O assassinato da juíza carioca não comoveu o povo brasileiro
O cidadão ainda não percebeu que a
nação está refém dos brutos sem alma,
e enquanto isso todos nós nos emocionamos
com a morte da personagem da novela
WALQUER CARNEIRO
O assassinato da Juíza carioca Patrícia Acioli, de 47 anos, morta em Niterói no dia 11 ,
mostrou para o Brasil inteiro a verdadeira condição social em que se encontra esse país, e o negror de corrupção que se espalha por todos os lados e cantos desta nação, levando em conta que o Rio de Janeiro é o reflexo do Brasil.
De acordo com as informações do Portal do Jornal O Globo, as investigações para chegar até os assassinos da juíza estão focadas em três processos que s Dra. Patrícia havia julgado recentemente e que envolvia policiais militares e civis acusados de formação de milícia.
É aterrorizante a constatação que se faz quando observamos as verdadeiras razões que levaram à morte aquela magistrada no exercício de suas funções, e o que fica evidente é que, a partir do assassinato da juíza, todos os poderes legalmente constituídos passam a ficar reféns do crime organizado, já que o poder público em todas as instâncias é incapaz de garantir segurança para um membro do judiciário que atuava de forma enérgica no combate aos desmandos da bandidagem no Rio de Janeiro.
Analisando mais profundamente chega-se a conclusão de que não há saída, pois há muito tempo vemos a falta de vergonha e a desfaçatez em muitos representantes dos poderes executivos, legislativo e judiciário. É tanta a falta de moral e ética que inibe poderosamente aquelas autoridades que querem atuar decentemente, pois diante de tanta bandalheira não encontram respaldo para tomar as justas decisões, e quando, de forma quixotesca, tentam levar avante seu ideal acabam perecendo nas mãos de brutos sem sentimentos, que por causa da certeza da impunidade não respeitam as convenções sociais.
A Juíza Patrícia não era apenas mais uma burocrata do poder judiciário, ela não se contentava em apenas ler os autos e ouvir as testemunhas, ela ia mais além, pois se envolvia profundamente nas investigações analisando as provas e participando das perícias dos casos que ela acompanhava, e isso fazia com que ela tivesse uma visão privilegiada dos tais casos, o que dificultava qualquer tentativa dela ser influenciada pela retórica dos advogados ou testemunhas.
A insensibilidade diante de tal tragédia que é a degradação moral do nosso país fica evidente no momento em que milhões de pessoas de todas as classes sociais, do operário ao mais graduado professor de filosofia, ocupam o tempo em discutir a morte de uma personagem de novela, uma mera ficção que emociona e comove toda uma nação como se fosse a mais concreta verdade, enquanto paralelamente o que deviria ser tratado com forte empenho e encarado como real concretude é tida como uma mera ficção. A morte da valente juíza é discutida apenas como um jogo de futebol que só espera a próxima partida para uma nova rodada de debates, e no caso do assassinato da magistrada é só o tempo da mídia encontrar outra tragédia para que todos esqueçam que um dia existiu uma Juíza chamada Patrícia.
O portal do jornal o Globo produziu um matéria mostrando as razões que levaram ao assassinato da Juíza Patrícia Acioli. Cloque AQUI para saber tudo.
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