90% DOS PROFESSORES PARADOS

Professores cruzam os braços a espera do piso

Sem uma definição por parte da
secretaria de educação a negociação
dos professores para receber o
novo piso chega e um impasse

WALQUER CARNEIRO




Desde de sexta-feira (16), os professores da rede municipal de ensino de Dom Eliseu estão definitivamente em greve. A decisão foi tomada em uma assembléia no dia 10, quando o Sintepp – Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará sub sede Dom Eliseu deliberou com mais de 200 professores filiados que chegara a hora de tomar uma atitude frente a resistência do poder executivo em cumprir com a lei que institui o novo piso salarial de R$ - 1.451 para categoria. 


Para tomar a decisão o sindicato se respaldou com a presença do coordenador jurídico Anilson Russi, junto com o coordenador de economia Ronaldo Rocha, e a coordenadora de movimentos Cirlene Cabral representantes de membros do Sintepp estadual e regional. 

A greve é o último recurso que os trabalhadores utilizam para solucionar um problema que chegou a um impasse, e, no caso dos professores de Dom Eliseu, Cirlene Cabral considerou que o Sintepp vem dialogando com a administração municipal desde janeiro, mostrando ao secretário municipal de educação que há recursos suficientes para pagar o novo salário. “O piso desde janeiro é lei, e a gente precisa ir esgotando o processo de negociação e de cobrança, e não havendo acordo vamos fazer a greve”, disse a coordenadora avaliando que existe intransigência por parte da administração municipal. 

Na assembleia foi constituído um comando de greve e montada uma pauta de reivindicações com nove pontos que vai desde a adequação ao novo piso passando pelo enquadramento de servidores ao plano de cargos e salários, pagamento de hora atividade, pagamento dos vencimentos na primeira semana de cada mês entre outros. 

Para Alexsandro Silva, coordenador geral do Sintepp em Dom Eliseu o comparecimento de mais de 200 professores garante para a categoria o direito à radicalizar a ação porque o diálogo não surtiu efeito. “Só não houve um comparecimento maior porque os diretores de muitas escolas resolveram fazer ações para impedir o comparecimento dos filiados à assembleia”, disse ele confirmando que mesmo assim 90% dos professores aderiram ao movimento. 

Para os coordenadores do sindicato secretário de educação Roque Rodrigues não conseguiu esclarecer de forma adequada as razões que levam o município ao não cumprimento da lei 11.738/08, mas Roque afirma que nunca existiu a intenção de não pagar o piso. “Existem, sim, uma série de dificuldades que extrapolam o âmbito municipal e que precisam ser resolvidas, todavia eu estou a disposição para o diálogo cujos canais ainda estão abertos”, disse. 

Na sexta-feira a tarde o comando de greve reuniu cerca de 200 professores e saíram em caminhada pelas ruas da cidade como forma de tornar público o movimento de protesto da categoria. A reportagem constatou também que mais de 90% das escolas ostentavam faixas com os dizeres: Estamos em Greve.



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