VEREADORES APROVAM REQUERIMENTO DE DANIEL

Vereadores querem esclarecimentos sobre vales transporte 

Requerimento do vereador Daniel Andrade que pede 
esclarecimentos sobre compra de vale transporte foi 
aprovado na câmara junto com projeto do dia 
do círio de autoria do vereador Jefferson Deprá

WALQUER CARNEIRO



Na reunião de vereadores do dia 30 de outubro de 2012 o presidente da Câmara Municipal de Vereadores, Givanildo Alves “Buduia”, pôs em pauta duas matérias para deliberação do plenário composto por seis vereadores. 

A primeira matéria foi o projeto de autoria do vereador Jefferson Deprá que oficializa o feriado municipal do círio de Dom Eliseu, e a segunda matéria foi o requerimento de autoria do vereador Daniel Andrade que solicita da prefeitura informações sobre a aquisição de vale transportes. 

Conforme o requerimento a prefeitura municipal de Dom Eliseu adquiriu mais de 90 mil vales transportes num período de onze meses. O requerimento foi lido em plenário ma presença de apenas seis vereadores; Jefferson Deprá, Claudia Machevesk, Zé Pedro Genilsin Cavalcanti, Daniel Andrade e Buduia. 

O requerimento foi feito com o propósito de esclarecer por que a prefeitura comprou tamanha quantidade de vale transporte que em sua maioria foi utilizado para a zona rural. 

A vereadora Claudia disse que a iniciativa do vereador Daniel é apenas o cumprimento da lei orgânica da casa de leis que, entre outras prerrogativas, define o vereador como um fiscal do patrimônio público. “Eu estou de acordo com a iniciativa do vereador e concordo que o executivo municipal tem que prestar esclarecimentos”, disse ela. 

O requerimento foi votado e aprovado pelos vereadores presentes em apoio a ação fiscalizadora de Daniel em questionar sobre a negociação dos vales transportes que também recebeu o apoio do vereador Zé Pedro. “Quem tem que dar explicações sobre o assunto é o secretário municipal de educação, pois os vales transportes foram utilizados para transportar professores”, argumentou ele. 

O vereador Buduia, usando da prerrogativa de presidente da mesa diretora, informou que já no dia 31, quarta-feira a secretária executiva da câmara já estaria tomando providências para protocolar o requerimento do vereador Daniel Andrade na chefia de gabinete do prefeito Joaquim Nogueira. “Na quarta-feira o prefeito já estará ciente dos questionamentos do vereador Daniel, e então esperamos que o mais urgente possível sejam enviadas a está casa todas as informações solicitadas”, considerou o presidente. 

Mais detalhes sobre a questão dos vales transportes clique AQUI.

FERIADO DO CÍRIO DE DOM ELISEU 

A outra matéria discutida, votada e aprovada na reunião do dia 30 foi o projeto de autoria do vereador Jefferson Deprá que define o dia de comemoração do Círio de Nossa Senhora Aparecida. O projeto também determina que a data também seja considerada feriado municipal. 

De acordo com o vereador o projeto foi elaborado a pedido do Padre Ronaldo Santos que atendeu a uma solicitação do bispo da diocese. “Com a aprovação desta lei fica constituído como dia do Círio de Dom Eliseu o terceiro domingo do mês de outubro”, informou a vereador lembrando que a definição da data também levou em conta um anseio da comunidade católica de Dom Eliseu. “O círio é uma festa que vem crescendo muito em Dom Eliseu, e então e a comunidade católica merece a data”, disse o vereador. 

O projeto foi votado e aprovado por todos os vereadores e enviado ao gabinete do prefeito para a sanção governamental.

DOM ELISEU DIZ NÃO A EMPREENDIMENTO MINERAL

Município perde grande oportunidade de industrialização 

O estado do Pará está prestes a se
transformar num polo mundial em
produção de alumínio e Dom Eliseu
mais uma vez perde o bonde da história

WALQUER CARNEIRO C/ INF. DE AGÊNCIAS



Por obra e graça da falta de visão das atuais autoridades administrativas de Dom Eliseu o município perdeu para Rondon do Pará a instalação da Votorantim Metais, um empreendimento que se fosse instalado aqui teria a capacidade de gerar mais de 1.500 empregos só no primeiro momento, sem falar nos benefícios que seriam originados com os desdobramentos da instalação da empresa em Dom Eliseu. 

De início está previsto investimentos na ordem de 3 bilhões de dólares que serão aplicados na exploração de uma mina de bauxita e a construção de uma refinaria de alumina, e para iniciar as atividades de exploração falta apenas que seja concedida a liberação ambiental para a empresa, e para isso o projeto já foi apresentado ao governador Simão Jatene.  


SIMPÓSIO DISCUTE A EXPLORAÇÃO DE ALUMÍNIO 

O Estado do Pará está se
transformando em uma
fronteira de produção do
setor de alumínio brasileiro

FONTE – DIÁRIO DO PARÁ ON LINE


Mais de 300 profissionais de 37 países participarão do 19º Simpósio e Exposição do comitê Internacional para o Estudo da Bauxita, Alumínio e Alumina (ICSOBA), que vai abordar a cadeia produtiva do alumínio no período de 29 de outubro a 2 de novembro, em Belém. 

O evento contará com a participação de mais de 300 profissionais de 37 países que estarão focados na cadeia produtiva do alumínio. 

Durante o simpósio, serão apresentados casos de melhorias tecnológicas e o desenvolvimento de pesquisas promissoras e sua contribuição para uma produção mais eficaz e para a redução de custos nas fábricas, diante do cenário instável na economia mundial. 

O Pará foi escolhido como sede do Simpósio Internacional por ser destaque nacional na indústria do alumínio. Além da quantidade e qualidade das reservas de bauxita, minério de onde se obtém o metal, no estado é possível encontrar as diversas etapas da verticalização da cadeia produtiva.


DILMA INDICARÁ NOVO MINISTRO DO STF

Futuro indicado assumirá relatoria do mensalão tucano 

O ministro Joaquim Barbosa, algoz do PT, 
não quer relatar o mensalão dos Tucanos, 
pois tal julgamento não interessa à Globo 
e nem à Veja, de quem ele cumpre ordens 

BLOG DA GERAL

O próximo indicado pela presidente Dilma Rousseff a ocupar a cadeira do ministro Carlos Ayres Britto no Supremo Tribunal Federal (STF) será o responsável pela relatoria do mensalão tucano em Minas Gerais, hoje nas mãos de Joaquim Barbosa, que o abandonará ao assumir a Presidência da Corte em 22 de novembro. A informação é da Agência de notícia Reuters 

Como Ayres Britto deixa a Corte em 18 de novembro, pois completa 70 anos e deve se aposentar, seu substituto irá para o gabinete de Barbosa, que já afirmou que não poderá tocar o processo do mensalão tucano junto com os encargos da Presidência. 

O mensalão tucano foi um esquema de desvio de recursos públicos e financiamento irregular da campanha eleitoral em 1998 do então governador de Minas, Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que tentava a reeleição e perdeu. Teriam sido desviados 3,5 milhões de reais, de acordo com a denúncia do Ministério Público Federal.O novo ministro ainda precisa ser indicado pela presidente Dilma Rousseff 

Ao contrário da ação penal em curso no STF o mensalão tucano foi desmembrada. Dois réus com foro privilegiado ficaram no STF, o deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e o senador Clésio Andrade (PMDB-MG). 

O esquema também foi chamado de valerioduto tucano porque o empresário Marcos Valério,operou o suposto esquema do PSDB 

O caso veio à tona em 2005, com as apurações do mensalão atualmente em julgamento no STF. Em novembro de 2007, a Procuradoria fez a denúncia ao STF e só depois o desmembramento para réus sem foro privilegiado foi aceito. 

O mensalão Tucano vai além de Minas Gerais, pois o esquema engendrado por Eduardo Azeredo serviu também para financiar a campanha para a reeleição de Fernando Henrique Cardoso e José Serra, e assim foi necessário dar um desfalque de 268 milhões de reais nos cofres da Furnas Centrais Elétricas de Minas Gerais. Além de que Eduardo Azeredo também está envolvido no “mensalão” do PT.

O STF QUER CRIMINALIZAR A POLÍTICA

Dirceu condenado por garantir governabilidade ao PT 

Em todo o tempo republicano 
se fez necessário costurar alianças 
para garantir a governabilidade, 
mas ser for para o PT é crime 

WALQUER CARNEIRO

Um artigo de crítica política feito pelo jornalista e  analista Paulo Moreira Leite mostra claramente o que é que está sendo julgado e as razões das condenações sem provas de quadros políticos e técnicos do PT e partidos aliados. Os réus da Ação Penal 470, popularmente conhecida com “Mensalão” estão sendo julgados e condenados apenas porque alguns ministros do supremo imaginam que eles teriam cometido crimes. 

Diante deste disparate de indivíduos togados Paulo Moreira Leite, de forma lúcida, mostra o que realmente está por traz desta aberração jurídica que é o julgamento do Mensalão. 

O texto brilhantemente produzido por Paulo é um tanto extenso, mas eu rogo ao leitor deste blog um tanto mais de paciência para uma leitura mais atenta, e, se for o caso, fazer uma releitura junto com uma pesquisa histórica das citações.

A DITADURA CRIMINALIZAVA A POLÍTICA 

Não dá para aceitar longas condenações 
sem que as acusações não 
estejam provadas nem demonstradas 
de forma clara e consistente 

POR PAULO MOREIRA LEITE

Eu estava nos EUA, em 2000, quando George W. Bush tornou-se presidente por decisão da Suprema Corte. Havia ocorrido uma fraude na Flórida, que necessitava recontar seus votos. A Suprema Corte, de folgada maioria republicana, decidiu interromper o processo e deu posse a Bush. Nós sabemos as consequências. 

Em 2009, quando Manoel Zelaya foi deposto em Honduras, a Corte Suprema local deu respaldo ao golpe. 

O mesmo ocorreu no Paraguai, quando Fernando Lugo foi afastado do cargo sem direito de defesa, por uma acusação que, está demonstrado agora, não tinha fundamento em provas – mas em denúncias que, conforme a oposição não teve medo de anunciar, envolviam fatos que “todo mundo sabe.” 

Para quem só enxerga uma face da Operação Mãos Limpas, não custa recordar que a Justiça italiana colocou muitos corruptos fora de combate na Itália e transformou o bunga-bunga Silvio Berlusconi no grande protagonista da política atual italiana. Os partidos foram destruídos e, em seu lugar, ficou uma rede de TV. Quem é o dono? O bunga-bunga. É tão bunga que, quando os mercados quiseram afastá-lo do cargo, foi preciso convencer Berlusconi a renunciar. Não havia quem desse a bungada de misericórdia. 

Lembra da guilhotina da revolução francesa? Após dois anos de terror, de condenados em processos sumários, o saldo foi o esvaziamento da democracia e a lenta recuperação da aristocracia. Depois de guerras e ditaduras, proclamou-se o Império. 

É claro que esses fatos servem de advertência e angustia diante do julgamento do mensalão. 

O Supremo está diante de crimes graves, que devem ser investigados e punidos. O inquérito da Polícia Federal aponta para vários crimes bem demonstrados. 

Mas não dá para aceitar longas condenações sem que as acusações não estejam provadas nem demonstradas de forma clara e consistente. O mesmo inquérito não oferece base para denúncias contra vários condenados. O confronto de depoimentos e as mudanças de versões da principal testemunha, Roberto Jefferson, mostra a fragilidade da acusação. 

Vamos reconhecer o seguinte. Não tenho condições de afirmar, entre 38 réus, quantos foram condenados com provas e quantos não foram. Não conheço cada caso em cada detalhe. As confusões das votações e debates sobre as penas mostram que os próprios 

ministros têm dificuldade para armazenar tantas informações, o que não diminui a responsabilidade de cada um deles pelo destino de todos. 

Embora tivesse até uma conta em paraíso secreto, o publicitário Duda Mendonça saiu são e salvo do processo. Me explicam que seu advogado fez uma defesa técnica e nada se provou que pudesse demonstrar seu envolvimento no caso. 

Me parece impecável. 

E justo, porque embora se possa falar em domínio do fato, é preciso mostrar quem tinha o domínio em cada fato. 

José Dirceu e José Genoíno estão sendo condenados porque “não se acredita” que não tivessem participado de nada…Não é possível, dizem. 

Dirceu era o chefe…Genoíno assinou um cheque. 

O problema é que a denuncia é de 2005 e até hoje não surgiu uma prova consistente para condená-los. 

Eu posso até “imaginar” uma coisa. Mas o fato de poder imaginar, admitir que faz muita lógica, não quer dizer que tenha acontecido. 

O risco é alvejar pessoas honradas em nome da indignação popular, estimulada por uma visão unilateral da acusação e da defesa. Nem todos os meios de comunicação cobrem o caso da mesma maneira. Mas é fácil perceber o tom da maioria, certo? 



Assim se cria um ambiente de linchamento, que pode ocorrer até em situações que ninguém acompanha. A justiça brasileira está cheia de cidadãos – anônimos e pobres, de preferencia – que são julgados e condenados a penas longas e duríssimas até que, anos e até décadas depois, descobre-se que foram vítimas de um erro e de uma injustiça. 

De vez em quando, um deles consegue uma reparação pelo erro. As vezes, a vítima já morreu e seus parentes recebem alguns trocados. Às vezes, fica tudo por isso mesmo. 

O cidadão tem medo de ser vítima de uma nova injustiça e não faz nada. 

Nesta semana, o ministro Celso Mello comparou o mensalão ao PCC e o Comando Vermelho. 

Num raciocínio semelhante, Gilmar Mendes sugeriu que, embora não tenha cometido atos de violência, a “quadrilha”, essencialmente, agia como uma organização de criminosos comuns. 

Os dois ministros têm uma erudição jurídica reconhecida. Expressaram suas convicções com competência e lógica. Não é só por educação que admito minha ignorância para falar de seus votos. 

Mas essas comparações não fazem justiça a cultura que possuem. 

Nos piores momentos do regime militar, os brasileiros que enfrentavam a ditadura de armas na mão eram descritos como “assaltantes de banco”, “ladrões”, “assassinos” ou “terroristas.” Até menores de idade foram presos – sem julgamento – com essa acusação. 

As organizações armadas cometeram assaltos e sequestros. Também cometeram ações que resultaram em mortes, algumas na forma de justiçamento. 

Seria correto comparar Carlos Marighella ao Bandido da Luz Vermelha? Ou Lamarca ao Cara de Cavalo? Ou então, como fez um promover louco para puxar o saco de militares, dizer que Dilma Rousseff, da Var Palmares, era a papisa da subversão? 

Deu-se o golpe de 64 com a alegação de que se deveria eliminar a subversão e a corrupção. Uma coisa leva a outra, dizia-se. E era por isso que era preciso ligar uma coisa a outra. O PCB estimulava a corrupção como forma de desagregar o país, escreveu um dos editores da Tribuna da Imprensa, um dos principais envolvidos no golpe, logo depois da vitória dos militares. Vamos ler: 

–Na maioria das vezes (os comunistas) são traidores. Outras, são mercenários; outras ainda, carreiristas; outras mais negocistas satisfeitos, que recebem todo o apoio do partido, pois uma das coisas que mais preocupa os agitadores é a corrupção, e assim eles a estimulam de todas as formas, pois sabem que não há melhor forma de estimular a desagregação de um país. (Prefácio do livro Brasil – 1 de abril, de Araken Alcantara). 

A comparação entre o esquema político de Marcos Valério e Delúbio Soares – com todos os crimes apontados – com quadrilhas criminosas é tão absurda que eu pergunto se essa visão estará de pé, no Supremo, quando (e se) o mensalão PSDB-MG for a julgamento. Duvido por boas e más razões que você sabe muito bem quais são. 

É fantasia falar em quadrilha que opera nos subterrâneos do poder. 

Por mais que muitas pessoas não enxerguem – e outras não queiram enxergar – diferenças entre os partidos políticos e organizações criminosas, eles tem projetos diferentes, visões diferentes e assim por diante. 

Por mais que se queira criminalizar a atividade política – é isso o que acontece hoje – é pura miopia confundir políticos e bandidos comuns. Não é uma questão de classe social, nem de status ou coisa semelhante. 

É uma questão de atividade profissional, digamos assim. 

Eu acho diferente controlar o território numa favela para vender cocaína e colher contribuições financeiras para disputar uma eleição. Mesmo que se deva considerar um desvio de verbas públicas como um crime gravíssimo, eu acho que é diferente quando se comete um assalto a mão armada, um assassinato, o justiçamento, como método de trabalho. 

E eu acho que um crime com homicídio é diferente daquele que não usa violência. 

Mesmo frequentando uma zona de cinzenta da política brasileira que é o mundo das finanças partidárias – quem cunhou a expressão foi o filósofo tucano José Arthur Gianotti – José Genoíno tem o direito de assegurar que só fez o que era “legítimo e necessário.” 

Da mesma forma, José Dirceu tem toda razão em sustentar: “nunca fiz parte de uma quadrilha.” Quem discorda, prove. 

Não vale ganhar no grito, na dedução, no discurso. A gente sabe como se tentava demonstrar – sem provas — que Marighella, Lamarca, Cara de Cavalo e o Bandido da Luz Vermelha eram as mesmas pessoas. 

O mundo real das finanças de campanha, organizadas e estruturadas para permitir o acesso do poder privado ao Estado, impõe uma realidade material aos partidos que, em todo lugar, precisam de recursos para buscar votos, montar estruturas, contratar funcionários e assim por diante. 

Não custa lembrar: o PCC persegue e mata policiais, planeja o assassinato de juízes. Controla o sistema carcerário em São Paulo e impõe a paz de sua conveniência em várias regiões miseráveis do Estado. 

O Comando Vermelho tem ligações conhecidas com o narcotráfico colombiano e controla parte do território do Rio de Janeiro. Está integrado à rede de tráfico de armas. 

De uma forma ou de outra, estamos falando de bandidos comuns e essa distinção é necessária. São pessoas que cometem crimes com a finalidade de praticar mais crimes. 

A ministra Rosa Weber estabeleceu muitas distinções em seu voto. 

Observadores que tentam nivelar uma coisa e outra praticam é uma demagogia baixa, de quem investe na ignorância e desinformação do eleitor. Achar que o julgamento mostra que os poderosos vão para a cadeia é vender uma visão ridícula. 

Primeiro, porque se houvesse mesmo essa disposição, a turma do mensalão PSDB-MG estaria sentada no mesmo banco dos réus petistas, já que respondem pelos mesmos crimes. 

Segundo, porque é preciso ser tolo, maldoso, para sugerir que José Genoíno pode ser chamado de rico e poderoso. 

Terceiro: se você acha que, ah… mas há algo de errado com José Dirceu, precisa não só admitir que Genoíno não pode pagar por aquilo que se imputa a Dirceu – mas também deve lembrar que o ex-ministro da Casa Civil teve o sigilo bancário e fiscal quebrado e nada se encontrou de comprometedor. 

Alvo de um linchamento de caráter político no passado, o ex-ministro Alceni Guerra já comparou seu drama pessoal ao de Dirceu e disse que eram casos semelhantes. 

As duas únicas historinhas que pareciam comprometedoras contra o ex-ministro da Casa Civil não resistiram ao confronto de provas e versões. 

Quarto: embora se diga que o mensalão está provado, até agora não surgiu um caso, sequer um, de político que tenha vendido seus votos. Nenhum. (E não vou falar da emenda da reeleição, compra assumida, confessada e gravada. Nem de denuncias de troca de favores e cargos na administração pública pelo mesmo motivo…) 

A base desse argumento é a visão criminalizada de que toda aliança é um ato de suborno e todo acordo político é uma negociata. Quem fala que partidos que mudam de posição depois da eleição está cometendo um crime precisa me explicar como ficam os Verdes alemães, que ora são social-democratas, ora estão com a conservadora Angela Merkel. 

Também poderia fazer isso com o PPS que mudou de lado depois de 2002, com políticos que trocam de partidos, com quem funda partidos novos. Tudo é pilantragem? 

A melhor descrição do funcionamento das alianças políticas –e seus reflexos financeiros – foi feita por Eliane Cantanhede na biografia do vice presidente José Alencar. É tão desfavorável à acusação que vários parágrafos da obra foram incorporados ao processo pela defesa de Delúbio Soares – como argumento de sua inocência! 

Embora a denuncia tenha tantas suposições falsas e conclusões imaginativas que se pode apontar para muita acusação sem base, estou convencido de que, como sempre acontece em sistema de arrecadação financeira, ocorreram desvios — mas nem tudo é criminoso. Há fatos verdadeiros e é importante que sejam punidos. Mas é preciso, como se diz, separar uma coisa da outra. 

É lamentável que erros do passado não tenham sido investigados e punidos. Mas concordo que erros do passado não justificam erros do presente. Mas pelo menos deveriam servir de lição para quem diz que “agora”a justiça ficou s igual para todos. 

Querem punir os ricos e poderosos com o mensalão? 

Marcos Valério não terminou o curso de engenharia. 

Os banqueiros que podem parar na prisão não tem o lastro financeiro nem político de empresários que até agora ficaram de fora. 

Convém pelo menos calibrar a demagogia. 

Com todas as distorções, arrecadações financeiras fazem parte da política, essa atividade criada pelo homem para resolver diferenças e defender interesses com métodos mais ou menos civilizados. Ela que torna possível, nos regimes democráticos, que a maioria possa defender seus direitos. E também permite que a minoria possa expressar-se. 

O objetivo era levantar recursos financeiros para as campanhas eleitorais de um governo que – eu acho que nem a oposição mais cega discute isso – que reorientou o Estado no sentido de favorecer a população mais humilde. 

Um fato fica para você resolver. Tudo pode ser uma coincidência histórica. Mais uma vez. 

Ou pode ser que muitas pessoas estejam felizes com o STF porque essa “turma do PT está “tomando uma lição”. 

Nós sabemos os vários significados de “turma do PT” - os bairros onde seus eleitores moram, o salário que recebem, escolas e hospitais que frequentam, e assim por diante. 

O governo Lula tomou medidas notáveis e muito eficazes para defender a Lei, a Ordem e a Justiça. 

A saber: 

a) financiou as UPPs que emanciparam os moradores das favelas do Rio de Janeiro do controle do tráfico e só não fez o mesmo, em São Paulo, porque as autoridades se consideram mais capazes para dar conta do PCC; 

b) protegeu a autonomia do Ministério Público, nomeando para seu comando os procuradores mais votados, embora o governo avaliasse que eles tivessem uma postura oposicionista, motivo que já levou governadores da oposição a descartar reitores e procuradores gerais que eram preferidos de suas corporações; 

c) respeitou o Supremo a ponto de nomear juízes com independência, que hoje asseguram uma maioria de votos contra o ponto de vista do PT e seus aliados; 

Estamos falando de fatos de domínio público. Não são segredos imaginados, sugeridos, deduzidos. E é um fato de domínio público que a política, sob qualquer partido, para qualquer candidato, irá entrar na zona cinzenta de Gianotti. 

É curioso notar que nenhuma mudança neste sistema pode ser realizada, até agora, porque aqueles políticos que se dedicam a denunciar Lula e o PT não querem abrir mão de seus canais com o poder econômico privado e impedem que o país adote um sistema de financiamento público de campanhas. 

Com essa mudança, seria possível corrigir as principais distorções. As verbas seriam controladas pelo Estado, com uma contabilidade oficial, e cada partido receberia recursos em função de seus votos. A oposição não aceita. Sabe por que? 

Porque tem recebido tão poucos votos que ficaria em desvantagem. Embora tenha-se feito uma oferta para garantir um piso financeiro, ela não mudou a postura. 

Prefere o dinheiro privado, particular. Mas anda tão ruim de voto que, para evitar o desperdício, tem sido até abandonada por seus financiadores tradicionais. 

É mesmo de dar pena, não? 

Prefiro uma democracia que funcione com defeitos – que podem ser corrigidos – do que qualquer solução sem o respeito pelos direitos integrais dos acusados, mesmo que produzida em nome de princípios que muitos aplaudem sem medir suas consequências para o país.

QUEM É MAIS IMPORTANTE, O PATRÃO OU O OPERÁRIO?

Perguntas de um Operário Que Lê

Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros constam o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilónia, tantas vezes destruída,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
Só tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.

O jovem Alexandre conquistou as Índias
Sozinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada afundou, Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?

Em cada página uma vitória.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?


Bertolt Brecht (1898-1956).

A PREFEITURA E OS VALES TRANSPORTE

Prefeitura compra 82 mil vales transportes para zona rural

O vereador Daniel Andrade (PT) quer 
saber detalhes sobre a aquisição dos 
vales transportes, pois na zona rural não 
há alinha regular de transporte de pessoas 

REDAÇÃO DO BLOG 

No dia 22 de outubro de 2012 o vereador Daniel Andrade (PT) protocolou na secretaria executiva da câmara de vereadores um requerimento onde ele solicita ao presidente da casa de leis que oficialize junto ao poder executivo municipal esclarecimentos sobre a aquisição de 94.300 passes de vale transporte cuja transação foi efetuada pela prefeitura municipal de Dom Eliseu durante onze meses. 

De acordo com informações contidas no requerimento do vereador Daniel Andrade a prefeitura gastou R$ - 188.600 mil na compra dos vales transportes para serem usados por servidores públicos municipais de diversas áreas, mas o que chamou a atenção do parlamentar foi o fato de que a maior parte dos vales transportes foram usados para garantir o deslocamento de professores que atuam na zona rural. 

“O que chamou a atenção não foi o número expressivo de vales adquiridos neste período, mas sim a destinação de um volume considerável de vales para os professores da zona rural”, considerou o vereador. 

A preocupação de Daniel se dá porque foram designados 82 mil unidades de vale transporte para servidores públicos da zona rural, sendo que a empresa onde foi adquiridos os vales não tem linhas regulares para aquelas localidades. 

O vereador Daniel destacou em seu requerimento que a sua atitude visa única e exclusivamente o exercício de fiscalização que o seu mandato lhe confere e que se faz necessário esclarecimento dos fatos, e para isso ele também solicitou que a prefeitura informações sobre quais servidores são beneficiados pelo vale transporte, inclusive relacionando os nomes de tais servidores, a quantidade de vales recebido por cada servidor, quais os critérios utilizados para a concessão dos vales, e destacar cargos, função e lotação de cada servidor, além de cópias de 26 empenhos com as respectivas notas fiscais.

STF INOCENTA CRIMINOSOS APESAR DAS PROVAS

Julgamento do mensalão mudou o país?

Os ministros do STF usam dois pesos e duas medidas 
quando inocentam criminosa com 
farta comprovação da pratica de delitos e
condenam outros sem uma única prova

POR CYNARA MENEZES - BLOG SOCIALISTA MORENA

Em agosto deste ano, o ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello concedeu liminar suspendendo o júri popular que finalmente faria Justiça ao “caso Nicole”. O empresário Pablo Russel Rocha é acusado de, em 1998, ter arrastado com sua caminhonete, até a morte, a garota de programa Selma Artigas da Silva, então com 22 anos, em Ribeirão Preto. A jovem era conhecida como Nicole.

Grávida, Nicole teve uma discussão com Pablo. A acusação diz que ele a prendeu ao cinto de segurança e a arrastou pela rua. Pablo, que responde pelo crime em liberdade, diz “não ter percebido” que a moça estava presa ao cinto e nem ter ouvido os gritos da moça porque “o som da Pajero estava muito alto”. O corpo de Nicole foi encontrado, totalmente desfigurado, do outro lado da cidade. Com a suspensão, a família de Selma/Nicole vai esperar não se sabe quantos anos mais pelo julgamento do acusado.

Na segunda-feira 22 de outubro, o mesmo ministro Celso de Mello condenaria os petistas Delúbio Soares, José Dirceu e José Genoino pelo crime de formação de quadrilha. Já os havia condenado por corrupção ativa. “Eu nunca vi algo tão claro”, disse ele, sobre a culpabilidade dos réus.

Em novembro de 2011, o ministro do STF Marco Aurélio Mello concedeu habeas corpus ao empresário Alfeu Crozado Mozaquatro, de São José do Rio Preto (SP), acusado de liderar a “máfia do boi”, mega-esquema de sonegação fiscal no setor de frigoríficos desvendado pela Polícia Federal. De acordo com a Receita Federal, o esquema foi responsável pela sonegação de mais de 1 bilhão e meio de reais em impostos. Relator do processo, Marco Aurélio alegou haver “excesso” de imputações aos réus.

Na segunda-feira 22 de outubro, o mesmo ministro Marco Aurélio Mello condenaria os petistas Delúbio Soares, José Dirceu e José Genoino pelo crime de formação de quadrilha. Já os havia condenado por corrupção ativa. O esquema do chamado mensalão envolveria a quantia de 150 milhões de reais. “Houve a formação de uma quadrilha das mais complexas. Os integrantes estariam a lembrar a máfia italiana”, disse Marco Aurélio.

Em julho de 2008, o ministro do STF Gilmar Mendes concedeu dois habeas corpus ao banqueiro Daniel Dantas, sua irmã Verônica e mais nove pessoas presas na operação Satiagraha da PF, entre elas o investidor Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta (que morreu em 2009). A Satiagraha investigava justamente desdobramentos do chamado mensalão, mas, para Mendes, a prisão era “desnecessária”.

Segundo o MPF (Ministério Público Federal), o grupo de Dantas teria cometido o crime de evasão de divisas, por meio do Opportunity Fund, uma offshore nas ilhas Cayman que movimentou entre 1992 e 2004 quase 2 bilhões de reais. O grupo também era acusado de formação de quadrilha e gestão fraudulenta.

Na segunda-feira 22 de outubro o mesmo ministro Gilmar Mendes que livrou o banqueiro Daniel Dantas da cadeia enviou para a prisão a banqueira Kátia Rabello, presidente do banco Rural, por formação de quadrilha. Já a havia condenado por gestão fraudulenta, evasão e lavagem de dinheiro. “Sem dúvida, entrelaçaram-se interesses. Houve a formação de uma engrenagem ilícita que atendeu a todos”, disse Gilmar.

O final do julgamento do mensalão multiplica por 25 – o número de condenados – a responsabilidade futura do STF. É inegavelmente salutar que, pela primeira vez na história do país, um grupo de políticos e banqueiros tenha sido condenado por corrupção. Mas, a partir de agora, os olhos da Nação estarão voltados para cada um dos ministros do Supremo para exigir idêntico rigor, para que a Justiça se multiplique e de fato valha para todos.

Estamos fartos da impunidade, sim. E também estamos fartos dos habeas corpus e liminares concedidos por alguns ministros em decisão monocrática, em geral nos finais de semana ou em férias, quando o plenário não pode ser reunido. Não se pode esquecer que o Supremo que agora condena os petistas pelo mensalão é o mesmo Supremo que tomou decisões progressistas importantes, como a liberação do aborto de anencéfalos e da união civil homossexual e a aprovação das cotas para afro-descendentes nas universidades. Estas foram, porém, decisões do colegiado. Separadamente, saltam aos olhos decisões injustas como as que expus acima.

Se há, como defendem alguns ministros, uma evolução no pensamento do STF como um todo, que isto também se reflita nas posições tomadas individualmente por seus membros. Não se pode, diante das câmeras de TV, anunciar com toda a pompa a condenação e a prisão de poderosos e, à sorrelfa, na calada da noite, soltar outros. Cada vez que um poderoso for libertado por um habeas corpus inexplicável, ou que uma liminar sem pé nem cabeça for concedida por um ministro do Supremo para adiar o julgamento de gente rica, estará demonstrado que o mensalão não foi um divisor de águas coisa nenhuma.

Daqui para a frente, os ministros do Supremo Tribunal Federal têm, mais do que nunca, a obrigação de serem fiéis a si próprios e ao que demarcaram neste julgamento. Nós, cidadãos, estaremos atentos às contradições. Elas serão denunciadas, ainda que ignoradas pela grande mídia.

A Justiça pode ser cega. Mas nós, brasileiros, temos milhões de olhos. E estaremos vigiando.

REFLEXÕES DE UM CRISTÃO

  Eu sou cristão, de modo que no meu proceder, em meio a sociedade plural, me esforço para pautar meu comportamento de acordo com o que Jesu...