo não passou de um mal entendido gerado por irresponsabilidade de algumas pessoas que contribuíram para disseminar a mentira da suposta invasão da escola, tanto os diretores das escolas do município quanto os pais de alunos já estão conscientes de que tudo não passara de um mero e perigoso boato que foi disseminado por intermédio desta tecnologia ao alcance de todos, inclusive das crianças.