POLÍTICA, FANATISMO E DECISÃO

É imperativo quebrar o vínculo do fanatismo e da idolatria 

Dom Eliseu sofre de uma maldição que 
emperra o desenvolvimento cultural e 
espiritual cuja razão é a total dependência da 
população a um pequeno grupo de indivíduos 

WALQUER CARNEIRO 


Esse artigo pode, a primeira vista, parecer um texto de cunho religioso, mas ao contrário, é uma matéria que tem a ver com filosofia avaliando o perfil social, psicológico e espiritual focando comportamento coletivo de dependência deste coletivo com apenas um indivíduo ou pequeno grupo, e eu procuro me ater em observações da conduta da população de Dom Eliseu no campo político partidário eleitoral. 

O ser humano é, por natureza, individuo muito fatal, e em muitos sentidos passional. Enquanto que entre os povos no oriente médio a passionalidade se evidencia na religião e nos asiáticos orientais, com culturas semelhantes ao Japão, a passionalidade é evidenciada nos valores morais e de respeito ao indivíduo, nos brasileiros essas características ficam muito mais evidente, chegando às raias do exagero, vemos isso claramente no futebol e na política. 

Mas vamos analisar a luz dos acontecimentos de Dom Eliseu na convivência do fazer político as relações entre os indivíduos, todos convivendo na mesma localidade, acabam desenvolvendo paixões tão profundas que findam fomentando a rixa entre os grupos levando as pessoas à prática do fanatismo fomentando uma profunda inconsciência coletiva diante daquilo que é necessário estar alerta e lúcido. 

O pior é que a população gasta um tanto de energia física e mental na disputa por provar qual liderança é o melhor ou o mais competente, ou questionando as atitudes um do outro, do que aproveitar a vitalidade para pensar a cidade de forma coletiva lutando por saúde decente, educação de qualidade, compromisso das autoridades municipais com o que realmente importa, sendo que quem sabe o que realmente importa é o povo, que em sua maioria gasta o tempo com atitudes fanáticas e não tomam posição consciente. 

Além do mais há outro perigo, pois o fanatismo leva a intolerância, condição que leva ao embate, que desemboca em conflito espiritual que influência negativamente a convivência gregária, que é característica dos seres humanos, descambando para a idolatria, que é quando o individuo perde a capacidade de decidir por conta própria deixando que outro tome a decisão por ele. 

Em Dom Eliseu essa característica se mostra claramente, pois vemos uma boa parte de população deixando por conta de apenas meia dúzia de pessoas as decisões que afetam a totalidade da população. 

Essa análise tomando, Dom Eliseu como exemplo, pode ser replicada em 80% das cidades do Brasil, e essa característica idólatra já vem de priscas eras, tanto que nas regiões onde a idolatria a um ser humano ou a um ser mitológico é exacerbada as condições sociais e espirituais são as piores possíveis, e isso vemos claramente em Dom Eliseu. 

Para finalizar a minha pequena digressão filosófica deixo aqui uma mensagem final; Os eleitores, em vez de idolatrar um candidato à prefeito ou a vereador devem, sim, se preocuparem com que esse candidato possa fazer pela cidade, todavia a condição que leva ao indivíduo ao estado de letargia social é causada justamente porque aqueles que estão na liderança fazerem parte da sociedade que teriam que representar, mas que patrocinam a continuidade de tal situação, pois assim fica fácil a dominação, então resta aos cidadãos conscientes se levantarem contra essa situação, ir para as ruas, de forma tranqüila, e trabalhar para quebrar esse vínculo maldito do fanatismo e da idolatria para que o povo passe a tomar decisões conscientes.

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