JUÍZES NA MIRA DA JUSTIÇA


Ministra do CNJ pede ajuda para punir juízes

A ministra Eliana Calmon está 
investigando juízes suspeitos 
mas o corporativismo da 
magistratura não está satisfeito 
com a atuação da ministra 
 
WALQUER CARNEIRO 
 
O Conselho Nacional de Justiça - CNJ – vem atuando na investigação de procedimentos suspeitos de juízes, desembargadores e magistrados em geral, por todo Brasil. O conselho foi instituído em dezembro de 2004, com a competência para agir em todo território nacional, fiscalizando e investigando as ações de membros do poder judiciário em todas as instâncias. As ações do CNJ acontecem a partir de denúncias e reclamações efetuadas por qualquer categoria de cidadão.

O Conselho Nacional de Justiça, hoje, está no centro das atenções de autoridades, no mais pequeno dos município até a mais populosa das metrópoles brasileiras, pois a ministra Eliana Calmon, Ministra do Superior Tribunal de Justiça, que compõe o CNJ, está desenvolvendo um projeto de levantamento da evolução patrimonial de um certo número de juízes suspeitos em diversas regiões do Brasil. Esse levantamento foi iniciado justamente porque a CNJ recebeu um volume considerável de denúncias relatando desvio de conduta com suspeitas de cobrança para proferir sentenças.

Apesar do CNJ ser bastante conhecido pelas autoridades, grande parte da população não tem conhecimento do conselho e nem de sua atuação, pois não interesse a grande mídia em divulgar a atuação do conselho por que, com a Ministra Calmon a frente das investigações, a alta sociedade brasileira, que é onde está incrustada a casta dos magistrados, teme que os mal feitos sejam descobertos. Apesar de não ser conhecida do povão e Ministra Calmon é temida pela classe política, empresarial e muito mais ainda por juízes que por ventura tenham andado fora da lei imiscuindo-se em negócios escusos.

A Ministra Calmon está no caminho certo, mas mexeu em um ninho de marimbondos de fogo, tanto que há alguns dias (novembro de 2011) uma comissão de magistrados, através do Ministro do STF Marco Aurélio, pediu a suspensão dos trabalhos do Conselho Nacional de Justiça.  (CIQUE AQUI).

A decisão de limitar os trabalhos foi suspensa graças a pressão de sociedade civil organizada através da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB -, porém ainda existe muita dificuldade para a condução das atividades do CNJ, e o exemplo está na declaração da Ministra Calmon nesta sexta-feira pedindo a ajuda dos juízes sérios e honestos do Brasil para disciplinar aqueles magistrados que cometem ilegalidades e que a ministra chama de “meia dúzia de vagabundos” que vem causando prejuízo moral ao poder judiciário. 
 
Se a Ministra Calmon conseguir o apoio dos juízes honestos, levando a sério o trabalho do CNJ, poderá ser feita uma limpeza no poder judiciário e levar de volta o poder judiciário a ter a simpatia e aprovação da população que é a razão da existência dessa instituição.

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