RO + 20 . OS GRANDES TAMBÈM TÊM QUE PAGAR A CONTA

Potências transferem para emergentes responsailidade ambiental

Ao mesmo tempo em que nega 
o comprometimento com as 
alternativas apresentadas as potências também 
concordam que é preciso tomar providências

 FONTE - PORTAL VERMELHO

As delegações internacionais retomaram na manhã desta segunda (18) as negociações em torno do texto final da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. A delegação brasileira, que preside as negociações, pretende fechar o documento ainda hoje e entregar o texto às Nações Unidas até terça-feira (19), um dia antes do início da Reunião dos Chefes de Estado e Governo.

A expectativa é de que o documento, com 50 páginas, seja conclusivo, mas não trate de questões polêmicas ou de negociação mais complicada, como o financiamento internacional de ações de desenvolvimento sustentável aos países mais pobres.

Defendido pelo Brasil e outros países em desenvolvimento, o chamado Fundo Verde propõe que as nações mais ricas assumam o compromisso de implantar uma proposta de financiamento para o desenvolvimento sustentável, começando com US$ 30 bilhões a partir de 2013, até chegar a US$ 100 bilhões em 2018.

Ao mesmo tempo em que nega o comprometimento com a alternativa – considerada como um avanço e uma importante alternativa ambiental —, a delegação da União Europeia na Rio+20 divulgou nesta segunda (18) nota criticando a negociação do documento da conferência. Segundo a nota, a União Europeia diz que o atual texto da conferência “não parece encontrar a ambição necessária para o desenvolvimento sustentável e uma economia verde inclusiva”.

A União Europeia, através de sua delegação, afirma que “deseja objetivos e metas com prazos e mecanismos de monitoramento concretos no texto”. Nesse ponto é importante destacar que as potências desenvolvidas desejam metas e prazos unilaterais. Desejam “obrigar” países em desenvolvimento a se comprometerem, mas não se incluem diretamente nos acordos.

Na verdade, esta união de países imperialistas, promotora de políticas neoliberais, conservadoras e militaristas, ao fazer acusações, está transferindo para os países emergentes as suas responsabilidades com o desequilíbrio ambiental e se somando à posição de outras potências imperialistas, como os Estados Unidos, de não assumir compromissos eficazes para financiar a preservação do planeta.

O ex-representante da Organização das Nações Unidas (ONU) para mudanças climáticas, Yvo de Boer, disse neste domingo (17) que o texto final, ainda em negociação, não mostra o “desejo de realmente provocar mudanças radicais”. Professor da Universidade de Maastrich, na Holanda, o especialista disse que o texto traz apenas reafirmações de crenças que vêm sendo repetidas há 20 anos.

“Se quisermos lidar com esses assuntos não resolvidos de sustentabilidade, temos que ir além de afirmações. Não vamos resolver esses problemas globais apenas com reafirmações de crenças. Precisamos de uma mudança fundamental de direção”, disse.

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