Lula foi ao Programa do Ratinho e
afirmou que seu candidato a prefeito
de São Paulo é Haddad e que não
permitirá que tucano retorno ao poder
FONTE - CARTA CAPITAL
Teve Corinthians, histórias sobre rabadas, troca de afagos, depoimento de Ronaldo Fenômeno, música de Geraldo Vandré e até brinde com cerveja oferecido por Zeca Pagodinho. Mas a entrevista do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Programa do Ratinho, do SBT, serviu basicamente para dois objetivos: tentar alavancar a candidatura de Fernando Haddad junto ao grande público e mandar recados (muitos) para a oposição.
Descontraído na maior parte do tempo, Lula subiu o tom, apesar da voz ainda debilitada, para dizer que não permitirá que “um tucano volte à Presidência do Brasil”. Disse que, para isso, aceitaria até voltar a ser candidato.
“Xi, o Serra então está ferrado”, brincou Carlos Massa, o Ratinho – que se apresentou como “grande amigo” do ex-presidente.
E foi no último minuto da entrevista que o apresentador e amigo perguntou ao ex-presidente sobre a polêmica envolvendo o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, que acusa Lula de oferecer apoio à CPI do Cachoeira em troca do adiamento do julgamento do mensalão (Mendes é suspeito de ter viajado a Berlim com dinheiro pago pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira, o que ele nega).
“Vou perguntar apesar de saber que a população não está entendendo isso”, frisou Ratinho.
“Não tenho interesse em falar nesse assunto, porque já respondi em nota. Quem inventou que prove. Quem acreditou, que prove. O dado concreto é que o Brasil hoje é muito melhor, e vai melhorar ainda mais.” E completou: “Quero que o Brasil que teve ascensão nunca mais retroceda.”
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Fernando Haddad, que estava na primeira fileira da plateia, foi apresentado ao público logo na primeira pergunta feita por Ratinho. Sobre o Corinthians. “Esse seu defeito de ser corintiano continua, né, presidente?”
Na resposta, Lula lembrou que no Brasil existem os corintianos e os anti-corintianos, mas disse lidar bem com torcedores de outros times, como o são-paulino Haddad.
Não demorou e o ex-ministro da Educação, chamado de “galã” pelo apresentador, já estava do lado do ex-presidente numa cadeira à parte do palco. “Por que ele foi escolhido?”, perguntou Ratinho.
“Achava que era o momento de a gente apresentar uma coisa nova”, explicou o ex-presidente antes de apresentar as credenciais do afilhado: São Paulo, nas palavras do petista, precisa de um prefeito como o ministro da Educação que criou o Prouni e colocou um milhão de jovem da periferia na universidade.
Lula afirmou que Haddad, que patina nas pesquisas de intenção de voto, foi o ministro que mais criou escolas técnicas (214) e mais construiu universidades federais (14).
No mesmo instante, o apresentador chamou um VT sobre o Prouni, no qual uma beneficiária do programa dizia que, antes, a universidade não era lugar para pobre.
De terno cinza e camisa branca, sem gravata, Haddad ouviu o ex-presidente dizer que as mudanças na educação provocaram “a maior revolução já foi feita no País”.
O entrevistado, então, passou a ser Haddad. “O que um prefeito de São Paulo pode fazer para melhorar?”, levantou o apresentador.
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