BOMBA NO RIOCENTRO

O dia em que o retorno à democracia esteve por um fio

Há 30 anos um show de música no
Rio de Janeiro comemorava o Dia do
Trabalhador e o retorno da democracia,
porém uma bomba explodiu naquele dia

WALQUER CARNEIRO

Muitos brasileiros, hoje,  com menos de 35 anos não têm conhecimento de um dos episódios mais marcantes do regime militar que dominou o Brasil numa tenebrosa ditadura. O episódio a que me refiro é o atentado do Riocentro, quando, em abril de 1981,  uma bomba explodiu no interior de um veículo onde estavam dois oficiais militares.

O atentado do Riocentro marcou sobremodo a vida e a lembrança da geração, hoje, com mais de 40 anos porque o Brasil estava passando por  uma fase de transição saindo da ditadura e entrando na democracia,   onde a nação estava readquirindo os direitos  políticos, culturais, ideológicos e intelectuais,  cujos movimentos foram  reprimidos durante 24 anos, e a explosão da bomba pôs em risco o processo de abertura democrática. 
Naquela época havia uma facção dentro do grupo de poder do regime militar que era contra a abertura política e democrática que estava sendo desenhada pelo  general presidente do Brasil Ernesto Geisel e que seria continuada pelo general João Batista Figueiredo, último presidente militar do Brasil.  Esse grupo que era contra a abertura não o era por motivos ideológicos,  mas sim por motivos de manutenção simples e pura do poder.

O acontecido ficou conhecido como atentado do Riocentro porque a tal bomba explodiu na noite do dia 30 de abril de 1981, quando um grupo de artistas e intelectuais reuniram-se no centro de convenções Riocentro, no Rio de Janeiro, para comemorar o Dia do Trabalhador e a proximidade de uma era de liberdade democrática, que estava sendo conquistada com muita luta e sangue derramado pelos opositores do regime militar, e os artistas que lá estariam se apresentando eram todos pró democracia e contra a ditadura, entre eles Alceu Valença, Gonzaguinha, Ivan Lins, Paulinho da Viola e Ney Matogrosso.  

Naquela noite do dia 30 de abril de 1981, dois oficiais do exército em um automóvel Puma com uma bomba em seu interior  pararam  o veículo  no estacionamento do Riocentro, e intenção do grupo de militares contra a ditadura era explodir a bomba no interior do centro de convenções, porém o plano deu errado e a bomba explodiu no colo de um dos oficiais que morreu na hora, enquanto o outro ficou gravemente ferido.

Os homens que estavam no veículo eram o capitão Wilson Luís Alves Machado e o sargento Guilherme Pereira do Rosário. Ambos integravam o DOI do I Exército, no Rio de Janeiro e o sargento Rosário era treinado em montagem de explosivos, e foi no seu colo que a bomba explodiu. Saiba mais clicando AQUI. 

O caso da bomba do Riocentro serviu para que os militar tomasse consciência da teia de interesses clandestinos que havia sido montado no interior do regime e daí em diante apressassem a abertura democrática no Brasil.

Recentemente o caso Riocentro voltou a ser pauta de discussão e de noticias depois que uma agenda com anotações de telefones e nomes de pessoas,   que foi encontrada no interior do Puma onde estavam os dois terroristas na época da explosão, começou a ser estudada revelando a rede de conspiração montada  contra a democracia. Saiba mais clicando AQUI.   

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