GREVE DE PROFESSORES EM DOM ELISEU

A prefeitura se recusa a pagar novo salário

Em confronto com a lei a prefeitura
deixa os professores com salário antigo
mesmo com recurso de quase
um milhão na educação municipal

WALQUER CARNEIRO


Chegou a um impasse a negociação para a implantação do novo piso salarial para os professores em Dom Eliseu, pois a gestão municipal da educação pública resiste em adequar os vencimentos dos professores de acordo com a Lei 11.738/08 onde o governo federal estabelece valores para os salários dos professores em todo território nacional. 

Para a coordenação do Sintepp é estranho que mesmo após a entidade mostrar que é possível pagar o novo salário com os recursos que a secretaria de educação de Dom Eliseu recebe do Fundeb – Fundo de Desenvolvimento para a Educação Básica – , apontando irregularidades na folha de pagamento não foi possível convencer ao secretário municipal de educação da possibilidade de pagar o salário atualizado. “Depois que nós apontamos as formas de adequar a folha de pagamento e apontarmos ao prefeito onde havia irregularidades não conseguimos nenhum sinal positivo por parte da prefeitura”, informou Mário Sales, um dos coordenadores do Sintepp a negociar com o prefeito Joaquim Nogueira. 

PRESSÃO NA LIDERANÇA 

No dia 19 o prefeito Joaquim Nogueira Neto chamou o coordenador licenciado do Sintepp, Pedro Mesquita, para uma reunião, mas de acordo com informações, ao chegar no gabinete do prefeito Pedro se deparou com a presença de Silon da Gama. Pedro relatou ao Blog que a presença de Silon, que é candidato a vice prefeito na chapa de Joaquim, aconteceu com o objetivo de tentar convencer o sindicato a abrandar o movimento e esquecer a greve com o argumento de que é arriscado dar aumento em campanha eleitoral. “Isso é uma falácia, pois o aumento foi autorizado antes do período eleitoral, portanto só falta o prefeito depositar o novo salário em nossas contas”, disse Pedro. 

NEGATIVA DO GESTOR 

Diante da negativa da administração pública municipal em cumprir a lei, o Sintepp decidiu, em assembléia realizada no dia 30 de junho, decretar estado de greve e logo foram editados ofícios comunicando à sociedade civil organizada a possibilidade da categoria decretar a paralisação dos professores assim que reiniciar o período letivo. “Nós já contamos com a adesão de ampla maioria dos professores caso o gestor municipal não cumpra a lei”, disse Mário lembrando que as negociações estão suspensas,mas caso seja feito o reajuste a greve será revogada. 

Em contato com o secretário de educação Roque Rodrigues ele informou que a administração está fazendo todo esforço possível para encontrar solução do problema. “Nós nunca recusamos a dialogar com a categoria e estamos trabalhando para atender às necessidades dos professores”, disse Roque surpreso com a notícia da suspensão das negociações.

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