Celular e internet na mão de estudantes apavora uma cidade
Um boato de tal gravidade
nunca havia se espalhado
tão rápido em Dom Eliseu
causando tamanho alvoroço
WALQUER CARNEIRO
Telefone móvel e internet são duas ferramentas essenciais hoje em dia, tanto que os seres humanos estão criando uma dependência perigosa destas tecnologias que são o divisor entre dois tempos totalmente distintos: o mundo da mecânica simples das primitivas engrenagens e o mundo das ondas eletromagnéticas.
As microondas foram domadas em microchips que podem conter informações em quantidades que não se podem contar, e isso tudo ao alcance de todos, inclusive das crianças. Crianças, telefone móvel, internet, tecnologia digital e essa é uma mistura que tem que ser observada com muita atenção por variados motivos. Veja a história a seguir, ocorrida em Dom Eliseu.
Esse boato começou como um rumor logo de manhã cedo e foi se espalhando, de início, entre os estudantes, porém foi na parte da tarde a situação se agravou.
Por volta das 14:00 horas o boato se intensificou dentro das escolas e chegou aos ouvidos dos pais dos estudantes pondo boa parte da população em polvorosa, com pais e mães aflitos com a possibilidade de seus filhos sofrerem algum tipo de agressão.
Com essa informação preocupante os pais de alunos começaram a ligar uns para os outros e indo até as escolas e também procuraram o secretário de educação, que solicitou o auxílio da força de segurança pública, e neste contexto o boato foi se intensificando, e dentro das escolas as crianças iam ficando cada vez mais impacientes e ao mesmo tempo fantasiando a situação, e de acordo com as informações de uma professora, há indícios de que os estudantes de uma escola começaram a trocar informações com estudantes de outras escolas via celular através de mensagens de textos, e através da internet, o que colaborou para espalhar o pânico.
A RAZÃO DO BOATO
Conforme informações levantadas pela reportagem, o boato se espalhou a partir de um fato real que aconteceu na quinta-feira (2) á tarde quando um ex-aluno, que fora expulso de um colégio particular de Dom Eliseu andou rondando o estabelecimento de ensino com mais alguns amigos protestando contra a escola por tê-lo expulsado, e como os garotos estavam exaltado os responsáveis pelo colégio chamou a polícia para convencê-los a se retirarem do local, porém para agravar a situação a mãe do estudante chegou ao local e fez um escândalo, e o que era para ser tratado como assunto interno da escola naquela mesma tarde começou a se disseminar pela cidade de forma distorcida que se espalhou em conversas pelo celular e msn através da internet.
Diante da situação criada na sexta-feira a secretaria de educação achou por bem solicitar o auxilio da polícia para ir até as escolas e desfazer o boato. A primeira escola a ser visitada pela foi a escola de Ensino Infantil Caminho da Arte, onde policiais da PM foram conversar com as crianças e com alguns pais que lá estavam, falando a elas que a informação era apenas um boato e que ninguém deveria se preocupar, no entanto enquanto os policiais conversavam com as crianças alguém, que viu o carro da polícia no local, ligou para outras escolas, uma das quais foi a Escola Maria de Nazaré, que fica próxima a Escola Dom Eliseu Corólli, e esse fato intensificou a boataria.
De acordo com informações estudantes da Escola Maria de Nazaré receberam ligações dizendo que a polícia estava na Escola Caminho da Arte, essa informação começou a circular pelas salas de aula indo parar na Escola Dom Eliseu Corólli, “Os policiais estiveram aqui também”, disse a diretora da Escola Maria de Nazaré, “porém com a presença dos policiais as crianças, que já estavam agitadas, ficaram mais preocupadas ainda dizendo que se a polícia estava ali era porque a história era verdadeira”, informou a diretora. Assim nestas duas escolas e situação ficou fora de controle e os alunos foram dispensados para evitar um tumulto maior.
Durante todo o dia a força de segurança pública do município realizou diversas averiguações e chegaram a conclusão de que tudo não passou de um mal entendido gerado por irresponsabilidade de algumas pessoas que contribuíram para disseminar a mentira da suposta invasão da escola, tanto os diretores das escolas do município quanto os pais de alunos já estão conscientes de que tudo não passara de um mero e perigoso boato que foi disseminado por intermédio desta tecnologia ao alcance de todos, inclusive das crianças.
Se não fosse trágico seria cômico.
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