Serra pelada ainda vive na esperança de velhos garimpeiros
O Sonho de prosperidade de Serra Pelada
dos anos oitenta ainda vive na mente de
muitos que esperam o garimpo ser reativado,
todavia poucos serão os beneficiados
WALQUER CARNEIRO
Recentemente comecei uma amizade com o repórter José Salém, de Eldorado de Carajás, e ele me enviou um artigo muito bonito sobre a esperança e a falta de perspectivas dos velhos garimpeiros que ainda esperam ser lembrados, mas, no entanto poderosos interesses corporativos patrocinam a miséria matando a alegria daqueles que foram os primeiros a desbravar o Eldorado perdido, a montanha de ouro.
Muitos desses desbravadores ainda estão na região de Serra Pelada a espera de um retorno através da exploração mecanizada, porém esse retorno está dia a dia sendo adiado, e por isso eles são chamados de...
Os deixados para trás
Por: Costa Parrião
Sem ocupação, sem lenço, sem documento. Perdidos, tuberculosos, hansênicos, exilados de si mesmos. Vítimas das suas atitudes, e só delas dependentes. Fazendo história real, no extremo da dramaturgia sem brilho, sem poesia. E se ao menos houvesse um pálido afago de quem acaricia.
E se tivesse um casebre, com uma cama de colchão barato pra descansar o dorso, más quah!... Mulheres belas a transitar, cortesãs a desfilar para um império onde quem melhor enxergar é o rei míope, de um olho só.
Logradouro onde a pobreza é artigo de luxo, visto que o predominante é a miséria absoluta, e que bate a todo instante à porta dos menos desfavorecidos, pronto a fazer um novo afiliado.
Logradouro onde a pobreza é artigo de luxo, visto que o predominante é a miséria absoluta, e que bate a todo instante à porta dos menos desfavorecidos, pronto a fazer um novo afiliado.
Velhos decrépitos, vivendo a prorrogação do avançado estágio vegetativo da vida, guardiões de um tesouro inacessível, desgastados com a ilusão de um passado áureo que sonham reviver.
Sobreviventes do descaso, da indiferença, tratados como escória. Incômodo para os interesses do capital, que tiveram seus trajetos de vidas alterados por um corpo de magistrado desconhecedores da realidade. Abastados, que provavelmente, nunca passaram privações de ordem física ou ideológica.
Logo, num futuro próximo, levantarão sedentos de poder pelo voto, vozes latentes, em defeza póstuma de que um investimento da SUDAN ou PAC poderia ter financiado a obra para os autênticos detentores dos direitos por uso capiao, ou... sei lá. Parece que é mais cômodo abandonar do que ser patriota. E quando a história for COLOSSALMENTE reescrita terão, por mérito, a condecoração do analfabetismo, e seus feitos épicos, sequer serão mencionados no mural.
Na capital do ouro; há um COLOSSO, que os miseráveis jamais alcançarão!
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