Procuradores detalham o esquema criminoso de Cachoeira
Paulo Preto teria desviado doações recebidas
para campanha de José Serra quando
foi candidato a Presidência.
Paulo Preto “fugiu com R$ 4 milhões”
FONTE - JORNAL CORREIO DO BRASIL
A rede montada pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, tem características de organização mafiosa, na avaliação da procuradora Léa Batista de Oliveira. Para ela, o código de silêncio adotado por todos os envolvidos no esquema, seja em depoimentos à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) ou à Justiça Federal, configura atuação característica de máfia.
– O silêncio é um direito de todos, mas o código de silêncio adotado nos depoimentos à CPMI e à Justiça Federal é típico de organizações mafiosas, quando um membro de grupo, com seu silêncio, quer defender o grupo e ser leal ao chefe – frisou.
Léa de Oliveira falou na manhã desta terça-feira à CPMI que investiga as relações de Cachoeira com agentes públicos e privados. De acordo com a procuradora, a Operação Monte Carlo revelou essa organização mafiosa chefiada por ele.
– Uma sociedade bem estruturada, mais lucrativa que uma grande empresa. Foi revelada a existência de uma estrutura central, piramidal e estruturada, que se perpetuou por anos a fio por estar conectada a agentes do Estado, por estar imbricada no aparato estatal.
A procuradora relatou aos senadores as formas de intimidação utilizadas pelo grupo de Cachoeira, como dois e-mails enviados a ela, com ameaças a sua família, ambos identificados com origem em Anápolis (GO), cidade base de Cachoeira. Além de Léa de Oliveira, também falou à CPMI o procurador Daniel Rezende Salgado, ambos atuaram nas operações Vegas e Monte Carlo da Polícia Federal.
A CPMI do Cachoeira também marcou, para o próximo dia 29, o depoimento do ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido comoPaulo Preto. Ao contrário dos demais envolvidos com o esquema criminoso, Preto afirmou que não pretende usar um possível habeas corpus e que estaria disposto a responder às perguntas dos parlamentares. Paulo Preto deixou a Dersa – estatal paulista, governada pelo PSDB encarregada das rodovias – em abril de 2010.
– Vou falar tudo o que eu desejo falar desde 2010 para cá – afirmou
Diante da possibilidade do envolvimento do candidato tucano à prefeitura paulistana no escândalo de corrupção, a cúpula tucana avalia o prejuízo potencial do depoimento de Paulo Preto. Ele teria dito a interlocutores que o ex-governador José Serra (PSDB-SP) foi sua “bússola” durante a gestão na Dersa. Preto deixou claro que faz questão de falar à CPMI e desautorizou qualquer tentativa de acordo para evitar o seu depoimento.
Paulo Preto teria desviado doações recebidas pelo PSDB para campanha de José Serra quando foi candidato a Presidência. Reportagem publicada na revista semanal de centro IstoÉ, afirma que Paulo preto “fugiu com R$ 4 milhões” que seriam usados na campanha de Serra. Paulo Vieira indicou que ficará na defensiva em relação a acusações feitas pelo ex-diretor do Dnit Luiz Antonio Pagot. Pagot, por sua vez, afirmou à IstoÉ ter ouvido de um procurador de uma empreiteira que dinheiro de obras do Rodoanel teria sido desviado para uso em campanha eleitoral de José Serra.
– Pelo que conheço da personalidade do Pagot, ele vai falar sobre os esquemas de arrecadação – avaliou Paulo Vieira, que vai à CPMI um dia depois do ex-diretor do Dnit.
Autor de uma das frases mais marcantes da eleição de 2010, Paulo Preto mandou recado para José Serra (PSDB):
– Não se larga um líder ferido na estrada a troco de nada – disse Paulo Preto.
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